terça-feira, 16 de outubro de 2012

ÚNICO ATLAS DE CIERA DO MUNDO RECEBE IMPORTANTE NOMEAÇÃO DA UNESCO


Atlas de Ciera, que faz parte do acervo da Divisão de Cartografia da FBN, integra o Registro Memória do Mundo do Brasil da UNESCO – MOWBrasil. Em dezembro acontece a cerimônia de diplomação.
 
O comitê brasileiro do Programa Registro Memória do Mundo da UNESCO (MOWBrasil), nomeou o Atlas e Mapa do Cartógrafo Miguel Antônio Ciera, que delineou a região sul do país e suas fronteiras, como peça rara e importante para o acervo mundial. Essa peça de 1758 faz parte da Divisão de Cartografia da Fundação Biblioteca Nacional – FBN/MinC e é única no mundo. A conquista ganha mais destaque porque a cada ano aumenta o número de candidatos concorrendo a essa diplomação, que este ano aconteceu na sede do Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro.  
 
O atlas, proveniente da Coleção Real Biblioteca, traça a geografia do Rio Paraguai até a foz do Rio Jauru. Depois o grupo voltou à Assunção, explorou o Rio Iguatemi e prosseguiu até o Aguaraí, um afluente do Ipané-Guaçu. Em 1755 deram por encerrados os trabalhos. Era a primeira vez que a região estava sendo mapeada. O trabalho contém 35 folhas desenhadas a lápis e tinta ferrogálica e coloridas a aquarela. Sua visualização é possível através do site da Fundação Biblioteca Nacional Digital nas páginas http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_cartografia/cart90559.djvu e http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_cartografia/cart90559.pdf.
 
Miguel Antônio Ciera nasceu em Pádua, Itália, não se tendo conhecimento de sua vida antes estabelecer relações com os portugueses. Foi contratado pela Coroa portuguesa para trabalhar nas demarcações de fronteiras entre as possessões portuguesa e espanhola no sul da América Meridonal. Após o seu retorno para Portugal, casou-se com Dona Antonia Margarida Violante de Lima, em 1761, com quem teve quatro filhos. Um deles, Francisco Antonio de Ciera, seguiu a profissão do pai, tornando-se um grande cartógrafo.
 
O Comitê Nacional do Brasil acolheu candidaturas de entidades públicas ou privadas, além das candidaturas de pessoas físicas com posse de documentos que possuem um valor inquestionável e excepcional para a memória coletiva da sociedade brasileira, como o Atlas de Ciera. O Comitê recebeu ao todo 36 propostas de candidatura, e reunidos na sede do AN aprovou a proposta da FBN e outras nove instituições para o ano de 2012.
 
Poderiam se candidatar documentos textuais (manuscritos ou impressos), audiovisuais (vídeos, filmes e registro sonoro), iconográficos (fotografia, gravura e desenho) ou cartográficos (em suporte convencional ou digital). Além do Atlas, foram nomeados o Arquivo Herbert de Souza; a Coleção Carlos Gomes do Museu Imperial e os Negativos de Vidro do Fundo Instituto Oswaldo Cruz – IOC. As propostas nomeadas serão reconhecidas por Portaria da Ministra de Estado da Cultura, e a cerimônia de diplomação será dia 4 de dezembro desse ano, na sede do AN.

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