sábado, 14 de setembro de 2013

“Se noite fosse água” é o nome do novo livro e da próxima



              
                                                                                

No dia 21 de setembro, Sergio Fingermann irá lançar o livro “Se noite fosse água”, junto com o vernissage da sua exposição de mesmo nome, na Dan Galeria. Lançamento da Beî Editora, o livro reúne a produção desses últimos 15 anos do artista e apresenta uma extensa seleção de imagens que se relacionam poeticamente entre si, traduzindo as questões plásticas da obra de Sergio.  O artista propõe uma reflexão sobre o fazer artístico e as bases de sua criação. “Num período de experimentações, de expansão do próprio conceito de arte, de modismos, procurei desenvolver minhas experiências criativas, fundadas numa relação com o ofício, com a afirmação de um pacto poético, com a crença na construção de uma linguagem marcada pela singularidade e pela originalidade”, diz o artista.

Com ensaios de Ana Magalhães (historiadora, curadora e docente do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo – MAC USP) e de Laura Abreu (historiadora e curadora do Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro – MNBA-RJ), o livrotraz 180 trabalhos reproduzidos, e conta ainda com fotos de Cristiano Mascaro e um texto do próprio artista.

A exposição “Se noite fosse água” irá apresentar a produção mais recente do artista plástico paulistano, incluindo 15 pinturas de grande formato e 10 obras sobre papel, que sugerem cenários de sonho por meio de construções espaciais. Essa “suíte construtiva”, como a chama o artista, nasceu a partir de sua experiência com a realização de mosaicos de pedra portuguesa nas obras do arquiteto mexicano Ricardo Legorreta. A geometria da obra instiga o espectador e o convida a percorrer o território da ilusão. O nome da mostra, “Se noite fosse água”, foi inspirado no poema “Meditações sobre o Tietê” (1945) de Mario de Andrade, e é uma provocação, uma estratégia para promover uma leitura cruzada de imagens, que faz surgir novos sentidos.

Arquiteto de formação (FAU-USP), Fingermann desenvolve há mais 30 anos uma extensa obra gráfica, marcada pela disciplina e por uma apurada técnica. O jogo do claro e escuro e das tramas, frequente na gravura, foram o ponto de partida do artista na produção de mosaicos, que dialogam com espaços arquitetônicos. Em sua maioria, essas pinturas atuais são construções que recuperam essa experiência gráfica, acrescentando, por vezes, a colagem de papel de arroz (Kozo), jogando, às vezes, com a sensação de tridimensionalidade, outras vezes, afirmando a bidimensionalidade da pintura.


Entrevista com o artista

Qual é a sua preocupação, como artista plástico, em escrever um livro?

Os meus livros sempre tiveram a preocupação de deixar um testemunho de onde está fundada a minha experiência artística. Meus textos mostram o pensamento ético de ser artista, e uma reflexão do que é ser artista e fazer arte. Ao escrever e explicitar o meu processo artístico, eu crio laços com o público.

Em Se noite fosse água, há textos meus, mas também de Ana Magalhães, uma das curadoras do MAC, e de Laura Abreu, curadora do Museu Nacional de Belas Artes. Convidei-as para participar do livro com o intuito de obter críticas externas ao meu trabalho. Elas traçaram minhas referências e situaram minha produção no contexto histórico e na cena artística brasileira.


Qual é a originalidade de Se noite fosse água, sua série mais recente, em relação às outras já realizadas?

Utilizei sistematicamente um papel japonês, chamado Kozo. É um papel feito de arroz, que encontrei para ser a fisicalidade da imagem que eu queria criar. A trama do papel deixa o fundo da tela sempre aparente, que simboliza o “entre”: não é nem a tela em si, e nem a imagem como um todo. Ela deixa espaço para o observador imaginar. É como se o assunto fosse o próprio fundo do trabalho; o fundo é o substantivo, e a superfície é o adjetivo.



 Ficha técnica

Se noite fosse água
Beĩ Editora
Português • 1ª edição • 2013
244 p •  29 x 23 cm
ISBN: 978-85-7850-101-3
O artista já publicou pela Beĩ Editora: Fragmentos de um dia extenso (2001), Elogio ao silêncio (2007), Gravura: Trama de sombras (2009) e Uma aprendizagem (2010).

Exposição

Dan Galeria
Rua Estados Unidos, 1638
Coquetel de abertura: sábado, dia 21 de setembro, das 10h às 14h
Visitação: De 21 de setembro a 21 de outubro de 2013
                  De segunda a sexta das 10h às 18h, sábado das 10h às 13h

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