segunda-feira, 17 de março de 2014

ARTEEDIÇÕES APRESENTA: TIRAGEM LIMITADA




 Departament of Water and Power, 2004, de Sarah Morris


Primeira exposição da ArtEEdições Galeria, que inaugurou sua nova sede, nos Jardins, Tiragem Limitada mostrará diferentes técnicas de edições de obras em gravuras e outras plataformas como esculturas, objetos e instalações. A exposição ficará em cartaz entre os dias 18 de março e 24 de maio de 2014.

A edição é uma forma de arte com conteúdo e linguagem própria, expressa por meio de um número limitado de reproduções de uma obra, numerada e assinada pelo artista.

A exposição Tiragem Limitada ocorre dez anos depois da primeira desse tipo no Brasil, a Paper Democracy (“A Democracia do Papel”), realizada na no CBB, Centro Brasileiro Britanico, com patrocínio da Cultura Inglesa e apoio do British Council. Claudia Marchetti, co-produtora daquela exposição e diretora da ArtEEdições Galeria, representa no Brasil duas das maiores editoras de gravuras do Reino Unido: a Paragon Press e Alan Cristea Gallery.

Na ArtEEdições Galeria, a exposição Tiragem Limitada terá obras de nove artistas, nacionais e estrangeiros, escolhidas por Claudia Marchetti a partir de uma curadoria focada nas diferentes técnicas de edições. “Na exposição, o conceito da democracia do papel se expande para as técnicas ditas ‘tradicionais’, que um dia primaram e zelaram pela singularidade da obra de arte. A leveza e a maleabilidade da matéria papel, que há mais de três séculos se oferece como suporte para a difusão de ideias, críticas, reflexões e crônicas da vida social e política, hoje se estende a matérias mais densas”, afirma a jornalista e crítica de arte Paula Alzugaray. Há o destaque para o artista CY Twombly e seu portfolio de 10 gravuras com tiragem de 17 exemplares.

 Outro bom exemplo é a obra O Jogo dos 7 Bobos, de Adriano Costa, composta por bronze e concreto, que carrega efeitos estáticos e inflexíveis na sua essência, e por ser edição, pode ter a maleabilidade de um papel. Na mesma medida, Richard Serra, conhecido por suas esculturas em ferro, apresenta na mostra quatro gravuras em metal, que revelam como o pensamento escultórico se comporta no suporte flexível do papel.



 Os artistas

Adriano Costa, São Paulo, 1975.
A obra O Jogo dos 7 Bobos, produzida especialmente para a exposição, é constituída principalmente de bronze que, ao invés de carregar valores de nobreza, é posicionado no chão, em uma relação horizontal com o concreto e a madeira, causando a inversão de hierarquias.

Catherine Yass, Londres, 1963.
A artista manipula as imagens do negativo e do positivo da fotografia, trabalhando também com películas de filmes antigos. Na exposição, Catherine apresenta a série de oito gravuras em metal intitulada Safety Last, referentes ao filme de 1923 de Harold Loyd.

Cy Twombly, Virginia,1928
A série de litogravuras Natural History Part I: Mushrooms, de 1974, integra o grande número de obras em que o pintor rabiscava livremente como exercícios caligráficos aleatórios. Composta de dez gravuras, a obra é um modelo ideal de tiragem limitada, já que possui apenas 17 exemplares.

Eddie Peake, Londres, 1981
Mais jovem artista da exposição, Peake permeia às temáticas que se referem à cultura popular, ao corpo e à linguagem utilizada nas redes sociais. Daggering (2013), é uma edição de 75 lenços pintados individualmente por spray, usados como acessórios e que tornam o corpo um suporte para a gravura.    

Jack and Dinos Chapman, Londres, 1962/66
Conhecidos por adquirirem uma série de gravuras do pintor espanhol Goya e provocarem interferências sobre elas, os irmãos britânicos apresentam na exposição a série Bedtime Tales for Sleepless Nights (2013), uma tiragem de 35 gravuras em metal das imagens que ilustram o livro de mesmo nome.

Richard Serra, São Francisco, 1939
Célebre escultor de obras em escalas monumentais, Serra apresenta na exposição quatro gravuras em metal. Suas gravuras têm texturas criadas pelo próprio artista, que desenvolveu uma receita especifica guardada a sete chaves.

Mona Hatoum, Beirute, 1952
Mona trabalha com temas controversos como violência, voyeurismo e opressão - quase sempre relacionadas ao corpo humano. Em Rubber Mat (1996) é um múltiplo de silicone, que tem a forma de um tapete estampado com um tubo intestinal. O objeto, que faz parte do departamento de prints, do MOMA, em NY, faz referência aos carpetes de culto muçulmano e às raízes - ou entranhas - da artista libanesa.

Rachel Whiteread, Londres, 1963.
Rachel faz suas esculturas modelando com gesso objetos domésticos do cotidiano assim como partes de casas e mobiliário. Cria um espaço negativo que é preenchido com diferentes materiais: resinas, bronze, borracha.

Sarah Morris, Londres, 1967
Tem suas pinturas baseadas em plantas baixas de cidades, ruas e sistemas em geral. Department of Water and Power (Los Angeles) (2004) é um portfólio de quatro silk-screens.



Sobre Cláudia Marchetti
Formou-se em Artes Plásticas na FAAP. Entre 1990 e 1992, cursou o mestrado em Fine Arts no Goldsmiths College, Universidade de Londres, onde conviveu com artistas da geração 90, os Young British Artists, entre eles Damien Hirst.
Participou de diversas exposições na Inglaterra e no Brasil. Em 2002, iniciou um projeto para divulgar a arte contemporânea britânica através de exposições em parceria com a Cultura Inglesa e com o apoio do British Council, como Painting as a Foreing Language (2002), Paper Democracy (2004), Painting Per See (2005), Rock Jason Martin (2008) e Fast Forward (2010), no Centro Brasileiro Britânico em São Paulo.


Tiragem Limitada
De 18 de março a 24 de maio
ArtEEdições Galeria
Rua Estados Unidos, 1162
Jardim América SP, São Paulo – SP
Telefone: 5511 3031-0142
Site: www.arteedicoes.com.br



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