sexta-feira, 30 de julho de 2010

Sou dona da minha alma O segredo de Virginia Woolf


Sou dona da minha alma

O segredo de Virginia Woolf


de Nadia Fusini


418 páginas


Virginia Woolf: da aventura da alma à essência da tragédia Sou Dona da Minha Alma, da famosa anglicista Nadia Fusini, não é apenas a biografia de Virginia Woolf, mas um erudito e envolvente relato que, como ressarcimento à inexistente autobiografia da autora, apresenta a invenção da escrita da vida como uma aventura da alma. A autora dá vida ao diário de Virginia Woolf, aos seus romances, às cartas e aos fragmentos de memórias, recriando, assim, todo o mundo ao redor dela: da Kensington natal, vitoriana e burguesa à vida nova no bairro boêmio de Bloomsbury; da batalha feminista ao pacifismo às posições revolucionárias sobre a literatura, a arte, a ética. Virginia Woolf foi uma mulher inconstante ao máximo: depressiva, apaixonada pela existência.

Na busca eterna pelo conhecimento ativo da alma, utilizou a literatura como uma forma de catarse. A fim de se autoconhecer e decifrar, criou os personagens como seus duplos, seus sósias. No final, não aguentou a pressão de ser ela mesma, de viver como vivia, teve um colapso nervoso, encheu os bolsos de pedra e entrou num rio perto de sua casa. Há um drama psicológico, uma angústia de viver, e Fusini mostra que a autora não cabe em seu próprio corpo: Woolf transborda, as palavras nascem machucadas, cheias de dor e verdade. Exatamente por esses motivos, uma das mais importantes características da literatura de Virginia Woolf é o fluxo de consciência – os monólogos internos dos personagens, quebrando o espaço-tempo, brincando com passado e presente, como se tudo fosse colocado no papel sem travas e limites. São descarregos da alma, vômitos da consciência, e, por isso, profundos, verdadeiros, viscerais e sem cortes.

Nadia Fusini apresenta um texto muito parecido com o de Woolf: difícil, mas profundo. Uma leitura inteligente. Impossível apenas correr os olhos, é preciso mergulhar

um lançamento









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