segunda-feira, 14 de junho de 2010

Baladeva Vidyabhusana, o Vedantista Gaudiya - 2







Baladeva Vidyabhusana, The Gaudiya Vedantist

Dayananda dasa e Nandarani devi dasi



parte 2 de 2



Resumo da Parte 1



No começo do século XVIII, após vigoroso estudo da filosofia Vedanta, Baladeva Vidyabhusana aceitou os ensinamentos do Senhor Caitanya como a mais elevada revelação da Verdade Absoluta. Enquanto isso, uma seita no Rajastão conhecida como os Ramanandis estava questionando a autenticidade do movimento do Senhor Caitanya. Embora os Ramanandis estivessem florescendo sob o patronato do rei Jai Singh, o rei favoreceu os Gaudiyas (seguidores do Senhor Caitanya) e era devoto de Govinda, uma de suas principais Deidades.



Os Ramanandis alegaram que os seguidores do Senhor Caitanya eram externos às quatro linhas (sampradayas) discipulares reconhecidas, em razão do que não tinham posição válida. Se os Gaudiyas fracassassem na defesa da legitimidade do movimento do Senhor Caitanya, eles poderiam perder toda respeitabilidade e até mesmo o direito de adorar Govinda. Visvanatha Cakravarti Thakura, o líder dos Gaudiyas em Vrndavana, viram em Baladeva o qualificado defensor do Vaisnavismo Gaudiya.


Parte 2



Jai Singh preparou-se para o confronto religioso que ele sabia ser inevitável. Ele reuniu e estudou os escritos da seita Gaudiya e os comparou aos escritos de outras sampradayas Vaisnavas. Ele estudou o Bhagavata Purana e seus comentários de Sridhara Svami, Sanatana Gosvami e Jiva Gosvami. Ele entregou-se ao estudo do Vedanta-sutra e de seus comentários compostos por Sankara, Ramanuja, Madhva, Vallabha e Nimbarka. Ele também examinou as obras de Sanatana Gosvami, Rupa Gosvami, Gopala Bhatta Gosvami, Jiva Gosvami e Krsnadasa Kaviraja Gosvami, os principais teólogos da escola Gaudiya. E ele leu o Gita-govinda, de Jayadeva, a poesia que frequentemente evocou expressões de amor extático em Caitanya Mahaprabhu.



Jai Singh queria conciliar as diferenças entre as principais seitas do Vaisnavismo. Ele acreditava que essas diferenças não tinham base filosófica, logo porfiar continuamente não seria de nenhuma utilidade real. Tendo completado sua pesquisa, ele compôs uma tese intitulada Brahma-bodhini, advogando a unidade dos Vaisnavas.



A atração do rei por Krsna havia sido despertada durante sua primeira visita a Vrndavana, como uma criança de sete anos de idade. Ele fora convidado a ir para lá por seu pai, o comandante militar do distrito, o qual havia sido encarregado de proteger as caravanas entre Agra e Mathura. A partir dessa pouca idade, Jai Singh passou a considerar-se devoto de Krsna. Agora, seu estudo dos escritos dos Gosvamis de Vrndavana cristalizou seus sentimentos. Sua devoção a Radha e Krsna, porém, seria testada pelos Ramanandis.



“Os Gaudiyas não devem adorar Radha e Krsna juntos”, os Ramanandis disseram-lhe. “Radha e Krsna não são casados. Não há precedentes dEles sendo adorados juntos! Sita e Rama ficam juntos, e Laksmi e Narayana, porque são casados. Radha e Krsna, contudo, não são casados”.



Agora os Ramanandis estavam incrementando a contenda. Eles não apenas criticaram a linhagem Gaudiya, mas também apontaram uma falha no método Gaudiya de adoração. Os Ramanandis exigiram que Radha fosse removida do altar principal e colocada em outra sala, para ser adorada separadamente.



Jai Singh enviou sua palavra aos mahantas (autoridades religiosas) dos templos Gaudiyas. “Vocês têm de preparar uma resposta às críticas verbalizadas pelos Ramanandis do vale Galta. Sou simpático à filosofia e à prática de vocês, mas sua resposta deve ser adequada para silenciar os panditas Ramanandis, ou então serei forçado a separar Radha de Krsna”.



Os mahantas dos quatro principais templos Gaudiyas de Amber enviaram sua resposta por escrito. Eles explicaram que Rupa, Sanatana e Jiva Gosvamis compartilhavam da mesma opinião acerca de Radha e Krsna: Eles podiam ser adorados ou como casados (svakiya-rasa) ou como solteiros (parakiya-rasa), dado que ambos esses passatempos (lila) são eternos. A adoração de Krsna em qualquer lila é adequada para o estabelecimento da relação eterna de um devoto com o Supremo.



Os Ramanandis rejeitaram esses argumentos. Lutando por seu poder religioso e político, eles novamente buscaram por Jai Singh.



Como Radha e Krsna não eram casados, os Ramanandis queixaram-se, adorá-lOs juntos era mostrar condescendência com a relação questionável dEles. Os Ramanandis também criticaram os Gaudiyas por adorarem Krsna sem antes adorarem Narayana.



A fim de apaziguar os Ramanandis, Jai Singh disse-lhes que iria solicitar aos Gaudiyas que deixassem a Deidade de Radharani em uma sala separada. Ele também lhes pediria que explicassem sua transgressão da etiqueta Vaisnava negligenciarem a adoração a Narayana, e solicitaria que provassem sua conexão com a Madhva-sampradaya.

Visvanatha Encarrega Baladeva



Visvanatha Cakravarti, um estudioso de grande renome, viveu em Vrndavana nessa época. Visvanatha nasceu em 1646, em uma vila bengali chamada Saidabad, onde passou os primeiros anos de sua vida. Assim como outros jovens aspirantes à vida renunciada, Visvanatha teve problemas com sua família, a qual lhe prometeu em casamento ainda jovem de modo a prendê-lo na vida doméstica. Como um jovem casado, Visvanatha estudou extensivamente, e, enquanto vivia com sua família em Saidabad, escreveu brilhantes comentários a escrituras Vaisnavas.

Durante sua vida em Saidabad, Visvanatha recebeu iniciação de Radha-ramana Cakravarti e estudou o Srimad-Bhagavatam e outras escrituras Vaisnavas com o pai de Radharamana, Krsnacarana Cakravarti. Radha-ramana era distanciado por três gerações do principal preceptor de sua linha, Narottama dasa Thakura.



Por fim, Visvanatha deixou sua família e partiu para Vrndavana, onde viveu no Radha-kunda. Ele aceitou formalmente as vestes de um renunciante e passou então a ser conhecido como Harivallabha. Ele continuou a escrever e a pregar, e, por fim, tornou-se o líder da comunidade Gaudiya em Vrndavana.



Quando ocorreu o evento de Govinda mudar-Se para o Rajastão em 1707, Visvanatha tinha mais de sessenta anos. O idoso erudito acompanhou interessado os desenvolvimentos em Amber. O que se daria com Govinda e Seus sacerdotes naquele ambiente pluralístico, no vórtice das forças opostas da devoção do jovem rei, do antagonismo dos Ramanandis, e da presença ameaçadora de muitíssimas seitas?



Visvanatha regularmente comunicava-se com os mahantas dos templos Vaisnavas em Amber. Conquanto ele houvesse esperado por problemas com os Ramanandis, o litígio demorou alguns anos antes de intimidar os sacerdotes Gaudiyas ou afetar a adoração à Deidade. Agora, ele sabia, eles já se desesperavam diante do crescente antagonismo dos Ramanandis.



Visvanatha buscou por Baladeva. “Precisamos refutar os pontos dos Ramanandis”, Visvanatha disse ao seu favorito. “Não será fácil, mas podemos derrotá-los”.



Baladeva enfureceu-se com a presunção das críticas dos Ramanandis. “Por que devemos estabelecer a legitimidade de nossa linhagem?”, ele exigiu. “O Senhor Supremo, Sri Krsna, apareceu como o Senhor Caitanya a fim de estabelecer a verdadeira religião para esta Era de Desavenças. Quando o próprio Deus origina uma tradição religiosa, quem ousaria questionar a legitimidade da mesma?”.



“Os Ramanandis questionam”, Visvanatha respondeu, “e eles fundamentam sua crítica na declaração do Padma Purana de que, nesta era, há quatro sampradayas, ou linhas de sucessão discipular. O Purana diz o seguinte”.



sri-brahma-rudra-sanaka
vaisnava-ksiti-pavanah
catvaras te kalau bhavya
hy utkale purusottama



“O significado é que as quatro sampradayas Vaisnavas – Sri, Brahma, Rudra e Kumara – purificam a Terra”.



“Sim”, respondeu Baladeva, “eu conheço o verso. E os Ramanandis dizem que as palavras utkale purusottama significam que essas quatro sampradayas têm seus monastérios na Orissa, em Purusottama-ksetra, a cidade de Jagannatha Puri”.



“Porém, o verdadeiro significado”, prosseguiu Baladeva, “é que o Senhor Supremo, Purusottama, é a quintessência dessas quatro sampradayas. E, quando Ele aparece em Kali-yuga, Ele vive em Jagannatha Puri, como Sri Caitanya Mahaprabhu. Desta maneira, a linhagem Gaudiya não é uma quinta sampradaya, mas a essência das quatro”.



Visvanatha e Baladeva passaram a noite discutindo os outros pontos de contenda dos Ramanandis em relação ao movimento do Senhor Caitanya. Eles desenvolveram a estratégia por meio da qual derrotariam os Ramanandis.



Visvanatha enviou Baladeva com Krsnadeva Sarvabhauma a Amber. A chegada de Baladeva lá foi inesperada. Ele era novo na comunidade Gaudiya, desconhecido mesmo entre os mahantas Gaudiyas de Amber. E ele era jovem. Ninguém, nem mesmo de sua própria tradição, suspeitava que um gigante filosófico vivia dentro da despretensiosa forma daquele santo Gaudiya de Vrndavana. Baladeva encontrou dificuldades para obter uma audiência com o rei. E, quando finalmente o conseguiu, os Ramanandis na corte estavam prontos para ele.



“Majestade”, Baladeva disse ao rei. “Estou aqui de modo a dar cabo das dúvidas atinentes à Gaudiya-sampradaya e seus métodos de adoração”.



“Vossa alteza”, um pandita Ramanandi tomou rapidamente a palavra, “solicitamos autorização para nos dirigirmos diretamente a ele!”.



Jai Singh voltou-se a Baladeva. “Vocês podem falar”, o rei disse, confiante de que, se Krsna era de fato o Senhor Supremo, Krsna providenciaria Sua própria defesa.



Os Ramanandis deram início com um ataque o qual eles acreditavam que certamente garantiria sua autoridade.



“O problema”, eles disseram a Baladeva, “é que você não pertence a uma sampradaya apropriada. Nós, portanto, não podemos aceitar a literatura escrita pelos seus panditas”.



“Eu sou da Madhva-sampradaya”, Baladeva declarou confiante.



“Fui iniciado em Mysore por um Tirtha da ordem Madhva. Todavia, Radhadamodara Gosvami e Visvanatha Cakravarti da Gaudiya-sampradaya também são meus gurus. Eles me ensinaram a filosofia Bhagavata”.



Os Ramanandis ficaram surpresos. A iniciação Madhva de Baladeva significava que eles teriam de aceitá-lo como um sannyasi e um pandita qualificado de uma linhagem autorizada. Eles tinham a esperança, contudo, de que sua pouca idade poderia indicar alguma carência de perícia. Eles se recompuseram. “Você talvez seja da Madhva-sampradaya, mas os outros Gaudiyas não o são!”.



Baladeva reteve sua dignidade e apresentou uma evidência-chave. “Este é o Gaura-ganoddesa-dipika, escrito por Kavi Karnapura há mais de cem anos. Este manuscrito detalha a nossa linhagem oriunda de Madhva”. Baladeva apresentou o manuscrito para inspeção.



Os Ramanandis novamente redarguiram: “Se os Gaudiyas clamam descenderem de Madhva, então vocês devem basear seus argumentos no comentário de Madhva ao Brahma-sutra. Sabemos que os Gaudiyas não têm nenhum comentário próprio”.



Baladeva pensou por um momento. Os Gaudiyas jamais haviam escrito um comentário ao Vedanta-sutra porque aceitavam o Srimad-Bhagavatam como o comentário natural. Vyasa é o autor de ambas as outras, e o Senhor Caitanya ensinou que, quando o autor comenta sua própria obra, sua opinião é a melhor.



Baladeva sabia que os Ramanandis rejeitariam esse argumento. Ele também sabia, entretanto, que, caso utilizasse o comentário de Madhva, ele teria dificuldades, dado que o comentário de Madhva não justificaria o estilo de adoração praticado pelos Gaudiyas. Baladeva, por conseguinte, decidiu que precisaria escrever pessoalmente um comentário Gaudiya. Este comentário deveria ser baseado no comentário de Madhva, mas poderia ter algumas diferenças admissíveis. “Mostrarei a vocês o nosso comentário”, Baladeva disse. “Por favor, permitam que eu o traga”.



“Perfeitamente, solicite então o envio do mesmo”, consentiu o porta-voz Ramanandi.



“Isso não será possível”, respondeu Baladeva. “Precisarei de alguns dias para escrevê-lo”.



Os Ramanandis ficaram atônitos. Seria Baladeva capaz de produzir um comentário dentro de poucos dias? Que audácia! Contudo, caso Baladeva pudesse realmente produzi-lo, a posição dos Ramanandis poderia ser ameaçada. Será que deveriam conceder-lhe o tempo por ele solicitado?



Antes que pudessem dizer algo, o rei Jai Singh se interpôs. “Sim, o tempo está concedido. Prepare o seu comentário e notifique-nos quando ele estiver pronto. Você precisa saber que, a não ser que apresente um comentário apropriado, aceitaremos as críticas dos Ramanandis como válidas. Eu, porém, não atenderei nenhuma exigência deles até que você tenha tido a oportunidade de apresentar seu comentário e seus argumentos”.


Govindaji Inspira Baladeva



Baladeva deixou a assembléia, seguido por Krsnadeva Sarvabhauma. Baladeva viu-se um títere nas mãos do Senhor. Ele havia falado destemidamente na assembléia, mas iria o Divino Titereiro guiar sua escrita?



Baladeva partiu para Govindapura. Colocando-se diante de Govinda, ele ajoelhou-se e orou. “Ó Govinda, Vosso devoto Visvanatha enviou-me aqui a fim de defender tanto Vós como Vossos devotos, mas não sou capaz de fazê-lo! Sou simplesmente uma alma caída em ignorância. Caso queirais, podeis dotar-me de poder para escrever um comentário ao Vedanta-sutra que Vos glorifique. Caso queirais, escreverei as verdades que aprendi com Vossos devotos e com Vossa escritura. E tenho fé de que, mediante a misericórdia que Vós podeis conceder, essas verdades se mostrarão absolutamente lógicas”.



Baladeva então começou a escrever. Fazendo raras pausas para descansar, ele escrevia, e orava, e então escrevia novamente. Dias se passaram, e noites, mas ele não parou. Alguns historiadores dizem que ele escreveu ao longo de um mês. Outros dizem que ele precisou de apenas sete dias.



Em todo caso, Baladeva logo retornou de Govindapura. Com o evento de sua chegada, intensa expectativa se fez presente em todos. Jai Singh, esperando ver os Gaudiyas vindicados, estava especialmente ansioso por ler o comentário. Os Ramanandis, por outro lado, aguardavam o comentário com certo temor, esperando que pudessem derrotá-lo prontamente.



Baladeva entrou na corte do debate convocado em Galta. Ele ficou de um lado com os mahantas Gaudiyas. Diante deles, estavam os panditas Ramanandis. O rei Jai Singh presidia o evento, e uma audiência de nobres e estudiosos formava a platéia.



Com a permissão do rei, Baladeva pôs-se de pé.



“Este comentário”, ele disse mostrando sua obra, “baseia-se no comentário de Madhva, mas há importantes referências. Caso seja examinado, constatar-se-á que ele defende a filosofia Gaudiya, ensinada pelo Senhor Caitanya”.



Um pandita Ramanandi caminhou até Baladeva e pegou o comentário.



“Quem é o autor desta obra?”, ele perguntou.



Baladeva respondeu: “O nome do comentário é Govinda-bhasya. Govinda inspirou essa obra. Eu forneci os significados diretos dos sutras de acordo com o desejo de Sri Caitanya Mahaprabhu. E meus comentários são baseados nos ensinamentos dos meus gurus”.



Os eruditos membros do contingente Ramanandi examinaram a primeira porção do bhasya de sorte a determinar se o mesmo era como declarado por Baladeva.



Um porta-voz admitiu: “A influência de Madhva é certamente demonstrável neste comentário, mas devemos examinar algumas das diferenças”.



Baladeva então abordou cada uma das objeções dos Ramanandis à adoração Gaudiya.



“Eu esclareço cada aspecto da prática Gaudiya no capítulo terceiro”, ele disse. “Uma vez que suas críticas referem-se ao nosso estilo de adoração, vocês deveriam consultar o capítulo terceiro a fim de verem como Vyasa, o autor do Vedanta-sutra, permite a nossa adoração”.



“Vocês objetam a nossa adoração de Radha com Govinda por meio do argumento artificial de que Eles não são casados. Nos versos de número quarenta a quarenta e dois, apresento a verdadeira posição de Radha em relação a Krsna. Radha é a energia interna de Krsna, e jamais é separada dEle. Sua relação pode ser parakiya ou svakiya, mas isso não afeta a eternidade de Sua união. A separação de Radha e Govinda efetuada por vocês é artificial e, portanto, ofensiva ao Senhor, o qual nutre profunda afeição por Sua energia feminina”.



“Vocês criticaram a nossa predileção por adorar apenas Krsna, negligenciando a adoração a Narayana, Visnu, o que, vocês dizem, é compulsório a todos os Vaisnavas. Abordo esse ponto em meus comentários ao verso quarenta e três. Segundo o Vedanta-sutra, Narayana pode ser adorado em qualquer uma de Suas formas, inclusive Krsna. Nenhuma injunção escritural proíbe a adoração de Govinda em exclusão a Narayana”.



Baladeva prosseguiu discursando enquanto os Ramanandis permaneciam parados e indefesos. Ele falou eloquente e exaustivamente. Uma refutação dos Ramanandis em momento algum se desenvolveu.



Ao fim da apresentação de Baladeva, o rei Jai Singh aguardou, ponderando acerca das evidências. O silêncio dos Ramanandis confirmou sua opinião pessoal.



Ele apresentou sua decisão em uma afirmativa breve, mas conclusiva: “A evidência advogando a favor da legitimidade Gaudiya é incontestável. De agora em diante, os Gaudiyas serão reconhecidos e respeitados como uma seita religiosa autorizada. Ordeno a reunião de Radha com Govinda”.



Os mahantas Gaudiyas em Amber, finalmente livres das condenações dos Ramanandis, celebraram o evento construindo um templo da vitória sobre a colina a contemplar do alto o vale Galta. A Deidade do templo foi apropriadamente chamada de Vijaya Gopala, “o Vitorioso Gopala”.


Aos Pés de Govinda



Baladeva retornou para Vrndavana, onde assumiu a liderança da comunidade Gaudiya. Ele continuou a escrever. Fiel a Jiva Gosvami e devotado ao Senhor Caitanya, ele produziu comentários aos dez principais Upanisads e a nove obras dos Gosvamis de Vrndavana. Ele também escreveu obras originais sobre gramática, drama, prosódia e poesia. Ele permaneceu a inquestionável autoridade em teologia Vaisnava até sua morte.



Com a vitória de Baladeva sobre os Ramanandis, Jai Singh ficou satisfeito. Ele havia encontrado a síntese das religiões Vaisnavas. E Radha havia sido reunida a Govinda no altar, como é na eternidade. Jai Singh dedicou-se a Govinda e viveu uma vida longa e produtiva como rei e estudioso.



Em 1714, Jai Singh mudou Govinda para os jardins Jai Nivasa e O instalou em um jardim doméstico, onde foi adorado por vinte e um anos. Em 1735, o rei construiu um templo para Govinda dentro do complexo do palácio em Jaipur. Jai Singh posteriormente instalou Govinda como o rei de Jaipur e aceitou para si a posição de ministro. Desde então, seu brasão real lê: sri govinda-deva carana savai jai singh sharana: “O Senhor Govinda, em cujos pés Jai Singh se refugia”.


Referências



Jiva Gosvami Tattvasandarbha, Stuart Mark Elkman (O comentário de Elkman inclui os comentários de Bhaktivinoda Thakura sobre Baladeva Vidyabhusana), Motilal Benarsidass, 1986.

Sri Sri Gaudiya Vaisnava Abhidana, Sri Haridas Das, Haribol Kutir, Sri Dhama Navadvipa, 1955.

History and Culture of the Indian People, Vol. VII, R. C. Majumdar e outros, Bharatiya Vidya Bhavan, Bombaim, 1974.

Mathura, A District Memoir, Frederick S. Growse, Oudh Government Press, Allahabad, 1883.

Literary Heritage of the Rulers of Amber and Jaipura, Gopal Narayana Bahura, City Palace Museum, Jaipura, 1976.

Jaipur City, A. K. Roy (editora e data desconhecidos).





Tradução de Bhagavan dasa (DvS) – Outras traduções, incluindo o comentário de Visvanatha Cakravarti ao Bhagavad-gita e o Gaura-ganoddesa-dipika, disponíveis em www.devocionais.xpg.com.br

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