domingo, 15 de setembro de 2013

Tapa no Arena apresenta A Moratória de Jorge Andrade

 

Tapa no Arena apresenta

A Moratória




Espetáculo que  retrata a crise da bolsa de Nova York em 1929,
reestréia  no dia 4 de outubro




Considerado um clássico do teatro brasileiro escrito em 1954, por Jorge Andrade, a peça conta a história da família de um fazendeiro paulista que perde suas terras em decorrência da crise do café de 1929, e sente-se oprimida pela perspectiva da vida na cidade, espaço em que suas concepções de mundo são confrontadas com uma ordem na qual o antigo prestígio familiar não representa mais nada.

O elemento estrutural que chama atenção nessa obra é a sua organização sistematizada em dois planos e três atos: o plano do presente (1932), dá-se no espaço de uma casa modesta e aborda a questão da perda da fazenda por causa das dívidas contraídas por Joaquim, personagem principal; já o plano do passado (1929), desenvolve-se no espaço de uma fazenda tradicional, tratando da decretação da moratória pelo Governo.

No conjunto familiar, meio onde os personagens se relacionam, a atmosfera nem sempre é amigável. Devido às circunstâncias do enredo, os personagens transitam em situações discrepantes. Olímpio aparece nos dois planos: como o noivo excluído, inicialmente, e depois, como a única esperança de salvação da família. Lucília, antes simples moça submissa, oscila para um grau superior, no qual assume a chefia financeira da casa e é a sucessora do pai.

Jorge Andrade utiliza-se de um momento decisivo no Brasil e no mundo para escrever A Moratória: em 1929, ocorreu a quebra da bolsa de Nova York, seguida da rebelião de São Paulo. O autor, porém, não explana sobre o que iria acontecer depois de 1932, mas volta o foco para a situação limite que as pessoas viveram nesta época, tratando essencialmente da questão do enraizamento familiar.

A ação do tempo sobre a peça e sobre a história é o principal interesse do diretor Eduardo Tolentino de Araújo pelo texto de Jorge Andrade. E segundo o diretor, o autor “profetiza o processo de hegemonia paulista sobre o país.”

O texto de Jorge Andrade, escrito em 1954, sofreu cortes e alterações nesta montagem. A estrutura não é tão rígida como nas indicações do autor; não há dois cenários, a antiga fazenda e a casa na cidade, como sugerido. Na montagem do Tapa, as duas ações simultâneas são percebidas aos poucos pelo espectador. O cruzamento dos planos se dá de maneira mais subjetiva.


A MORATÓRIA,
de Jorge Andrade (1922 -1984)
Direção – Eduardo Tolentino de Araújo
Elenco - Zécarlos Machado, Paloma Galasso, Déborah Scavone,
Rosa Grobman, Rodolfo de Freitas e Augusto Zacchi.
Temporada: de 4 a 26 de outubro,
sextas e sábados, às 21h,
e domingos, às 20h
Duração: 90 minutos
Recomendação: 14 anos
TAPA NO ARENA
Teatro de Arena Eugênio Kusnet
Rua Dr. Teodoro Baima, 94 – República
Tel: 11. 3256.9463
Capacidade: 98 lugares
Ingressos: R$ 20,00 / R$ 10,00 meia
Bilheteria abre uma hora antes do espetáculo
Vendas só em dinheiro

Realização – Grupo TAPA
Produção Geral – Cesar Baccan - Baccan Produções.
Cenário e figurino – Lola Tolentino
 
Iluminação – Nelson Ferreira

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