segunda-feira, 18 de agosto de 2008

O Totem do lobo


de Jiang Rong

Na década de 1960, em plena Revolução Cultural da China, o jovem estudante Chen Zhen parte para as estepes do Olonbulag, na Mongólia Interior. Sob a tutela do sábio Bilgee, Chen aprende muito mais do que pastorear ovelhas: ele descobre como superar as dificuldades da vida nômade e a sinergia milenar que une o povo aos lobos selvagens.

Fascinado pela relação entre os homens e esses animais temidos e idolatrados, Chen compreende a rica relação espiritual que existe entre esses adversários e o que cada um pode aprender com o outro.

No entanto, a paz da existência solitária de Chen é destruída quando membros da República Popular formam multidões nas cidades para levar modernização e produtividade aos campos, interrompendo o delicado equilíbrio entre os habitantes das estepes.

Usando o lobo como metáfora, Jiang Rong constrói uma linda história, que é também uma dura crítica aos ideais da revolução, expondo a grave ferida aberta na cultura milenar que o estudante Chen aprendeu a amar e defender.

Com mais de 5 milhões de exemplares vendidos na China, O totem do lobo é um belo e comovente retrato de uma terra e uma cultura que não existem mais e, ao mesmo tempo, uma revelação fascinante da visão do país sobre si mesmo, sua história e seu povo.

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"Ganhador do Man Asian Literary Prize de 2007, O totem do lobo é um fenômeno literário na China, trazendo um vívido retrato da cultura, da espiritualidade, da ética e do estilo de vida dos últimos nômades da Mongólia Interior." Los Angeles Times "O totem do lobo conquistou a aclamação da crítica e do público por suas reflexões provocantes sobre a cultura e a sociedade chinesas." International Herald Tribune

Durante os anos 1960, Chen Zhen, chinês da etnia han – a dominante no país –, se exila nas estepes mongóis para fugir dos efeitos da Revolução Cultural, um verdadeiro golpe na alma do povo que vivia de acordo com a tradição e a cultura milenares da China.

Entre os pastores nômades e sua relação quase sobrenatural com a natureza, Chen redescobre o sentido da liberdade, da espiritualidade e do respeito – até que os braços da Revolução chegam aos campos e ameaçam a paz e o equilíbrio entre os humanos e os lobos das estepes.

De acordo com as lendas mongóis, o lobo é o único predador terrestre que conseguiu prosperar por milhares de anos – e por isso se tornou amado e temido pelo povo. É essa relação entre homem e animal que constitui o núcleo real e metafórico deste romance, que apresenta o lobo como um antídoto contra tudo o que adoece a sociedade chinesa.

Nas entrelinhas da trajetória de Chen, Jiang Rong critica a sociedade, a revolução e, principalmente, a postura dos han, que em sua avidez por crescimento e riqueza foram responsáveis por uma das mais dramáticas passagens da história da China.

Quase um romance autobiográfico – já que o autor viveu experiências muito semelhantes às do protagonista Chen –, O totem do lobo é um poderoso instrumento de reflexão sobre a China moderna, seu futuro, seu passado e as cicatrizes que o tempo não apagou.

O autor

Jiang Rong nasceu em Jiangsu, em 1946. Em 1966 ingressou na Academia Central de Belas-Artes, mas teve seus estudos interrompidos pela Revolução Cultural. Aos 21 anos, ofereceu-se como voluntário para trabalhar na Mongólia Interior, onde viveu com os nômades nativos por 12 anos. Durante esse tempo, ele aprofundou seus estudos sobre a história, a cultura e as tradições mongólicas, desenvolvendo um fascínio particular pela mitologia que cercava os lobos das estepes.

Em 1978 retornou a Pequim e formou-se em Ciências Sociais. Jiang trabalhou como professor universitário até se aposentar, em 2006.


Um lançamento da






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