quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

MOSTRA CYRO MATOSO

De 17 a 19 de dezembro de 2009



Local: Cinemateca de Curitiba



Entrada franca

Classificação livre para todos os filmes



Ciro Jocelim Matoso nasceu em São Paulo e mudou-se ainda jovem com a família para a cidade portuária de Paranaguá. Homem humilde, hoje com setenta e cinco anos de idade, é aposentado pelo IBC (Instituto Brasileiro do Café) e dedica-se exclusivamente à sua grande paixão, o cinema. Seu primeiro contato com a sétima arte deu-se em 1945, quando tinha 8 anos, em um depósito de arroz onde eram exibidos filmes da Segunda Guerra Mundial. Segundo Elmira Nascimento Barroso,85, que foi sua professora na Escola de Aplicação no primário, Ciro já desenhava desde criança e demonstrava grande interesse pelas artes. Figura seminal no meio cultural de Paranaguá, além de cineasta independente é artista plástico. Em meados dos anos setenta também iniciou as encenações da Paixão de Cristo na cidade, reunindo elenco, dirigindo e construindo ele próprio os cenários. Os filmes de Ciro são ansiosamente aguardados pela comunidade por tratarem de temáticas locais. Ciro tentou trabalhar com atores profissionais, mas essa parceria não funcionou pelo fato de os atores tentarem interferir em sua maneira autêntica de realizar as filmagens. O próprio Ciro parece ter parado no tempo, seus filmes têm ritmo lento e retratam a Paranaguá do passado, ele aborda temas como lendas caiçaras e estórias religiosas como o aparecimento da Virgem do Rocio. Ciro é conhecido na cidade pela perseverança com que produz os seus filmes. De forma totalmente intuitiva e independente, ele escreve o roteiro, consegue apoio de comerciantes locais e escala o elenco, em sua grande maioria “não atores” da própria comunidade.

Os filmes de Ciro, antigamente filmados em super 8, atualmente são realizados em uma câmera VHS que é operada pelo próprio diretor. Ciro é batalhador, dribla os obstáculos e faz seus filmes com muita fé, suor e improviso, reacende o sentimento utópico necessário a todos nós, provando que apesar de todas as dificuldades ainda é possível sonhar.




Dia 17:

19:00 - Abertura – Apresentação de Cyro Matoso




19:30 - Exibição do filme Aparição da Virgem do Rocio (PR, 1975 - 30’)

O filme rodado inteiramente em super 8 na década de 70, conta a estória do aparecimento da Virgem do Rocio. Mesclando ficção e documentário o filme além de resgatar a lenda da aparição da Virgem, tem grande importância como documento histórico da Paranaguá dos anos setenta.

20:00 - Comentário "Paranaguá no olhar de Cyro - O cinema como resgate vivo da história" por Francisco Alves dos Santos (crítico e pesquisador) e Fábio Allon (cineasta)

20:20 - Bate-papo com o público



Dia 18:

19:00 - Exibição dos filmes O Estranho Mensageiro (PR, 1977 – 30’)

O Estranho Mensageiro conta a estória de um Andarilho que surge na cidade de Paranaguá. Ajudado por poucos, ele passa fome e sofre diversas humilhações, até que de repente realiza um milagre e chama a atenção de toda a população.

Grazi na terra do King Kong (PR, 1979 -12’`)

Filmado em super 8 “Grazy na terra do King Kong” é uma animação realizada em stop motion. Nesse filme podemos ver o lado artesão de Cyro, que realiza sozinho todas as etapas do filme, do roteiro, a concepção dos cenários, fotografia e a montagem. O filme aborda de forma lúdica os monstros do imaginário infantil.

19:45 - Entrevista com Cyro Matoso (aberta ao público)

20:15 - Comentário " Cinema alternativo - vida e arte em Cyro Matoso" por Aorélio Domingues (músico e artista plástico) e Adriano Esturilho (cineasta)

20:45 - Bate-papo com o público


Dia 19:

19:00 - Exibição do filme O TESOURO MALDITO DOS PIRATAS (BR/PR, 2009 – 30’). Roteiro e direção de Cyro Matoso, com Bruno de Oliveira, Fábio Allon dos Santos, Gilvan Santoamaro e Poro. Sete jovens perdem o emprego por causa da crise mundial, que já chegou ao porto de Paranaguá. Desesperados, se aventuram na busca de um tesouro perdido, que - diz uma lenda local - foi escondido por piratas franceses em 1.718 na Ilha da Cotinga.

19:35 - Comentário "Cinema Artesanal e Popular" por Rafael Urban (jornalista) e Bruno de Oliveira (cineasta)

20:00 - Bate-papo com o público

Nenhum comentário: