domingo, 30 de dezembro de 2007
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
HISTÓRIA - UM POUCO MAIS...
quinta-feira, 27 de dezembro de 2007
ATLAS DE HISTÓRIA
Tradução Bernardo Joffily
Capa Mariana Newlands
Páginas 120
Formato 25,50 x 21,00 cm
Tradução Bernardo Joffily
Capa Mariana Newlands
Páginas 104
Formato 25,50 x 21,00 cm
Há quem diga que d. João gostou tanto do Brasil que por aqui foi ficando.
D. JOÃO CARIOCA- A corte portuguesa ao Brasil (1808-1821)
Lilia Moritz Schwarcz
Ilustrações Spacca
Capa Spacca
Páginas 96
Mais um Lançamento da Cia das Letras que nos brinda com Quadrinhos Inteligentes neste f inal de ano.
REINO DO MEDO
Tradução Daniel Galera
O CASTELO BRANCO
Tradução Sergio Flaksman
"Pamuk ganhou o direito de ser comparado a Jorge Luis Borges e Italo Calvino, autores que pairam sobre o livro como dois anjos da guarda." - The New York Times
"Um livro brilhante não pelo retrato que oferece de uma época, mas pela investigação do mito da individualidade; e porque Pamuk condensa nessa história simples muitas reflexões profundas." - Guardian
"Um romance maravilhoso sobre influências estrangeiras e fusões culturais." - Independent
Doris Lessing - Prêmio Nobel de Literatura.
Tradução Beth Vieira
segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
Venha trocar idéias, filosofar!
SÁBADO
O quê é?
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
A MULHER QUE DESVENDAVA A MORTE
OUTRO LANÇAMENTO DA ROCCO. NÓS RECOMENDAMOS!
A MULHER QUE DESVENDAVA A MORTE
Uma investigação criminal na Inglaterra do séc.XII
Ariana Franklin
Tradução:Waldéa Barcelos
Páginas:416
Quatro crimes bárbaros
Um homicida incompreensível
E uma mulher capaz de revelar os segredos da morte
em plena Idade das Trevas
A história começa quando a brutal morte de uma criança cristã, em Cambridge, e o desaparecimento de outras três provocam uma ira popular contra os judeus – ao contrário do que ocorria no resto da Europa, eles viviam em relativa tranqüilidade na Inglaterra – acusados de usar as crianças em rituais macabros.
A situação torna praticamente incontornável a demanda popular pela expulsão dos judeus da Inglaterra. O rei, no entanto, reluta em ceder aos apelos de seus súditos. Não por caridade ou humanismo, mas porque os judeus são sua principal fonte de arrecadação de impostos. Sua saída é mandar vir de Salerno um especialista na “arte da morte”, que possa descobrir o verdadeiro assassino. O que ninguém esperava era que O especialista fosse, na verdade, A especialista.
Como os protagonistas de C.S.I., a personagem de A mulher que desvendava a morte vai lançar mão das mais sofisticadas técnicas da medicina e análise forense de seu tempo, além de um indiscutível talento para a investigação, para descobrir a identidade do assassino antes que ele ataque novamente.
Ariana Franklin baseou-se em fatos reais para criar sua protagonista. Especialista em história medieval, ela descobriu que a Escola de Medicina de Salerno, o mais importante centro de pesquisa na área à época, autorizava a autópsia de cadáveres para estudo de anatomia e possuía várias mulheres entre os cientistas. Uma delas, conhecida apenas como Tórtula, e de quem se sabe somente que foi casada e mãe de dois filhos, deixou vários artigos que foram referência na área médica por mais de 500 anos. Seus textos acabam de ser traduzidos pela Universidade do Arizona e mostram que, em meio à caça às bruxas da Idade Média, era possível encontrar pesquisas científicas sobre o funcionamento do corpo humano.
Além de ser um romance policial instigante, A mulher que desvendava a morte tem, pelo menos, dois grandes méritos. O primeiro é agregar à trama os grandes debates da Idade Média: Cristandade x Islã, Cristãos x Judeus, Ciência x Superstição, Lei dos homens x Lei de Deus. O segundo é oferecer uma minuciosa reconstituição histórica da Inglaterra da Idade Média, que, diferentemente da idéia generalizada, viveu grandes rasgos de luzes da ciência em meio às trevas religiosas."
Kirkus Review
“Um livro irresistível, único e vibrante.”
The New York Times
“Franklin misturou habilmente fatos históricos e ficção arrepiante.”
Publishers Weekly
“Espantoso… maravilhosamente urdido, com dezenas de reviravoltas… Um mistério histórico brilhantemente bem-sucedido tanto como ficção histórica quanto como thriller policial.”
The Washington Post
UM POUCO MAIS DE ISLÃ
A Editora Rocco nos brinda neste final de ano com um lançamento de pêso- GAROTAS DA PÉRSIA
GAROTAS DA PÉRSIA
Nahid Rachlin
Tradução:Ana Deiró
Páginas:340
A narrativa começa quando Nahid, ainda na infância, é tirada da tia Maryam, que a criava como filha em Teerã. Sua mãe biológica, Mohtaram, resolvera entregar seu quinto bebê como um presente para a irmã favorita, viúva, sem filhos e ansiosa por ter uma criança nos braços. Tudo correu bem até Nahid completar 9 anos e seu pai decidir que era a hora de levá-la para morar com ele e o resto da família, na cidade de Ahvaz. Retirada abruptamente de um universo conhecido, a menina se viu presa a um lugar estranho, com costumes diferentes e pessoas com as quais não possuía laços afetivos.
Aos poucos, ela se aproxima da irmã mais velha, Pari, e as duas se tornam melhores amigas. Apesar de terem em comum o desejo de seguirem destinos próprios, que fogem aos estabelecidos pela sociedade patriarcal em que vivem, Pari, fã das estrelas de Hollywood, sonha ser atriz, enquanto Nahid almeja seguir a carreira literária – apenas Nahid consegue atingir seu objetivo, ao convencer o pai a mandá-la fazer faculdade nos Estados Unidos.
Ao chegar na faculdade, Nahid se sente deslocada – não concorda com os costumes machistas de sua terra natal, mas também não se encaixa nos padrões norte-americanos. O choque cultural é amenizado quando ela se muda para Nova York, conhece o homem que se torna seu marido e forma uma família. Ainda assim, a escritora continua com a sensação de não pertencer a um lugar.
Enquanto isso, no Irã, a sorte de Pari não é nada boa: atrelada a um casamento arranjado pelo pai, com um marido por quem não é apaixonada e que a mantém prisioneira dentro de casa, ela decide se divorciar e sofre as conseqüências, sendo afastada do filho.
Paralelamente, a autora traça um panorama político do Irã e das relações do país com os Estados Unidos, em diferentes épocas. Em 1955, o Tratado de Amizade entre as duas nações acabara de ser assinado e o jovem xá estava determinado a modernizar o país. Uma das medidas adotadas por ele foi tornar opcional o uso de chador para as garotas. Anos mais tarde, quando o aiatolá Khomeini chega ao poder, o radicalismo se instala. A morte de Khomeini, em 1989, diminui a rigidez dos costumes. E, embora o governo de Muhamad Khatami, de 1997 a 2005, seja um período de reforma relativa, a autora constata que as regras no Irã estão sempre em mutação.
A morte prematura de Pari, que cai de uma escada em circunstâncias misteriosas, faz com que Nahid volte sozinha ao Irã – antes disso, ela só havia estado lá uma vez, com o marido, 12 anos depois de ter chegado aos Estados Unidos. A viagem permite que a autora se confronte com o passado e avalie o que o futuro lhe reserva. Mais do que a história de Nahid, Garotas da Pérsia mostra as vidas interligadas das mulheres de sua família, traçando um panorama do universo feminino no mundo islâmico e revelando trajetórias de ambição, mágoa, opressão, amor fraternal e esperança. "
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
PERSÉPOLIS (completo)
"Um dos mais saborosos exemplos de um explosivo gênero pós-moderno: a autobiografia em quadrinhos." - NYT Book Review
"Engenhosa contadora de histórias, Satrapi é também uma fantástica artista dos quadrinhos." - Salon.com
"Marjane Satrapi é capaz de condensar a tragédia de todo um país em cenas comoventes e divertidas. [...] Todos os que pensam não gostar de quadrinhos ou que só gostam dos de Art Spiegelman devem ler Marjane Satrapi." - The Independent
O MÉDICO DOENTE
Falar sobre o Drauzio é um pouco como chover no molhado. Ele é aquele médico que gostariamos de ter como amigo, ou melhor aquele amigo que gostaríamos de ter como médico. E melhor, ele escreve muito bem. Aproveite bem essa leitura.
O MÉDICO DOENTE
Drauzio Varella
O CASTELO NA FLORESTA
O CASTELO NA FLORESTA
O LIVRO DOS SERES IMAGINÁRIOS
Encare o livro do "bruxo" como um bestiário, ou um dicionário muito ou nada útil. Ou melhor encare como um livro básico na sua biblioteca nesta magnífica coleção que a Cia das Letras está tendo a ousadia de publicar.
O LIVRO DOS SERES IMAGINÁRIOS
Jorge Luis Borges
Ordenados alfabeticamente, como nas enciclopédias que tanto fascinavam Borges, desfilam diante do leitor os estranhos seres deste "manual de zoologia fantástica" (título da primeira edição desta obra, que saiu em 1957), sustentados pela complexa erudição borgiana, avalizada por seu domínio tanto das línguas clássicas como das modernas. Com freqüência, ele mergulha na etimologia para explicar animais exóticos como o cabisbaixo búfalo negro com cabeça de porco "catóblepa" (o que olha para baixo) e o da serpente de duas cabeças "anfibesna" (que vai em duas direções), ou mais familiares, como as valquírias (aquelas que escolhem os mortos) ou as fadas (do latim fatum, destino), entidades que intervêm nos assuntos dos homens. Mas a erudição não está a serviço da sisudez de um tratado acadêmico; ao contrário, contribui para o tom lúdico e bem humorado do livro. O próprio Borges diz no seu prólogo que gostaria que "os curiosos o freqüentassem como quem brinca com as formas cambiantes reveladas por um caleidoscópio". E nessa brincadeira, ele faz uma homenagem à imaginação infinita dos homens, capaz de criar os seres mais curiosos e absurdos como sereias, unicórnios, centauros, hidras e dragões - e eventualmente acreditar neles -, animais que, como disse o crítico Alexandre Eulálio, "Borges acaricia passando preguiçosamente a mão complacente do dono".
LANÇAMENTO DA CIA DAS LETRAS
LOS ANGELES
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
NOVO LIVRO DE NICK HORNBY SAI PELA ROCCO EM ABRIL DE 2008
NATAL (FINAL)
As canções e os autos
No Brasil os cânticos de Natal tem grande destaque, em especial os produzidos pelos artistas populares nordestinos , porém cabe a um mulato mineiro a primazia de ter composto um Auto de Natal da forma clássica tradicional.
Já nas primeiras décadas de 1700, a sociedade mineira se expressa de modo significativo por meio da música religiosa e profana. Os rituais litúrgicos e as festas populares eram valorizados pela música, que aos poucos tomou forma e ganhou proporções originais, revelando uma classe singular de músicos, em sua maioria mulatos. Ignácio Parreiras Neves foi um desses mulatos era o compositor, cantor e regente, trabalhando nessa função principalmente para o Senado da Câmara e para as irmandades de São José dos Homens Pardos e de Nossa Senhora das Mercês e Perdões. Parte considerável de sua produção musical está perdida. Do que restou, destacam-se Credo, Ladainha e Oratória ao Menino Deus para a Noite de Natal (1789), considerado o único auto de natal em língua portuguesa escrito de forma tradicional dos autos litúrgicos. Parreiras Neves nasceu em Vila Rica em 1730, onde faleceu entre 1792 e 1794.
Para Câmara Cascudo os autos são formas teatrais de enredo popular com bailados e cantos, que podem tratar de assuntos religiosos e profanos, representadas no ciclo das festas de natal ( dezembro e janeiro). Lapinhas, pastoris, fandangos ou marujadas e ainda cheganças ou cheganças de mouro, bumba-meu-boi, boi, boi calemba, boi de reis, congadas ou congos, etc. Desde o século XVI os padres jesuítas usaram o auto religioso, aproveitando também figuras clássicas e entidades indígenas, como poderoso elemento de catequese.
Os autos de Natal Brasileiros foram muitos e dos mais surpreendentes autores. Adélia Prado é uma dessas autoras. Depois de estrear com Soltem os Cachorros, abandona o magistério, após 24 anos de trabalho. Lecionou Educação Religiosa, Moral e Cívica, Filosofia da Educação, Relações Humanas e Introdução à Filosofia. Sua peça, O Clarão, é um auto de Natal escrito em parceria com Lázaro Barreto, é encenada em Divinópolis. Sobre esse texto, Adélia, sempre polêmica fala -"O transe poético é o experimento de uma realidade anterior a você. Ela te observa e te ama. Isto é sagrado. É de Deus. É seu próprio olhar pondo nas coisas uma claridade inefável. Tentar dizê-la é o labor do poeta”. Em 1980 ela dirige o grupo teatral amador Cara e Coragem na montagem de O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna.
Segundo Maria Chaves em artigo recente , “entre uma comemoração e outra, eis que surgem com toda força os tradicionais autos natalinos para interpretar o emocionante episódio bíblico.Seja através de elementos da cultura popular, figuras sacras ou profanas, a tradição de colocar em cena uma homenagem ao 25 de dezembro se mantém firme e forte - ao menos é o que se percebe no Estado de Pernambuco. O Aurélio diz que um auto se trata de um ato público, uma solenidade, de um registro escrito e autenticado de qualquer ato. É um gênero dramático originário da Idade Média, com personagens em geral alegóricos, como os pecados, as virtudes, os santos, podendo também comportar elementos cômicos ou jocosos”. Destaca então o Noite Feliz, da Sociedade Teatral de Fazenda Nova.
Para Théo Brandão a festa de natal sempre teve um aspecto de festa de feira, que durava das vésperas até 6 de janeiro. “Oriundos em sua maioria da península ou vindos até nós do continente europeu através de formas portuguesas, tomaram aqui uma feição particular e deram, de outra parte, motivo para a criação, sob influências dos negros da terra ou da África, de novas formas, diversas nuances e de novos autos e diversões.”
É clássica a divisão de tais autos, folguedos, danças dramáticas, folias, folganças, brinquedos, que tantos são os nomes com que se tem os nomeado no correr dos tempos, desde Sílvio Romero, que os classificou em seu Cantos Populares do Brasil em Reisados, Cheganças e Pastoris.
Para a Professora Eneida de Castro, Morte e Vida Severina - Auto de Natal Pernambucano de João Cabral de Melo Neto é o mais característico poema com inspiração na Natividade. “Morte e Vida Severina apresenta a viagem de um sertanejo que procura melhores condições de sobrevivência em outras paragens.
Outro Auto de Natal importante é a teatralização do poema Meu Caro Jumento, de Patativa do Assaré que em sua linguagem simples, falando do jumento, que carregou Maria e Jesus na fuga para o Egito e de como ele, da mesma forma que o trabalhador, é maltratado e abandonado por aqueles que o exploram e deveriam amá-lo. Patativa cria em seu poema, um verdadeiro Auto de Natal, sintetizando todos os conteúdos da festa natalina, permitindo ao grupo falar do amor, da generosidade, da esperança e do renascimento que nela se fazem presentes.
Em 1953 tivemos outra estréia importante que tinha o burro como personagem. No pequeno teatro do Patronato da Gávea, O Tablado, a peça "O boi e o burro a caminho de Belém", escrita e dirigida pela jovem Maria Clara Machado. Fundadora do grupo ao lado de seu pai, o escritor mineiro Aníbal Machado e de um grupo de intelectuais amigos ela já vinha desenvolvendo, como assistente social, um trabalho de teatro de bonecos, no próprio Patronato, desde os fins dos anos quarenta.
O Cordel também cometeu diversos autos de Natal , mas destacamos este delicioso Auto de Natal de autoria de Valdez, natural de João Pessoa , com o qual encerramos este ensaio:
Foi de Bom-I-Zú da Lapa
sábado, 8 de dezembro de 2007
NATAL (continuação)
por Myrtha Ratis e Eduardo Cruz
Ainda seguindo o evangelho de Mateus lemos que os magos afirmam ter visto uma estrela e que ela os motivou a ir a Jerusalém em busca do rei dos judeus. A estrela, então, os guia até Belém. Desde os tempos do astrônomo Kleper, no século XVII foram feitos estudos astronômicos sobre os fenômenos celestes e foram propostas três teorias, do cometa, de uma nova estrela (uma super-nova) e uma conjunção de planetas. Mas isso não importa, o certo é que a estrela tem outras simbologias. A arvore de Natal é geralmente encimada por uma estrela de cinco pontas. Trata-se, dentro da tradição judaica da cabala, o símbolo mágico e cabalístico do pentagrama, do homem cósmico, do adan-cadmon, e representa o domínio dos cinco elementos.E é ainda a estrela de David.
A ÁRVORE DE NATAL
Segundo Luis da Câmara Cascudo em seu Dicionário do Folclore Brasileiro, a Árvore de Natal é o “álamo, abeto, pinheiro, cortado em maio e replantado na praça da aldeia, símbolo votivo do espírito fecundador da vegetação assegurando pelas homenagens recebidas a continuidade das colheitas”. A arvore veio para o Brasil como tradição natalina no começo do século XX. A primeira exibida na cidade de Natal em 1909.
A origem da árvore de Natal parece vir dos tempos de São Bonifácio, o qual converteu ao cristianismo os alemães no Século VIl, cortando a azinheira sagrada de Geismar, em Hesse, a fim de acabar com o culto as árvores. Porém, como maioria dos símbolos do Natal ela tem sua origem nos druidas, os sacerdotes dos celtas. O termo druida significa “carvalho”, mas também mago e encantamento. Os druídas honravam a seus deuses atando as ramas de maçãs douradas e outras oferendas.
No mundo pagão se encontram várias tradições: entre os germânicos, o deus Odin tinha permanecido pendurado nos pés de um pinheiro no solstício de inverno. Virgílio, nas Geórgicas, menciona o uso romano de pendurar em pinheiros máscaras de Baco como um meio de assegurar a fertilidade.
No Antigo Testamento a árvore tem um significado especial: sob as árvores sagradas se celebravam reuniões, julgamentos, assembléias do povo (1Sam 14,2;22,6).
Desde os tempos proféticos a árvore ocupa um lugar de privilégio: "Virá a ti o orgulho do Líbano, com ele o cipreste e o abeto e o pino, para adornar o lugar de meu santuário e enobrecer minha mesa." (Is. 60,13). Também a figura do rebento do tronco de Jessé a empregam os profetas no anúncio do Messias (Is 11,1).
Quando a arvore se tornou mais popular como elemento de decoração de Natal surgiram muitas lendas para explicar a sua origem. Uma nos conta que na noite em que Cristo nasceu todas as árvores de um bosque vizinho floresceram e deram frutos apesar do gelo e da neve. Entre os ingleses se narra que tendo chegado José de Arimatéia a Wyralhill, plantou ali seu báculo no solo que se converteu em uma árvore que florescia no inverno; há aqueles que o identificam com o espinho de Glastonbury, que floresce no Natal. Algumas das coisas que apresentamos aqui pode ser conferido no extenso romance de Marion Zimmer Bradley intitulado As Brumas de Avalon.
Em diversas partes da Europa se cortavam ramas de espinho e de cereja e se colocavam em lugares abrigados para que florescessem no Natal. Algumas famílias traziam à suas casas árvores inteiras para competir com seus vizinhos sobre os mais belos enfeites.
Este costume é, para alguns, a origem das atuais árvores de Natal, pois em um principado na Alemanha se decoravam as árvores com maçãs, fitas e flores de papel, até que as bolinhas de vidro tomaram lugar destes adornos. No século XVI, na Alemanha, se adornou a árvore de Natal como hoje a conhecemos. A “Árvore de Natal”, conhecida em algumas regiões da Europa como a “Árvore de Cristo”, desempenha papel importante na data comemorativa do nascimento de Nosso Senhor.
Podemos ainda dizer que os relatos mais antigos que se conhecem acerca da Árvore de Natal, como tal datam de meados do século XVII, e são provenientes da Alsácia, província francesa. Descrições de florescimentos de árvores no dia do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo levaram os cristãos da antiga Europa a ornamentar suas casas com pinheiros no dia do Natal, única árvore que nas imensidões da neve permanece verde.
Um dos mais belos contos populares vem da região da Estíria (Áustria), no século dezenove e seu autor é P. Rosegger, e narra o alumbramento da família ao ver uma pequena árvore enfeitada sobre a mesa do que seria a ceia de uma família burguesa que já havia praticado rituais de incensário. O texto passou a ser conhecido como a Árvore de Cristo: presente do Menino Jesus.
OS ENFEITES DE NATAL
As velas usadas no Natal, poderiam ser a simplificação das antigas fogueiras. São bengalas e bolas de cristal que enfeitam as árvores de Natal, as coroas nas portas das casas, nas vitrines dos comércios.Consta que um vendedor de doces quis fabricar algo especial para o Natal e pensou em um pequeno bastão de menta que recordasse o cajado dos pastores que ocupam um lugar preferencial entre os visitantes do presépio. Daí surge a, rara no Brasil mas comum na Europa e EUA , a bengala doce. Depois de algum tempo os doces de menta foram substituídos por bastões de plástico e também as bolas de cristal e depois vidro.
Os romanos tinham como tradição oferecer a sua coroa a alguém. A pessoa que a recebia, como forma de agradecimento, pendurava-a na porta principal da sua casa. Hoje, as pessoas colocam coroas verdes ou douradas na porta das suas casas como sinal da proximidade do Natal. Também o costume de pendurar nas portas os enfeites de vegetais podem ter a ver com a tradição celta de pendurar visco sobre a porta, que era considerado extremamente mágico e conferia poderes a quem o usasse na data do solstício.
As cores do natal
Talvez as cores do Natal pudessem ser conhecidas como uma escolha de cores que queria reunir o branco da neve que cobre os campos do hemisfério norte e o vermelho do sangue que Jesus derramaria por todos.
Porém essa definição é insuficiente, Na verdade considera-se as cores de Natal o vermelho e o verde, presentes por exemplo nas guirlandas e enfeites de porta (coroas) e tem sua origem na dualidade delas na natureza, arvore e frutos.
Missa do Galo
Era costume entre os católicos ir à celebração da missa antes da ceia. Era o rito religioso que purificava antes da comida, sempre uma libação. A tradicional Missa do Galo cristã, muito embora seja a maior expressão litúrgica do catolicismo em especial nas tradições ritualísticas de Roma, Portugal e Brasil também pode ser caracterizada pela tradição da cerimônia pagã. “O galo é um animal sagrado para os ciganos que são considerados um ramo perdido dos atlantes e também o era para os druidas/celtas que também o são. O galo é quem diz: “Eu sou aquele que canta o raiar de um novo dia, de uma nova esperança, de uma nova vida!”, como uma alusão ao Sol como deus e origem da vida.”Dizem que o galo cantou á meia noite , no nascimento de Cristo, contrariando a sua natureza.
Cartões de boas festas
Bem antes de Jesus Cristo surgiram as mensagens de felicitações. Já era habito entre os romanos enviarem-se congratulações pelo Ano Novo, gravadas em tabletes de argila (tijolos) e, com a cristianização do Império Romano, esse costume permaneceu inalterado. O primeiro cartão de "Boas Festas" de que se tem noticia teria surgido em Londres no ano de 1834, na mesma época dos contos natalinos de Charles Dickens.
Dickens que brilhava com obras de gosto popular como As Aventurasdo Sr. Pickwick, Oliver Twist ou ainda as comoventes como Um grilo na Lareira, quando escreve a saga do Sr. Scrooge resgata o espírito do Natal. The Haunted man and the ghost bargain, é um clássico de Natal que foi filmado e representados milhares de vê zes dando origem inclusive a personagens de quadrinhos como o de Walt Disney , que ganhou no Brasil o nome de Tio Patinhas.
Mas voltando aos cartões, foi a falta de tempo de Henry Coyle, o director do British Museum de Londres, que originou a criação dos cartões natalinos. Sem tempo de escrever a mão a todos os seus familiares e amigos, Henry Coyle solicitou ao artista plastico John Callicot Housley que lhe elaborasse um cartão que servisse para enviar boas-festas a todos os seus patentes e amigos. O pintor pegou um pedaço de cartolina quadrada e dividiu-a em três partes. Ao centro desenhou uma família reunida a mesa, comemorando alegremente. No verso figuravam meninos pobres recebendo comida e roupas.E por fim podia-se ler a mensagem: A Merry Christmas and a Happy New Year to you ("Um alegre Natal e um feliz Ano Novo para você"). O significado em inglês da palavra Christmas é o mesmo que The Mass of Christ : "Missa de Cristo". Na ocasião foram impressos cem, e os que sobraram foram vendidos a um xelim cada. Até o costume se popularizar em 1851, os cartões eram todos litografados e pintados mão.
A figura de Santa Klaus, é igual à árvore de Natal, resultou da combinação de várias lendas e tradições muito antigas. Certamente existe relação entre o Velho Noel ou Papai Natal (Portugal) atual e os Julenisse da Dinamarca e Noruega e os Tomte da Suécia, duendezinhos vestidos de vermelho com gorros pontiagudos e longas barbas brancas que repartem presentes montados em Jule-buken renas enfeitados com sinos e laços. Para outros existe uma relação na tradução do Velho Noel e a deusa norueguesa do lugar, Hertha ou Percht, que como Santa Claus entrava e saia pelas chaminés durante o solstício de inverno.
Essas figuras juntaram se com São Nicolau, bispo de Mira, região ao sudoeste da Ásia (Turquia), no século III que tinha especial cuidado com os meninos e necessitados. Ele que saía pelas noites percorrendo as cidades e levando presentes aos vizinhos e dando bons conselhos.O dia 6 de dezembro era a ele dedicado. Sua fama estendeu-se até os lapões e samoedos que habitavam na região das renas, e foi convertido no patrono de muitas cidades européias. Alemanha e Holanda foram os países onde mais rápido se estabeleceu a celebração de São Nicolau.
Os holandeses introduziram a tradição nos EUA e o fizeram patrono da ilha de Manhattan, a Nova Amsterdam, como chamaram os holandeses a Nova York quando a fundaram no século XVIII. A figura era do gordo sorridente de bochechas rosadas cativou e sua mitra episcopal logo se transformou em gorro, conservando a cor vermelha das vestimentas. Vieram depois o saco de brinquedos, e o cavalo cinzento se transformou em um trenó puxado por oito renas. O santo em holandês se chamava Sinter Klass, que para os meninos de língua inglesa logo mudou para Santa Claus e no Caribe o chamaram "Santicló" com acento francês. Na França o nome se transformou em Papá Noel, pela tradição de dar presentes no Natal (Noel).
Recorrendo a Câmara Cascudo vemos que o Papai Noel veio para o Brasil na segunda década do século XX e sua vulgarização acontece após 1930 sempre por obrigação formal nos festejos natalinos de iniciativa oficial e letrada, mas jamais popular. “Sem a mais remota e fortuita ligação com o ciclo de Natal católico da Espanha e Portugal, fontes do culto no Brasil, é de efeito mais hilariante que venerando na apreciação coletiva”.
A função do Papai Noel é o de distribuir presentes, porém temos as seguintes tradições: os trazidos São Nicolau, no dia 6 de dezembro ou entregues no dia 6 de janeiro, dia da Epifania, seguindo a tradição dos magos (tradição essa muito presente entre os descendentes de portugueses, em especial no sul do país). A outra tradição é a dos romanos que desejavam boa sorte durante as festas saturnais, no dia 25 de dezembro, dia que o mundo cristão celebra o Nascimento de Jesus. Algumas culturas dão os presentes na vigília de Natal, no dia 24 de dezembro. Cada tradição fala de um doador diferente: o Menino Jesus, Santa Claus, o Velho Noel, Befana ou Bufana (a figura feminina de Santa na ltália, que popularmente também pode ser conhecida como mulher de Papai Noel, esta tradição é muito encontrada entre os descentes de italianos no sul do país, em especial nas comunidades da cidade de São Paulo), os três magos, os gnomos de Natal, Kolyada (na Rússia), os Joulupukki ( na Finlândia).
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
SUPERMERCADOS DA FÉ
O rabino Nilton Bonder faz uma crítica aos livros de auto-ajuda no lançamento O sagrado,
que ele autografa nesta quinta, dia 06, a partir das 19h30, na Travessa do Shopping Leblon.
A idéia de escrever O sagrado surgiu do espanto do autor diante do sucesso de livros que oferecem um segredo capaz de mudar a vida das pessoas. Para Bonder, a busca incessante pela plena satisfação do desejo leva ao que ele chama de ‘religião dos indivíduos’, propalada pelos livros de auto-ajuda e tão em voga na atualidade. Na comparação do autor, esses livros são como pizza – saborosos, mas nem um pouco saudáveis. A auto-ajuda transformou a religião num bem de consumo, e reduziu os mistérios do universo a um grande supermercado da fé.
Segundo Nilton Bonder, o verdadeiro segredo, camuflado pelos livros de auto-ajuda, é ter consciência das limitações; é questionar o desejo como fonte absoluta de bem-estar, ao invés de simplesmente tentar preenchê-lo; é a possibilidade de fazer parte de um projeto maior, que conecta o homem ao resto da humanidade. “Não somos um fim, somos um meio pelo qual se dá um projeto muito além de nossa biografia individual. E essa não é uma má notícia. Ser parte e não a integralidade nos aproxima da realidade e possibilita a experiência do sagrado - de ser especial não como algo isolado, independente, mas inserido na Árvore da Vida”, conclui. "
Lançamento: O sagrado, Nilton Bonder
BEM-SUCEDIDA CONTINUAÇÃO DE E O VENTO LEVOU SAI PELA ROCCO
MELHOR MORRER DE VODCA, QUE DE TÉDIO
de VLADIMIR MAIAKOVSKI pela MARTINS EDITORA
POETA É ALGO QUE MORRE MUITO
por Eduardo Cruz
Desgraças à parte, nossos poetas românticos e boêmios eram dados a morrer de tuberculose, doença essa que grassava nas rodas da extravagância. Mas outros optaram por vias menos naturais e mataram-se. Em todos os tempos e todos os países isso vinha acontecendo, que o diga Goethe quando criou o seu jovem Werther. Que o diga os novos poetas (os neo-byronianos) góticos e outros tantos, em todas as épocas de nossa lira literária.
O escritor J.Toledo teve a ousadia de preparar o seu "Dicionário de Suicidas Ilustres" (editora Record) que relaciona personagens reais e da ficção que chegaram às vias de fato (às vezes malogradamente). Sem querer fazer apologia, metodicamente ele vai resgatando os nomes desses que desistiram da vida. Descobrimos por exemplo que Ruy Apocalypse, poeta e cronista mineiro (1934-1967), radicado em São Paulo, era um boêmio inveterado, morava só, na Rua Conselheiro Nébias, e o isolamento da grande cidade o induziu ao alcoolismo descontrolado e crônico que lhe acarretou diversos problemas profissionais. Em uma madrugada, atirou-se debaixo de um ônibus.
Outro poeta que não resistiu à boemia e depressão foi o português Mário de Sá-Carneiro. Nasceu em 19 de maio de 1890 em Lisboa, e teve como grande amigo Fernando Pessoa. É copiosa sua correspondência que relata suas dificuldades emocionais. Aos "26 anos incompletos retornou a Paris, sofreu uma crise moral e financeira, abandonou os estudos, brigou com o pai e passou a levar a vida boêmia da cidade". Conta-se que uma noite, em desespero, vestiu um smoking, trancou-se no quarto do hotel, deitou-se e envenenou-se com uma dose titânica de arsênico. Antes de se matar, enviou poesias inéditas à Pessoa, publicadas depois em 1937 com o título "Indício de Oiro".
Da Rússia temos o exemplo de Wladimyr Maiakovski, nascido em 19 de julho de 1893 em Bagdadi, e suicida-se em 14 de abril de 1930, em Moscou. Viveu intensamente, escandalizou, foi verdadeiramente revolucionário, na poesia, teatro e até cinema. Matou-se após concluir seu poema "A Plenos Pulmões". Curiosamente a sua frase, é melhor morrer de vodca do que de tédio, pareceu ser adequada para um poeta e músico punk, John Simon Ritchie, mais conhecido como Sid Vicious da banda inglesa Sex Pistols. No dia 2 de fevereiro de 1979, aos 24 anos, escreveu o seguinte poema dedicado ao grande amor de sua vida, Nancy, que havia morrido de overdose – "Você era minha menininha/e eu conhecia seus medos/ tanta alegria tê-la em meus braços/ e beijar suas lágrimas/ Mas agora você foi embora/ Só ha dor/e não posso fazer nada/ não quero viver essa vida/ se não posso vive-la com você". E suicidou-se ingerindo uma overdose de cocaína com vodca.
MINHA DESCOBERTA DA AMÉRICA
MAIAKOVSKI, VLADIMIR
"Em 1925, ainda na época da Nova Política Econômica (1921-25) que deu breve respiro à União Soviética, antes de ser substituída pela economia stalinista dos planos qüinqüenais, o poeta, escritor e performer Vladímir Maiakóvski, ardoroso intérprete cultural de sua pátria, empreendeu uma jornada de três meses à América Central e do Norte. Neste livro, traduzido diretamente do russo pela primeira vez no Brasil, Maiakóvski descreve de maneira viva e peculiar os passos dessa sua viagem: Havana, Cidade do México, Nova York, Chicago, Detroit desfilam sob seu olhar penetrante, que sabe captar o essencial sem perder de vista outros tempos e outros lugares. "
Número de páginas: 120
Editora: MARTINS EDITORA
O PRESÉPIO (cont...)
Lucas, o Evangelista escreve que “Deu à luz a seu filho primogênito. Envolveu-o em panos e colocou-o num presépio, porque não encontraram lugar na hospedaria.”. O presépio aparece também no texto do profeta lsaías (1,3) quando Deus se queixa de que "o boi conhece a seu amo e o asno conhece o presépio de seu senhor, mas Israel não me conhece, meu povo não se recorda de mim". E daí aparecem os dois animais míticos.
Mas foi São Francisco de Assis, por meio da representação da cena da natividade, (o presépio) que tentou de forma visual passar para os camponeses o mistério da noite de Natal. O costume difundiu-se por toda a Europa já não mais a representação sendo necessária para a instrução dos adultos na história do Natal, mas como uma decoração para a ocasião e para aproximar as crianças. Tínhamos então a representação do presépio como um estábulo, incluindo a mula, o boi, e com a visita dos magos e pastores. A representação se apoia em trechos bíblicos. Então podemos dizer que o presépio tem origem como a recriação do Natal na Terra Santa feita por São Francisco na sua aldeia, em 1224. A reprodução da cena da natividade precisou autorização papal, e passou a ser comum nos conventos, utilizando-se figuras de madeira pintadas.O costume foi-se expandido até às dimensões atuais. Conclusivamente o presépio é por fim um dos poucos símbolos de origem cristã utilizados no Natal. No Brasil os presépios tiveram grande aceitação popular e foram sendo absorvidos pela cultura popular e pelos artesãos. Hoje temos presépios de palha de milho, madeira e principalmente de barro.
Estudiosos afirmam que a arte cristã primitiva representa os magos do Novo Testamento com indumentária persa e chamar os magos de reis é fruto da imaginação e da devoção popular, pois seus turbantes nas cabeças pareciam coroas.E as representações dos magos diante o presépio aparecem muito antes que as dos pastores, com desenhos que datam do século IV nas catacumbas dos santos Pedro e Marcelino, acompanhando os magos.
domingo, 2 de dezembro de 2007
O NATAL ENTRE NÓS
Os portugueses também apresentam diversas facetas folclóricas nas comemorações natalinas e por isso mesmo, vamos observar a cada passo uma grande variedade de tendências para os ritos e formas de festejar o evento natalino.
É interessante transcrevermos aqui um trecho de texto escrito pelo padre Francisco Manuel Alves Abade de Baçal. 1934 -"Em algumas terras bragantinas começam as festas de natal no dia 13 de Dezembro com bailados acompanhados de constantes libações nineácias. Na noite de consoada (24 de Dezembro) esfusia o entusiasmo por toda a parte. A lareira é bem fornida de lume de que se guarda o melhor tição para acender pelo ano adiante quando surjam trovoadas para evitar que danifiquem os frutos. Vai-se depois à "missa do galo" e beija-se o Deus-menino. Seguem-se os festejos de Santo Estevão a 26 de Dezembro; de S.João, a 27; de S.Silvestre, a 31; do ano-novo, a 1 de Janeiro; e dos Reis a 6. Estes usos derivaram-se da Saturnália, celebrada pelos romanos durante 8 dias, começados a 17 de Dezembro convivendo fraternalmente ricos e pobres e sendo estes servidos à mesa por aqueles num ambiente de igualdade entre os homens, em memória da idade áurea simbolizada por Saturno. A esta folgança agregaram-se as Juvenais, festas celebradas pela gente moça no dia 24 de Dezembro, com lautas patuscadas, além de que no dia 21 do mesmo mês se sacrificava a Vênus, cujos cultos sempre tiveram muito de brincalhões. Estes costumes atingiram o apogeu na Idade Média com a "festa dos loucos" que era celebrada por clérigos de ordens menores, diáconos e sacerdotes, durante 12 dias, ou seja: desde o dia de Natal ao dia de Reis. As grandes fogueiras e a lenha estão relacionadas com os ritos de fogo, celebrados em tempos anteriores ao cristianismo, no solstício do inverno, como culto propriciatório ao Sol."
NATAL
DAS ORIGENS À BRASILIDADE
Esta matéria sobre o Natal, após estafantes pesquisas poderia começar da seguinte maneira: “Cam, filho de Noé, gerou um filho, Ninrode que significa em hebraico, "ele se rebelou" ou "o rebelde".Depois de Ninrode morrer, Semiramis , sua mãe, criou o mito da sua sobrevivência pós-morte, ao afirmar que ele era agora um espírito, alegando que um pinheiro cresceu na madrugada de um pedaço de árvore morta. Todos os anos, por ocasião do seu aniversário, Ninrode (em espírito) visitava o pinheiro e deixava nele oferendas na data que coincide com o nosso 25 de Dezembro. Por outro lado, no Egito acreditava-se que Horus, filho de Isis nasceu no dia 25 de Dezembro do nosso calendário. Só por aí, já deu para entender o que nos aguarda? Nosso Natal, como comemoração tem muito mais origens obscuras do que imaginamos e mais que isso, no caldeirão de nossa formação acaba se transformando em um verdadeiro Natal à brasileira , no qual é até divertido identificar as reais origens dos costumes.
Na verdade, podemos afirmar que a festa do Natal é muito mais antiga do que a cristandade e remonta ao paganismo contendo em si uma simbologia toda alheia ao dogma cristão a começar pela data, uma vez que Jesus, historicamente, não deve ter nascido realmente aos 25 dias de dezembro. Foi no Concílio de Nicéia, cerca de 400 anos após o nascimento e morte de Jesus, que a Igreja Católica resolveu convencionar o nascimento de Jesus nesta data. Analisando os Evangelhos, de S.Marcos e S. Mateus que relatam a história do nascimento de Jesus, ao contrário do que julgávamos, Ele não teria nascido no inverno, mas sim na Primavera ou no Verão, pois os pastores não guardariam os rebanhos nos montes com o rigor daquela estação.
A escolha de 25 de Dezembro não foi arbitrária. Colocando o nascimento de Cristo na data das festividades pagãs do solstício do Inverno, a Igreja Cristã tinha a esperança de as absorver e o que aconteceu na verdade foi a absorção de muitas de suas ritualísticas e simbologias.
Como sabemos, os adoradores do sol remontam às épocas mais antigas da História da humanidade (os egípcios ao deus Ra, os assírios ao deus Shamash e ainda os celtas e gauleses ao deus-sol).Também os persas tinham deuses inspirados no sol como o deus Agni. Estudiosos contam que no dia 24 de Dezembro queimavam o seu deus manufaturado de um tronco de árvore; isso depois de já terem feito outro que repunham no lugar do anterior no dia que corresponde ao nosso 25 de Dezembro. As civilizações gregas e romanas tinham em suas tradições as celebrações saturnais, que consistiam em festejos dedicados ao deus-sol, denominados Nataalis Solis Invicti, ou o nascimento do sol invencível.
Os estudiosos bíblicos consideram que Jesus, o verdadeiro Messias, não nasceu em 25 de dezembro. Os apóstolos e a Igreja primitiva jamais celebraram o nascimento de Cristo nesta data e em nenhuma outra e que não existe na Bíblia ordem ou instrução alguma para fazê-lo. Porém, existe sim, a ordem de observarmos a Sua morte ( I Co 11:24-26 ; Jo 13:14-17).
Os esotéricos e místicos lembram que além dos principais costumes natalinos de cada povo, tem-se adotado outros que são de origem pagã. Um exemplo é a coroa verde adornada com fitas e bolas coloridas que enfeitam as portas de tantos lares que é de origem pagã e remonta aos costumes pagãos de se adornar edifícios e lugares de adoração para a festividade que se celebrava ao mesmo tempo do Natal.
Antes do século IV, período em que os cristãos não eram livres para cultuar abertamente, recorriam a pequenas reuniões nas casas ou catacumbas. O Natal e a Epifania eram celebrados conjuntamente no dia 6 de janeiro porém, depois da conversão do imperador Constantino e de seu edito de Milão no ano 313, os cristãos passaram a celebrar seus cultos abertamente e a comemorar o Natal como festa separada.
Consta na Enciclopédia Americana que "uma festa foi estabelecida em memória do nascimento de Cristo no século IV. No século V a igreja ocidental deu ordem para que fosse celebrada, para sempre, no dia da antiga festividade romana em honra do nascimento do sol, por não se conhecer ao certo o dia exato do nascimento de Cristo."
Foi no ano 527 o imperador Justiniano mudou a sede do império para Roma e com esta mudança muitas coisas modificaram-se na Igreja Católica e principalmente o que se refere a primazia dada ao bispado, causa do grande cisma. Ele decretou então que se celebrasse a festa do Natal a 25 de Dezembro.