quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

PARA SEMPRE - MAYSA





















Comecei verdadeiramente a mergulhar no universo de Maysa quando na extin
ta revista Fatos&Fotos da Editora Bloch escrevi um ensaio sobre "O destino trágico de nossas musas". Lá traçava um paralelo sobre nossas paixões e como elas tão cedo nos deixaram. Foi assim com Dolores Duran, foi assim com Leila Diniz, com Adriana Prieto e é claro com Maysa.

Maysa se foi e nos deixou toda a sua angústia de viver e uma obra musical que merece ser revisitada e estudada. Parecia estar na contramão dos modismos e sequer os arranjos grandiloquentes conseguiam ofuscar sua grave e suas interpretações que muitas vezes pareciam um soco no estômago do mais remperdenido boêmio. Muitos livros de vodka e whiskie depois e com o sulco do dez polegadas já gasto voltamos a "ver" e a ouvir Maysa. E assim , a partir de agora o farão outras gerações.

Maysa Figueira Monjardim Matarazzo ou simplesmente MAYSA nasceu no Rio de Janeiro (Botafogo) em 6 de junho de 1936. Contrariando algumas biografias Maysa nasceu no Rio de Janeiro desse dia às 11:50 horas, na casa de seu avô paterno que era médico e ex-senador e fez o parto. O nome de Maysa é uma mescla dos dois primeiros nomes de uma grande amiga de Dona Inah, Maria Luysa. Com três anos mudou-se para São Paulo. quando seu pai, Fiscal de Rendas, foi transferido para a capital paulista.

O envolvimento com a música, no entanto, veio muito antes, pois desde a adolescência já gostava de cantar em festas familiares, compor algumas músicas (aos 12 anos compôs o samba-canção "Adeus"), além de tocar piano. Em 1956, já grávida de seu único filho, Jayme (o diretor de telenovelas da Rede Globo Jayme Monjardim), conheceu o produtor Roberto Côrte-Real que, encantou-se com sua voz, quis contratá-la imediatamente para gravar um disco. O resto é história.

Cerca de um mês antes de morrer, em 1977, em um trágico acidente na ponte Rio-Niterói, Maysa faria a última anotação em seu diário particular. "Tenho 40 anos, 20 de carreira. Sou uma mulher só. O que dirá o futuro?"

Maysa morreu no Rio de Janeiro, vítima de um acidente na Ponte Rio-Niterói, em 22 de janeiro de 1977.

Discografia

* Convite para ouvir Maysa (1956) RGE 10 polg
* Maysa (1957) RGE LP
* Convite para ouvir Maysa nº 2 (1958) RGE LP
* Convite para ouvir Maysa nº 3 (1958) RGE LP
* Convite para ouvir Maysa nº 4 (1959) RGE LP
* Maysa é Maysa... é Maysa... é Maysa (1959) LP
* Maysa canta sucessos (1960) LP
* Voltei (1960) LP
* Barquinho (1961) Columbia LP
* Maysa, amor... e Maysa (1961) LP
* Canção do amor mais triste (1962) LP
* Maysa (1964) LP
* Maysa (1966) LP
* Canecão apresentação Maysa (1969) Copacabana LP
* Maysa (1969) LP
* Ando só numa multidão de amores (1970) Philips LP
* Maysa (1974) Evento LP
* Para sempre Maysa (1977) RGE LP Álbum duplo
* Convite para ouvir Maysa [S/D] LP
* Maysa por ela mesma (1991) RGE CD
* Canecão apresenta Maysa (1992) Movieplay CD
* Tom Jobim por Maysa (1997) RGE CD
* Barquinho (2000) Sony Music/Columbia CD
* Simplesmente Maysa-Vol. 1 a 4 (2000) CD



OS LIVROS

Maysa: Só Numa Multidão de Amores
de Lira Neto


Biografia que serviu de base para a minissérie da TV Globo, "Maysa: Só Numa Multidão de Amores" (Globo) percorre minuciosamente todas as etapas (e traumas) de uma trajetória marcada por amores, viagens, conflitos com a mídia, tentativas de suicídio, crises de alcoolismo e internações em clínicas para desintoxicação. Do convívio com o pai notívago e hedonista ao casamento com o magnata André Matarazzo (que impunha à esposa o recato das tradições familiares), da identificação visceral com a música romântica à assimilação das novidades estéticas trazidas pela Bossa Nova, Lira Neto compõe uma narrativa em que a fidelidade aos fatos e o exaustivo trabalho de prospecção permitem detalhar também o contexto sociocultural em que Maysa se tornou uma personagem tão célebre .

E MAIS

Na esteira da mini-serie, outros dois livros sobre a cantora acabam de ser relançados: "Maysa" (edição independente, 202 págs.), de José Roberto Santos Neves, e "Meu Mundo Caiu - A Bossa e a Fossa de Maysa", de Eduardo Logullo (Novo Século Editora, 248 págs.).

PODCAST
Ouça Maysa






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