domingo, 2 de dezembro de 2007

NATAL


NATAL
DAS ORIGENS À BRASILIDADE
Por Eduardo Cruz e Myrtha Ratis

Esta matéria sobre o Natal, após estafantes pesquisas poderia começar da seguinte maneira: “Cam, filho de Noé, gerou um filho, Ninrode que significa em hebraico, "ele se rebelou" ou "o rebelde".Depois de Ninrode morrer, Semiramis , sua mãe, criou o mito da sua sobrevivência pós-morte, ao afirmar que ele era agora um espírito, alegando que um pinheiro cresceu na madrugada de um pedaço de árvore morta. Todos os anos, por ocasião do seu aniversário, Ninrode (em espírito) visitava o pinheiro e deixava nele oferendas na data que coincide com o nosso 25 de Dezembro. Por outro lado, no Egito acreditava-se que Horus, filho de Isis nasceu no dia 25 de Dezembro do nosso calendário. Só por aí, já deu para entender o que nos aguarda? Nosso Natal, como comemoração tem muito mais origens obscuras do que imaginamos e mais que isso, no caldeirão de nossa formação acaba se transformando em um verdadeiro Natal à brasileira , no qual é até divertido identificar as reais origens dos costumes.

Na verdade, podemos afirmar que a festa do Natal é muito mais antiga do que a cristandade e remonta ao paganismo contendo em si uma simbologia toda alheia ao dogma cristão a começar pela data, uma vez que Jesus, historicamente, não deve ter nascido realmente aos 25 dias de dezembro. Foi no Concílio de Nicéia, cerca de 400 anos após o nascimento e morte de Jesus, que a Igreja Católica resolveu convencionar o nascimento de Jesus nesta data. Analisando os Evangelhos, de S.Marcos e S. Mateus que relatam a história do nascimento de Jesus, ao contrário do que julgávamos, Ele não teria nascido no inverno, mas sim na Primavera ou no Verão, pois os pastores não guardariam os rebanhos nos montes com o rigor daquela estação.

A escolha de 25 de Dezembro não foi arbitrária. Colocando o nascimento de Cristo na data das festividades pagãs do solstício do Inverno, a Igreja Cristã tinha a esperança de as absorver e o que aconteceu na verdade foi a absorção de muitas de suas ritualísticas e simbologias.
Como sabemos, os adoradores do sol remontam às épocas mais antigas da História da humanidade (os egípcios ao deus Ra, os assírios ao deus Shamash e ainda os celtas e gauleses ao deus-sol).Também os persas tinham deuses inspirados no sol como o deus Agni. Estudiosos contam que no dia 24 de Dezembro queimavam o seu deus manufaturado de um tronco de árvore; isso depois de já terem feito outro que repunham no lugar do anterior no dia que corresponde ao nosso 25 de Dezembro. As civilizações gregas e romanas tinham em suas tradições as celebrações saturnais, que consistiam em festejos dedicados ao deus-sol, denominados Nataalis Solis Invicti, ou o nascimento do sol invencível.
Os estudiosos bíblicos consideram que Jesus, o verdadeiro Messias, não nasceu em 25 de dezembro. Os apóstolos e a Igreja primitiva jamais celebraram o nascimento de Cristo nesta data e em nenhuma outra e que não existe na Bíblia ordem ou instrução alguma para fazê-lo. Porém, existe sim, a ordem de observarmos a Sua morte ( I Co 11:24-26 ; Jo 13:14-17).
Os esotéricos e místicos lembram que além dos principais costumes natalinos de cada povo, tem-se adotado outros que são de origem pagã. Um exemplo é a coroa verde adornada com fitas e bolas coloridas que enfeitam as portas de tantos lares que é de origem pagã e remonta aos costumes pagãos de se adornar edifícios e lugares de adoração para a festividade que se celebrava ao mesmo tempo do Natal.

Antes do século IV, período em que os cristãos não eram livres para cultuar abertamente, recorriam a pequenas reuniões nas casas ou catacumbas. O Natal e a Epifania eram celebrados conjuntamente no dia 6 de janeiro porém, depois da conversão do imperador Constantino e de seu edito de Milão no ano 313, os cristãos passaram a celebrar seus cultos abertamente e a comemorar o Natal como festa separada.
Foi o papa Júlio I (337-352) quem escolheu o dia 25 de dezembro não só porque algumas antigas tradições apontavam essa data como a do nascimento de Cristo. Na Palestina e no Egito a festa demorou mais tempo a ganhar raízes. São do ano de 432 os primeiros testemunhos da festa de Natal em Alexandria e é só pelos anos 634 ou 638 é que a festa de 25 de Dezembro tomou forma definitiva em Jerusalém. Consta que em Constantinopla o Natal foi instituído por volta do ano de 386. Foi João Crisóstomo, ainda diácono, quem deu a grande novidade ao povo anunciando que naquele ano se começaria a celebrar em 25 de Dezembro a festa do nascimento de Cristo. Mais tarde, no ano 425, a festa passou a fazer parte dos dias em que eram proibidos os jogos. O papa Leão I, o Grande; (440 a 461), no seu sermão 22 sobre a "Natividade do Senhor" repreendia os cristãos a "não confundirem Cristo com os sóis naturais".
Consta na Enciclopédia Americana que "uma festa foi estabelecida em memória do nascimento de Cristo no século IV. No século V a igreja ocidental deu ordem para que fosse celebrada, para sempre, no dia da antiga festividade romana em honra do nascimento do sol, por não se conhecer ao certo o dia exato do nascimento de Cristo."
Foi no ano 527 o imperador Justiniano mudou a sede do império para Roma e com esta mudança muitas coisas modificaram-se na Igreja Católica e principalmente o que se refere a primazia dada ao bispado, causa do grande cisma. Ele decretou então que se celebrasse a festa do Natal a 25 de Dezembro.

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