quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Companhia holandesa criada pelo brasileiro Duda Paiva apresenta dois espetáculos de teatro-dança em mostra de repertório



O UNIVERSO ONÍRICO DE DUDA PAIVA NA CAIXA CULTURAL CURITIBA



A CAIXA Cultural apresenta, no próximo final de semana, dois espetáculos da premiada Companhia Duda Paiva, criada na Holanda pelo brasileiro Duda Paiva: “Maldição”, encenado nos dias 20 e 21, e “Bastardos!”, nos dias 22 e 23. O artista performático e manipulador de bonecos e objetos costuma conceber histórias fantásticas sobre pessoas em conflito com o mundo que as cerca e as formas como lidam com medos e dificuldades em busca do amor.
Em “Bastardos!”, de 2011, livre-adaptação do romance satírico “O Arranca-Corações”, do escritor e compositor francês Boris Vian, uma série de personagens extraordinários auxiliam um artista desorientado (o próprio Paiva), em uma viagem de autoconhecimento por um mundo futurístico estranho e soturno. Assim como Vian utilizou neologismos para descrever o universo selvagem que criou para o livro, o artista brasileiro amplia sua conhecida linguagem teatral de movimentos animados ao utilizar o próprio corpo, a voz e novas mídias nesta montagem coreografada dirigida por Paul Selwyn Norton.
No cenário invadido pela cor verde do espetáculo “Maldição”, criado em 2008 em colaboração com o Agder Theater, da Noruega, dois homens corroídos pela inveja, o ódio e a competição empreendem uma disputa em uma realidade de contos de fadas e pesadelos. Para contar esta história, Duda Paiva e Paul Selwyn Norton fundem novamente dança, manipulação de bonecos e objetos. “A partir da abstração da dança e do realismo dos objetos, crio um universo mágico onde tudo é possível”, conta o brasileiro, que neste espetáculo divide o palco com Ederson Rodrigues Xavier. Há uma cena de dança que faz referência à famosa sequência de “Godzilla”, em que o gorila está prestes a esmagar a loira do alto de um edifício.
Quando manipulados pelo bailarino/performer, os bonecos criados por Paiva com uma borracha esponjosa, muito leve e flexível, tornam-se parceiros perfeitos para uma dança fantástica, pois se contraem de forma radical, são facilmente lançados ao ar e duplicam de tamanho quando molhados. “A dança quebra a linearidade e as qualidades românticas dos objetos e, assim, eu crio e destruo ao mesmo tempo, promovendo surpresa e admiração, revelando imagens não esperadas bem diante dos olhos do espectador”, explica Paiva.

Sobre o artista:
Duda Paiva chegou à Holanda em 1996 e trabalhou como dançarino para RAZ, Rogie & Company, Itzik Galili, Paul Selwyn Norton e Ron Bunzl. Tão logo descobriu a sua paixão por objetos e manipulação de bonecos, decidiu combiná-los com a dança. “Eu estava procurando uma forma de conexão maior com a plateia. Trabalhei com um número razoável de coreográfos e continuamente tentava quebrar a chamada ‘quarta parede’ entre o performer e o público”, conta.
Ao tornar-se artista teatral, Duda Paiva passa a trabalhar com coreógrafos como Mischa van Dullemen e Shintaro e com o realizador teatral Ulrike Quade. Alguns anos depois, em 2004, dá início à sua própria companhia, a Duda Paiva Company, marcada por espetáculos de realismo fantástico que unem dança moderna, objetos incomuns e manipulação de bonecos – como o primeiro solo,  “Angel”, que recebeu inúmeros prêmios internacionais. Internacionalmente conhecida, a companhia já se apresentou em mais de 50 teatros da Holanda e realiza turnês frequentes pela Europa e, uma vez por ano, pelo mundo.

Serviço:
Teatro: Duda Paiva Company – Mostra Repertório
Data: de 20 a 23 de fevereiro de 2014 (quinta-feira a domingo)
Hora: quinta-feira, às 21h; sexta-feira, às 19h e 21h; sábado, às 19h e 21h; e domingo, às 19h. 
Local: CAIXA Cultural Curitiba – Rua Conselheiro Laurindo, 280 – Centro – Curitiba (PR)
Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia – conforme legislação e correntista CAIXA)
Bilheteria: (41) 2118-5111 (terça e quarta, das 12h às 20h, quinta e sexta, das 12h às 21h, sábado das 16h às 21h e domingo, das 16h às 19h)
Classificação etária: Não recomendado para menores de 16 anos
Lotação máxima do teatro: 125 lugares (2 para cadeirantes)

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