segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO





A PRISÃO


A prisão de Abu Ghraib é um complexo penitenciário com área de 1,15 km² , situado em Abu Ghraib, cidade iraquiana 32km a oeste de Bagdá. Foi construída pelos britânicos quando o Iraque ainda era uma colônia da Grã-Bretanha.

Foi local de torturas em diferentes graus e diferentes momentos: à época da ocupação britânica, sob o governo de Saddam Hussein e, mais recentemente, sob a ocupação da coalizão Estados Unidos da América- Reino Unido, quando se tornou internacionalmente conhecida como lugar de tortura contra prisioneiros iraquianos.

Porém,já no governo Ba'ath de Saddam, foi mencionada algumas vezes pela imprensa ocidental como Saddam's Torture Central (Centro de tortura de Saddam). A prisão ganhou o nome de Baghdad Central Confinement Facility (BCCF) (Instalações do Centro de Reclusão de Bagdá) ou Baghdad Central Correctional Facility (Instalações do Centro de Recuperação de Bagdá), depois que as forças norte-americanas depuseram o governo iraquiano.

Em maio de 2004, um acampamento se instalou em Abu Graib com o intuito de oferecer segurança aos detentos, recebendo o nome de Camp Redemption (Acampamento da Libertação), a pedido de um membro de conselho do governo. O complexo prisional foi construído por empreiteiras inglesas em 1960,ocupando 280 acres (1,15 km²), sendo dotada de 24 torres de vigilância. Com o tamanho de uma pequena cidade, o lugar foi dividido em cinco áreas separadas por muros, para diferentes tipos de prisioneiros. Cada bloco continha uma sala de jantar, sala de orações, área de exercícios e instalações rudimentares de banho. As celas abrigavam mais de 40 pessoas em um espaço de 16 m². Com a queda do governo, em 2003, as cinco áreas foram destinadas prisioneiros estrangeiros, condenados tanto a longas quanto curtas penas, por crimes capitais e crimes "especiais".


Até agosto de 2006, o lugar conhecido como Prisão de Abu Ghraib foi usado pela frente de ocupação norte-americana e o governo do Iraque. A área das instalações conhecida como "o severo lugar" está sob total controle do poder iraquiano e é usada para abrigar criminosos condenados.

As alas de detentos 1 A e 1 B (conhecidas como "hard site", algo como "ala segura") é que gerou o maior número de informações sobre os abusos, com as célebres fotos que foram divulgadas. O restante das instalações foi ocupada pelos militares norte-americanos. Serviu como base de operação e local de detenção. Todos os detentos são abrigados em uma área conhecida como Acampamento Redemption. O acampamento é dividido em cinco níveis de segurança. Este acampamento recentemente construído (verão de 2004) substituiu a estrutura de nível três do Acampamento Ganci, Acampamento Vigilant e Tier 1.

A prisão tinha sido usada como instalações de detenção, mantendo mais de sete mil pessoas até início de 2004. A atual população, todavia, é muito pequena. Isto é, em partes, porque o novo acampamento tinha uma capacidade menor do que o que o Acampamento Ganci. Muitos detentos são enviados de Abu Ghraib para o Acampamento Bucca, por este motivo.

De acordo com a Cruz Vermelha Internacional, aproximadamente 90% das pessoas mantidas presas não são culpadas das alegações e muitas são pegas quase sempre sem motivos pelas patrulhas norte-americanas.

Opiniões declaradas publicamente pelos altos oficiais ingleses e americanos, sugeriam que a prisão deveria ser demolida o mais rápido possível, todavia isto foi rejeitado pelo governo interino iraquiano a "pedido" dos oficiais do governo dos Estados Unidos.

O LIVRO

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO
- Uma história de guerra

Philip Gourevitch
Errol Morris


Páginas - 336

As fotografias das torturas e humilhações impostas a prisioneiros iraquianos por soldados dos Estados Unidos na prisão de Abu Ghraib, no Iraque, estão entre as mais famosas cenas de guerra da história, comparáveis às dos campos de concentração nazistas.

Elas vieram a público pela primeira vez na última semana de abril de 2004, na revista The New Yorker e no programa de tevê 60 Minutes da rede CBS. Imediatamente, foram reproduzidas por meios de comunicação em todo o mundo e se tornaram tema de debate na opinião pública por vários meses.

A gênese do comportamento degradante registrado naquelas imagens é relatada neste livro por meio da história das vidas de seus principais personagens.

Sabrina Harman, Lynndie England, Megan Ambuhl, Charles Graner, Javal Davis eram jovens americanos, aparentemente normais. Responsáveis por milhares de prisioneiros num país que desconheciam por completo, sem nenhum tipo de orientação, controle ou restrições, deram vazão a um sadismo a tal ponto irresponsável que não viram problema em documentar as atrocidades que cometiam nem de aparecer como personagens das cenas de horror, invariavelmente com expressões de alegria, como se tudo não passasse da encenação de um espetáculo.

As imagens de Abu Ghraib são a síntese da Guerra do Iraque. Este livro explica como foi possível chegar a elas. Mais do que a prova de crimes cometidos e da degeneração humana que os permitiu, elas revelam como toda essa operação militar foi marcada por negligência, incapacidade, ignorância, descaso com princípios básicos de procedimento.
De cima a baixo na cadeia de comando - da Casa Branca aos soldados rasos - Gourevitch revela as características da intervenção americana no Iraque, tão bem representadas pelo circo selvagem de Abu Ghraib.

"Este livro realiza o admirável trabalho de situar aquelas fotos (que curiosamente não aparecem no volume) num contexto mais amplo, mostrando que as raízes dessas imagens repulsivas estavam nas decisões tomadas nos mais altos níveis do governo Bush, que deu início à avalanche de torturas ao decidir que não iria seguir as Convenções de Genebra em sua guerra ao terrorismo". - Michiko Kakutani, New York Times

A CRÍTICA

"Precisa ser lido." - Newsweek

"Um dos livros mais devastadores sobre o Iraque." - New York Times Book Review

"Fascinante." - The Economist


UM LANÇAMENTO
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