quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Setor de Patrimônio Cultural é tema do último Papo de Classe do ano


A Fundação Cultural de Curitiba promoveu nesta segunda-feira (16) o último Papo de Classe do ano. Desta vez o tema foi o Patrimônio Cultural. No encontro, que aconteceu no Solar do Barão, os 35 participantes debateram e tiraram dúvidas sobre a conservação de acervos, o acesso a documentos e obras e a criação de uma Lei do Patrimônio. 

O diretor de Patrimônio Cultural da FCC, Mauro Tietz, que conduziu o encontro, disse que a existência do Museu é uma das exigências do Sistema Nacional de Cultura, ao qual o município aderiu no início do ano. Ainda não há, no entanto, um cronograma detalhado para sua implantação.

Tietz lembrou que o órgão vem fazendo, ao longo do ano, um grande diagnóstico da situação patrimonial da cultura da cidade, através de uma série de mapeamentos e inventários. “Isso está nos permitindo rever situações internas e reordenar setores. Sempre priorizando o atendimento à população”, afirmou.

Demandas – A jornalista e pesquisadora Ana Carolina Caldas elogiou a inciativa da FCC de realizar o encontro para o setor, e comemorou anúncios como o Museu da Cidade e a Lei do Patrimônio, mas também cobrou a realização de mais parcerias e lamentou a falta de editais para a área este ano. “Ao se pensar em Política Pública de Cultura, memória, registro e identificação deveriam ser o carro chefe”, lembrou.

Veio da historiadora Tatiana Marchette a preocupação com uma Lei Municipal de Patrimônio e se os setores de memória e história terão espaço para opinar durante sua elaboração. Tietz lamentou que Curitiba ainda não tenha essa lei, mas anunciou que sua elaboração está bem encaminhada e que ela já deve começar a tramitar na Câmara Municipal no início de 2014, fase em que a participação popular será possível.

Já o ilustrador Luiz Henrique ‘Judah’ se mostrou preocupado com a conservação do acervo da Gibiteca, principalmente em relação a exemplares raros que estão no local. Tietz esclareceu que o quadro geral de conservação é de documentos e obras é crítico, mas que há um plano mínimo de estancamento, a partir do que for identificado nos levantamentos que estão sendo feitos. “E hoje temos, no poder central, pessoas com consciência da situação e interesse para que situação se modifique”, informou.

Participação – Os primeiros encontros setoriais abertos foram realizados nos meses de agosto e setembro e tiveram a participação de 434 artistas, produtores e gestores. As maiores participações aconteceram nas reuniões de música, que contou com a presença de 74 representantes, e a de teatro, com 61. Foram discutidas questões específicas das áreas de música, teatro, literatura, dança, artes visuais, audiovisual, fotografia, circo e novas linguagens.

Os debates serviram para que a FCC levantasse as principais demandas da classe, ouvisse críticas e sugestões, com vistas às mudanças nas políticas públicas culturais da cidade. Ao mesmo tempo, possibilitou que a atual gestão da Fundação Cultural apresentasse os programas e avanços feitos nos primeiros meses de gestão. 

Para Marcos Cordiolli o resultado foi positivo, pois estabeleceu o diálogo entre a FCC e os artistas. “Propusemos um pacto com todos os segmentos em benefício da cultura da cidade. A partir desse contato mais aproximado, temos condições de construir juntos uma política cultural que atenda os interesses dos artistas e da sociedade”, afirmou.

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