terça-feira, 20 de maio de 2014

Exposição Bahia, contemporânea Bahia

Bahia, contemporânea Bahia.
Curadoria - Marcelo Campos

A exposição Bahia, contemporânea Bahia, na galeria de arte Roberto Alban, segue o desejo de um modo muito mais específico: pensar a produção contemporânea a partir de artistas que trabalhem desde a Bahia. Não tencionamos afirmar traços específicos, maneirismos ou sotaques. Mas, sim, ativar a presença de um olhar multicultural que também atravessou esta produção, fazendo com que a história de cada artista selecionado tangenciasse em maior ou menor grau os influxos históricos: Almandrade convivera com como Helio Oiticica e é considerado um pioneiro da arte contemporânea na Bahia.
Willyams Martins começara a produzir concomitantemente a eventos como a exposição que lançou pintores da Geração 80, Lara Viana estudara na Inglaterra nos centros acadêmicos que formaram Damien Hirst, Josilton Tom conviveu com os modernistas da terra e com os longos anos do importante Salão da Bahia. Mas, a história se renova e apresenta as produções de Március Kaoru, pensando a imigração japonesa em Salvador, Vinícius S.A. que expande corajosamente a apropriação dos objetos domésticos para as grandes instalações e Fábio Magalhães, cuja pintura ativa e dissimula possíveis aderências a imagens baianas. Ao mesmo tempo, temos a surpresa de poder contar com um interesse fotográfico e, ao mesmo tempo, instalativo e performático de Rosa Bunchaft que faz da fotografia uma experiência imersiva.

Destaque para Almandrade que apresenta trabalhos da década de 1970, que são as primeiras experiências em arte contemporânea na Bahia.

A tão aclamada desmaterialização da arte, a partir dos anos 1960, restabeleceu o modo como os artistas lidavam com a permanência e a procedência dos materiais. Assim, a possibilidade de utilização de formas e objetos mundanos se adequou a modos de circulação das experiências artísticas, na chamada arte postal, por exemplo. Almandrade é um artista que ativa estes interesses históricos, desenvolve imensamente a materialidade de procedência comum, banal, para pensar mensagens, palavras que se tornam poemas-visuais. Pertencente à geração que usava a arte como palavra de ordem, Almandrade manteve-se atento aos campos semânticos, para além da visualidade, produzindo situações que são, principalmente, jogos de linguagem.

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ABERTURA 28 de maio de 2014
VISITAÇÃO - 29 de maio a 12 de junho

Galeria Roberto Alban

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