quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Quatro ensaios à boca de cena


Quatro ensaios à boca de cena
para uma política teatral e da programação


Fernando Mora Ramos, Américo Rodrigues,

José Luís Ferreira, Manuel Portela

com prefácio de José Gil

21o páginas

O Teatro em Portugal está mais vivo que nunca e promove discussões cortando na própria carne as postas não digeridas por criticos empedernidos. Quisera que o teatro brasileiro assim também estivesse. (E.C.)

"Raramente, em Portugal, se escreveu uma obra como Quatro ensaios à boca de cena, sobre o teatro português. [...] logo de início o leitor recebe um choque – mas um choque que, longe de o deprimir, lhe insufla a força de acreditar nas possibilidades reais de mudança da produção teatral no nosso país. Neste sentido, o que impressiona realmente é a natureza do impulso crítico que anima os autores: não se trata de culpabilizar ou de responsabilizar, antes de tudo, instituições e pessoas mas, ao apontar falhas, de mostrar novos caminhos. Para tanto, é preciso conhecer os meandros mais imprevisíveis e microscópicos que impediram tal e tal experiência de avançar ou de conceber uma política global para o teatro em Portugal. Só quem é capaz de mapear todo esse universo de gestos, às vezes ínfimos, sabe como traçar um outro mapa – o das intensidades necessárias à transformação geral do pensamento e dos comportamentos exigidos para a criação de uma situação inteiramente nova. [...]

Acredito que este livro abrirá a oportunidade para um vasto debate, a nível nacional, sobre o presente e o futuro do teatro no nosso país. Em todo o caso, depois da sua leitura, não será mais possível acantonar a discussão em problemas limitados ou locais: Quatro ensaios à boca de cena mostra que, para esses problemas serem pensados, é necessário situá-los num plano mais vasto, não só num território material (nacional e internacional), mas num território mental - o da natureza e história do teatro e das exigências de um teatro contemporâneo à medida do nosso futuro enquanto colectividade que, através da sua língua e do seu desejo, tenta devir livremente “o que é”. Ouso esperar que, depois da sua recepção pública, nada será como dantes, no mundo do teatro."

José Gil, "Prefácio", in Quatro ensaios à boca de cena

Fernando Mora Ramos
Actor e encenador, inicia-se no TEUM (Teatro dos Estudantes Universitários de Moçambique) em 1972, frequentou o Conservatório Nacional (73/74). Tem um Masters 1 em Estudos Teatrais (Paris III – Sorbonne Nouvelle) e estagiou, como bolseiro da Fundação Gulbenkian, no Piccolo Teatro de Milão (1979/80). Fundou o Teatro da Rainha com o cenógrafo José Carlos Faria em 1985. Foi Director do Centro Regional das Artes do Espectáculo (Évora/Cendrev) e membro da 11ª Comissão para a Reforma do Ensino Artístico. Com Ricardo Pais criou o DRAMAT – Centro de Dramaturgias Contemporâneas, no TNSJ (2000). Foi Director de Programação de Coimbra 2003 – Capital Nacional da Cultura. Tem escrito sobre teatro e política cultural para o jornal Público e para a revista Finisterra.

Américo Rodrigues
É Director do Teatro Municipal da Guarda desde 2005. Licenciado em Língua e Cultura Portuguesa pela Universidade da Beira Interior e Mestre em Ciências da Fala pela Universidade de Aveiro. Foi animador cultural na Casa de Cultura da Juventude da Guarda/FAOJ (1979-1989) e posteriormente na Câmara Municipal da Guarda. Dirigiu vários festivais de música, teatro e performance. Tem ainda uma longa actividade artística como actor e encenador, sendo fundador do Teatro Aquilo e, mais recentemente, do Projéc~. É autor de várias obras de poesia, teatro e crónicas. Foi-lhe atribuído o Prémio Gazeta de Jornalismo Regional e o Prémio Nacional de Jornalismo Regional. O seu interesse actual, como criador, é a poesia sonora e a experimentação vocal.

José Luís Ferreira
Nasceu em 1967, em Coimbra, onde iniciou a sua actividade profissional, em 1991, como Director de Produção do Teatro Académico de Gil Vicente. Coordena, desde 1997, o Departamento de Relações Internacionais do Teatro Nacional São João. Participou na concepção e criação do Festival PoNTI (Porto. Natal. Teatro. Internacional.) e assumiu a sua Direcção Executiva desde a primeira edição, em 1997. Desde 2003, representa o TNSJ na União dos Teatros da Europa. Neste âmbito, participou nos trabalhos de elaboração da Carta Teatral Europeia – Manifesto de Salónica, de que é signatário. Organizou em 2007 o encontro ‘Teatro Europa’, colóquio internacional sobre a relação entre a criação teatral e o desenvolvimento de políticas públicas no domínio cultural.

Manuel Portela
Professor do Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Foi Director do Teatro Académico de Gil Vicente, em Coimbra, entre 2005 e 2008. Publicou em 2003 O Comércio da Literatura: Mercado e Representação, um estudo sobre o mercado literário inglês no século XVIII. É autor de diversas traduções, incluindo Cantigas da Inocência e da Experiência, de William Blake (1994 e 2007), e A Vida e Opiniões de Tristram Shandy, de Laurence Sterne (2 vols, 1997-98), pela qual recebeu o Grande Prémio de Tradução. Nos últimos anos tem investigado a digitalização da literatura, tendo criado diversos programas de ensino no domínio das humanidades digitais. É autor do sítio DigLitWeb: Digital Literature Web (2005-2009).

Um lançamento da





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