terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Madame Freud
























Madame Freud: um retrato íntimo
e revelador do pai da psicanálise
pelo olhar de sua esposa

de Nicolle Rosen

214 páginas

“Queria compreender por que renunciei, por toda minha vida, a pensar por mim mesma, a decidir meu destino. Por que me devotei completamente a uma vida e à execução de uma obra que não eram minhas.”

Essas são as questões que se impõem a Martha, a viúva de Sigmund Freud, ao longo da correspondência que, no fim de sua vida, na solidão de seu exílio em Londres, ela troca com uma jornalista americana.

Ao confiar a essa estrangeira a narrativa de sua existência, Martha passa a ver sob uma nova luz os 53 anos passados à sombra do grande homem. Aquela que os biógrafos de Freud retrataram como a melhor das esposas percebe, pouco a pouco, a medida de sua submissão. Devia aceitar apagar-se ao lado do marido, diante da irmã e da filha caçula? Era preciso, para agradá-lo, que ela renunciasse à sua religião? Nicolle Rosen, escritora e psicanalista francesa, dá voz a quem sempre se conformou com o silêncio, permitindo que Martha se deite pela primeira vez no divã.

Passando a palavra a Martha, este livro faz dela uma testemunha privilegiada da vida de Freud em primeiro lugar – de quem ela traça um retrato sem complacência –, da invenção e do desenvolvimento da psicanálise e ainda de um tempo que viu mudar a face do mundo. Pouco a pouco, vai-se revelando o ego gigantesco de seu marido, que se ressentia da menor demonstração de autonomia por parte de seus alunos e familiares. Mas este livro é, antes de tudo, um trabalho de memória, comparável à psicanálise, que permite ao sujeito enfim falar de si.


Na verdade Marta Freud entra para a história por ter renunciado a quase tudo, principalmente a si mesma, às suas convicções, à sua crença religiosa (era de família judaica), à sua capacidade intelectual de debater com o próprio marido sobre o que ele ia descobrindo –no momento que nascia a psicanálise.

O jargão é que por detrás de um grande homem está sempre uma grande mulher. Tendo crescido no seio de uma ortodoxa família judaica, viveu um apaixonado noivado como Freud descobrindo mais tarde os seus ciúmes obsessivos e a frieza com que se concentrava no trabalho. Ela será sempre a esposa.Martha casou com Sigmund Freud em 1886.

A AUTORA

Nicolle Rosen, romancista e psicanalista francesa, procura a voz de quem sempre se conformou ao silêncio. Pelo seu olhar conhecemos também um outro Sigmund Freud.

um lançamento da

Nenhum comentário: