sexta-feira, 11 de junho de 2010

PARLAPATÕES COM “O PAPA E A BRUXA” NA CAIXA CULTURAL CURITIBA





Espetáculo aborda de forma ácida e engraçada temas polêmicos para a Igreja



Com texto do dramaturgo italiano Dario Fo (Nobel de Literatura de 1997), direção de Hugo Possolo e interpretação do grupo Parlapatões, a comédia “O Papa e a Bruxa” se apresenta no Teatro da CAIXA de 18 a 20 de junho. O espetáculo trata com humor crítico temas polêmicos e de difícil digestão para a Igreja, como a liberalização das drogas, o cebilato, o aborto e a disseminação da Aids.

Em uma encenação repleta de improvisos e comunicação direta com a plateia, característica dos Parlapatões, e em meio a um cenário que reproduz as ante-salas do Vaticano, “O Papa e a Bruxa” remete ao jogo do poder em que a Igreja e a política usam a fé e a crença como meio de manipulação social. O Papa está com um problema de coluna que o faz caminhar todo torto e com pânico de receber milhares de crianças terceiro-mundistas na Praça São Pedro, no Vaticano. Cardeais de sua assessoria o pressionam para que atenda jornalistas que o aguardam para uma coletiva de imprensa. O Papa se coloca diante das soluções de um Médico e de uma Freira, até que descobre que esta tem poderes místicos. A partir daí a peça questiona as ações do Vaticano e da Igreja Católica.



O grupo já encenou “Primeiro Milagre do Menino Jesus”, também de Dario Fo, que marcou o início de uma busca de textos teatrais instigantes que reforçassem linguagem popular e épica que o circo trazia. “O Papa e A Bruxa” entrou nos planos da trupe já em 1995, porém em 2006, quando da visita do novo Papa Bento XVI ao Brasil e toda a campanha de recrudescimento da Igreja Católica em relação à teologia da libertação, os Parlapatões puderam fazer uma releitura do texto e descobrir novos significados e ver temas latentes e muito atuais no texto do autor.



Aliando o espírito anárquico e iconoclasta dos Parlapatões a uma dramaturgia estruturada, com alto conteúdo provocativo, forma-se a pólvora que torna o palco um componente explosivo de riso e reflexão.



Sobre Dario Fo



O escritor, dramaturgo e comediante italiano tem em seu currículo mais de cem farsas e comédias apresentadas em todo o mundo e traduzidas em 30 idiomas. Famoso por seus textos ácidos, o alvo mais polêmico das suas sátiras é a burocracia da Igreja Católica.



Trabalhou em projetos de teatro na última metade da década de 40 e participou do “teatri do piccoli” (teatros pequenos). Em 1977 a peça “Mistério Bufo” (1969), foi televisionada e considerada “o programa mais blasfemo levado ao ar na história da televisão mundial” pelo Vaticano. Em 2003 estreou a ópera satírica “O anômalo bicéfalo”, sobre Silvio Berlusconi, então chefe do governo italiano e presidente do conselho da União Européia. Dois anos depois Dario Fo recebeu da Universidade Sorbonne, Paris, o título de laurea honoris causa.



Dentre as premiações contam o Prêmio Nobel de Literatura (1997), a Comenda das Artes e das Letras (1998), do Ministério da Cultura francês, e três prêmios Molière (2000) por sua peça “Morte acidental de um anarquista”.



No Brasil, Dario foi interpretado em famosas montagens como “Morte Acidental de um Anarquista”, dirigida por Antônio Abujamra e com Antônio Fagundes no elenco e “Brincando em Cima Daquilo”, que valeu o Prêmio Molière à Marília Pêra. “O Papa e a Bruxa” é um texto inédito no Brasil.



Sobre o grupo Parlapatões



A história dos Parlapatões e a retomada do Teatro de Rua na cidade de São Paulo caminham juntas. O grupo surgiu e se fixou a partir da necessidade de se expressar com maior liberdade, longe das gastas convenções do teatro de então. No decorrer da carreira procurou aliar o circo ao teatro, tarefa que a primeira vista não parece ser novidade. Os Parlapatões, no entanto, apontavam uma perspectiva de rua, com espetáculos abertos e mutáveis, diálogo direto com a plateia e amplitude da visão sobre os temas.



Em certo momento, a trupe percebeu que deveria deixar os malabarismos um pouco de lado e, em vez, de fazer o circo deveria encenar o circo, pois até então nenhuma de suas montagens tinha o picadeiro como tema. Além dos espetáculos de repertório, participaram de projetos como o Pantagruel, que adaptou a obra de François Rabelais para o palco, o livro “Riso em Cena – os dez anos de estrada dos Parlapatões”, espetáculos em parceria com outros grupos, performances para eventos como o Skol Beats e criaram o Espaço Parlapatões em 2006.



Dentre as peças do repertório, estão: “Nada de Novo”, “Parlapatões, Patifes e Paspalhões”, “Zèrói”, “Sardanapalo”, “Vamos Comer o Piolim” “PPP@WllmShkspr.br”, “Não Escrevi Isto”, “Farsa Quixotesca”, “O Pior de São Paulo”, ”Bolinha e Bolão”, “Vaca de Nariz Sutil” e “O Papa e a Bruxa”, dentre outras.



Os Parlapatões receberam diversos prêmios ao grupo: o Prêmio Estímulo da Secretaria de Estado da Cultura (1995), com “Zèrói”; o Grande Prêmio da Crítica (1997) da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), com “Vamos Comer o Piolim”; o Prêmio Apetesp na categoria melhor direção com “PPP@WLLMSHKSPR.BR“ e os Prêmios Estímulo Flávio Rangel (1997) Prêmio SHELL (1998) na categoria de Melhor Cenografia, com “Não Escrevi Isto”.



Ficha Técnica



Texto: Dario Fo

Tradução: Luca Baldovino

Adaptação e Direção: Hugo Possolo

Elenco: Hugo Possolo, Carmo Murano, Raul Barretto, Henrique Stroeter, Fabek Capreri, Alexandre Bamba, Melina Anthis, Hélio Pottes, Adonis Comelato e Ronaldo Cahin
Trilha Sonora original: Paulo Soveral

Iluminação: Reinaldo Thomaz

Voz em off: Antônio Fagundes

Produção Executiva: Cristiani Zonzini

Realização: Parlapatões (Agentemesmo Produções Artísticas)

Duração: Encenação com dois atos e intervalo.

Primeiro ato: 55 minutos

Intervalo: 10 minutos

Segundo ato: 45 minutos



Serviço Teatro: “O Papa e a Bruxa” Local: Teatro da CAIXA Endereço: Rua Conselheiro Laurindo, 280, Centro – Curitiba/PR Data: de 18 a 20 de junho Horários: sexta e sábado 21h e domingo 19h Ingressos: R$20 e R$10 (meia – conforme legislação e clientes CAIXA) Bilheteria: (41) 2118-5111 (de terça a sexta, das 12 às 19h, sábado e domingo, das 16 às 19h) Classificação etária: Não recomendado para menores de 14 anos Lotação máxima do teatro: 125 lugares (02 para cadeirantes) www.caixa.gov.br/caixacultural

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