domingo, 8 de junho de 2014

Tango A música de uma cidade de Mauro Mendes Braga



TangoA música de uma cidadede Mauro Mendes Braga


Coleção: Humanitas
2014. 500p. 
Dimensão: 22,5 x 15,5
Peso:730 gramas

Este livro traz uma visão panorâmica do nascimento e desenvolvimento do tango e de sua íntima relação com a cidade de Buenos Aires. Apresentam-se as diferentes etapas de evolução do tango, bem como breves histórias de seus personagens e canções mais destacados. O texto, direcionado ao público brasileiro, aborda também o impacto que o tango teve no Brasil e sugere temas e gravações para uma pequena discoteca do gênero.

 Música triste de uma cidade

Obra de Mauro Braga conta a história do tango, mostrando como o gênero está identificado com Buenos Aires

por Itamar Rigueira Jr.


 O bandoneon, instrumento de origem alemã e sacra, chegou à Argentina no quarto final do século 19 e foi incorporado ao tango por volta de 1910. Incapaz de acompanhar o ritmo vivaz dos primórdios da música portenha – quando lembrava o choro brasileiro –, o bandoneon associou-se à nostalgia dos imigrantes italianos, dotando o tango de sua alma melancólica. Essa e outras histórias encontram-se no livro Tango – a música de uma cidade, que a Editora UFMG lançou na semana passada em Belo Horizonte.
Fruto de trabalho – movido por paixão que vem da infância – do professor Mauro Braga, aposentado do Departamento de Química da UFMG, o livro conta a história do tango desde o início do século 20 até por volta dos anos 1970. O autor dedica boa parte do texto a mostrar por que o ritmo é considerado essencialmente portenho, nascido nos conventillos (espécie de cortiços) de Buenos Aires e marcado por um idioma próprio, o lunfardo, resultado da mescla de culturas que caracterizou a capital argentina no começo do século 20.
O livro aborda a origem negra do tango, relacionada ao grande contingente de negros que habitou Buenos Aires e Montevidéu por mais de 200 anos. Candombe e milonga, ritmos negros, foram se transformando e incorporando contribuições de italianos e criollos. A alma melancólica do gênero se consolida com o aparecimento do tango-canção, em 1917, ou seja, as canções que contavam uma história triste.
Mi noche triste, de Samuel Castriota e Pascual Contursi, – cuja letra foi escrita por Contursi sem o conhecimento do autor da música – é unanimemente considerada a primeira dessas canções e foi também o primeiro tango gravado por Carlos Gardel. O tango foi se tornando uma música triste, fortemente ancorada na vida da cidade. Muitos anos depois, o músico Osvaldo Pugliese chegou a defini-lo como “o livro de queixas do arrabal portenho”.

Sucesso em Paris

A pesquisa que construiu Tango – a música de uma cidade incluiu várias incursões a Buenos Aires – uma das temporadas durou três meses – e a leitura de mais de cem obras. O livro mostra ainda que o tango, originalmente música de prostíbulos e dos conventillos, foi levado por jovens de classe alta para os bordéis de luxo da cidade e, logo em seguida, para Paris.
“O sucesso do tango em Paris alimentou a absorção do gênero pelas classes abastadas, desejosas da sofisticação que o gosto francês conferia”, diz Mauro Braga, que descreve em seu livro as etapas, com duração de aproximadamente duas décadas, em que se divide parte da história do tango, desde 1880: as Guardias Primitiva, Vieja, Nueva e del 40.
O texto segue até o reinado de Astor ­Piazzolla, figura “exótica e enigmática”, que chegou a imaginar que preferia o jazz e o piano à combinação do tango com o bandoneon. Após uma temporada de estudos em Paris, entretanto, concluiu que sua vida estava no tango e no bandoneon. Como disseram dois de seus biógrafos, “Piazzolla percebeu que a sombra que queria deixar para trás era a sua”.
O livro aborda apenas superficialmente o desenvolvimento do tango após 1980, mas Mauro Braga garante que o estilo tem presença muito forte ainda hoje em Buenos Aires. “Mantém-se como aspecto importante a releitura de temas antigos, o que foi acentuado pelo aparecimento de notáveis cantoras, nos anos de transição do século 20 para o 21. Mas novos valores estão aportando ao gênero contribuições que o enriquecem”, afirma Mauro Braga, que produz e apresenta o programa Compasso Latino, na Rádio UFMG Educativa.

Na parte final da obra, há um capítulo dedicado aos poetas do tango – entre os quais se destacam Catullo Castillo, Enrique Cadícamo, Enrique Discépolo, Alfredo Le Pera, Homero Manzi, Homero Exposito, Eladia Blazquez e Horacio Ferer – e outro que relaciona cem tangos considerados pelo autor essenciais a uma discoteca. Devoto também do bolero e da música cubana, que ouvia junto com a música portenha nas eletrolas da família, Mauro diz que escolheu o ritmo para começar porque sente falta de obras sobre o tema em português e porque lhe pareceu mais viável a pesquisa. E, embora inicie sua obra ressaltando a “ousadia” da empreitada – “não sou historiador, nunca estudei literatura e nem sei distinguir uma nota musical de outra” –, admite que poderá se “aventurar” outras vezes a escrever sobre sua paixão pela música latina. 


LANÇAMENTO DA
 

Geografia e Ideologias - LANÇAMENTO EDITORA UFMG



Geografia e Ideologias Rogata Soares Del Gaudio;Doralice Barros Pereira (Organizadoras)
Coleção: Origem 2014. 429 p. Dimensão: 20 x 14 x 2,5 cm Peso: 510 gramas

Este livro apresenta reflexões de estudiosos  da geografia, história, filosofia e ciência política que tratam de (re)produção material e simbólica do/ no espaço. A diversidade temática caracteriza-se pela popularidade das relações entre a geografia, a política, o Estado e o mercado. Assim, os textos analisam as lutas por territórios e territorialidades, plenas de disputa e interpelações, tornando profícua a discussão. Os entrelaçamentos que permeiam a construção de sujeitos e visões sociais de mundo são igualmente abordados, evidenciando as múltiplas possibilidades de interpretação do fenômeno ideológico.

LANÇAMENTO DA




 



A pedra e o tempo – Arquitetura como patrimônio cultural De Flávio de Lemos Carsalade

A pedra e o tempo – Arquitetura como patrimônio cultural
De Flávio de Lemos Carsalade 

 Português e inglês
639 páginas 



Livro de professor da UFMG discute intervenções no patrimônio arquitetônico, defendendo a preservação que respeita as transformações do cotidiano

 Passado o tempo em que a modernidade ditava as regras e justificava demolições a torto e a direito, a ­preocupação com a preservação rege a agenda do século 21. Isso vale também para a arquitetura, a mais pública das artes, que se expõe, criando referências urbanas e itinerários. Mas é justamente esse caráter utilitário que torna a questão mais complexa, de acordo com o professor Flavio de Lemos Carsalade, da UFMG. Ele lembra que a arquitetura é feita para “propiciar a vida humana”, o que significa dizer que é necessário preservar considerando que a vida se transforma.
Interessado em discutir de forma consistente essa questão, Carsalade publica, pela Editora UFMG, a obra bilíngue A pedra e o tempo – Arquitetura como patrimônio cultural. O objetivo é entender a natureza particular da arquitetura como arte e sua missão social, e identificar formas de preservar o patrimônio sem deixar de inseri-lo na vida cotidiana. “A ideia de restauração nasceu no mundo das belas-artes, cabe bem para uma obra de arte. Quando falamos de arquitetura, trata-se de adaptar, ou seja, a intervenção é mais abrangente, modificando, sempre de forma respeitosa, para atender à vida contemporânea”, afirma o autor, que é doutor pela Universidade Federal da Bahia e dirigiu a Escola de Arquitetura da UFMG de 2008 e 2012.
A chave teórica de A pedra e o tempo está na fenomenologia. O autor ressalta que o homem é um ser espacial e que sua percepção de estar no mundo é centrada na sua condição psicofísica. “Procurei relacionar a arquitetura, que é uma ciência do espaço, com a condição humana, e a partir dessa relação é possível extrair uma série de possibilidades de interação do homem com a obra arquitetônica”, explica Carsalade, que articula ideias de autores como Heidegger, Merleau-Ponty, Norberg-Schulz – que desenvolveu o conceito de “arquitetura existencial” – e Cesare Brandi.
A matriz fenomenológica é referência também para a pesquisa de campo, que privilegiou intervenções recentes e significativas, especialmente em Minas Gerais. Carsalade comenta, em seu texto, que os pareceres dos órgãos de patrimônio revelam “alternância de ‘critérios’ para análise”, além de “diversidade muitas vezes inconsistente de formas de intervenção, mostrando como, muitas vezes, o (re)desenho da obra não se sustenta conceitualmente”.

Questão global

Flavio Carsalade sente falta de uma teoria mais aplicada à arquitetura, que incorpore uma realidade em transformação e possibilite maior clareza. Segundo ele, a obra é voltada para arquitetos e leitores do mundo da cultura, mas a aplicação de seus conceitos pode ser compreendida de forma mais ampla. A opção pela versão em inglês respeita o fato de que se trata de uma questão global e é preciso atingir a comunidade científica internacional, além de que há pesquisas em andamento em parceria com universidades estrangeiras.
Repleto de exemplos concretos, o livro ressalta a importância de se considerar a preexistência espacial e temporal. Carsalade faz um “ensaio” de retirar do conjunto Sulacap/Sul América, na avenida Afonso Pena, em Belo Horizonte, o anexo construído nos anos 1970, devolvendo ao conjunto original dos anos 40 o contato físico e visual com o Viaduto de Santa Teresa. Em outro momento, ele compara as primeiras iniciativas de preservação do Pelourinho, em Salvador, e do Corredor Cultural do Rio de Janeiro. O primeiro, segundo o autor, foi tratado como um cenário, sem preocupação com a solução de problemas sociais e habitacionais. Em detrimento de aspectos construtivos, históricos e mesmo estéticos, privilegiou-se a imagem. Não houve negociação, e, junto com a população original, levou-se “um pouco da alma do lugar”. No caso carioca, ao contrário, a estratégia foi flexível, baseada na diversidade de soluções, buscando conservar sem o rigor do restauro, “na tentativa de manter no local a sua dimensão imaterial – o lugar do comércio, a sua vida intensa e uma imagem de história em transformação”.
Com a experiência de gestor público – administrou a Regional Pampulha, em Belo Horizonte, e foi presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas – aliada à de pesquisador, Carsalade defende que a intervenção no patrimônio arquitetônico e urbanístico procure a correspondência entre aspectos como estética, memória e uso. “A arquitetura cria significado. A partir de certo ponto, a interferência pode esgarçar esse significado. Esse é o limite da intervenção”, conclui Carsalade.


por

Itamar Rigueira Jr. 


LANÇAMENTO DA
 


  

PROGRAMAÇÃO DE JULHO DE 2014 DA CAIXA CULTURAL CURITIBA

PROGRAMAÇÃO
JULHO de 2014
 
 
 
CAIXA CULTURAL CURITIBA
 
 
Exposição

Evento: A Magia de Miró, desenhos e gravuras
Está em cartaz na CAIXA Cultural Curitiba a exposição A Magia de Miró, desenhos e gravuras, com visitação até 20 de julho de 2014. Sob curadoria de Alfredo Melgar, conde de Villamonte e fotógrafo galerista em Paris, a exposição reúne 69 obras do artista espanhol e 23 fotografias em P&B registradas por Melgar. A Magia de Miró já foi vista na CAIXA Cultural São Paulo e passou por prestigiadas galerias de arte e museus da Europa, América e Oceania.
Data: de 21 de maio a 20 de julho de 2014
Horário: de terça a sábado das 09h às 20h e domingo das 10h às 19h
Ingressos: Entrada franca
Classificação etária: Livre para todos os públicos


Teatro

Evento: O Incrível Segredo da Mulher Macaco
A CAIXA Cultural Curitiba apresenta a montagem “O Incrível Segredo da Mulher Macaco”. Com texto e direção do jovem diretor e dramaturgo paraense Saulo Sisnando, a peça conjuga elementos do cinema e da literatura. Ao unir suspense, comédia, terror e policial, a montagem conta uma história sangrenta e absurda vivida pelos atores Rodrigo Fagundes e Wendell Bendelack, idealizadores do projeto. Eles fazem as vezes de seis personagens misteriosos: uma heroína preocupada com os preparativos de seu casamento, um noivo milionário, uma cruel criada, um desconhecido em busca de abrigo, uma matriarca paralítica, uma atriz de cinema de identidade falsa.
Data: de 03 a 06 de julho de 2014
Horário: de quinta a sábado às 20h e domingo às 19h (As sessões de sexta e sábado podem sofrer alterações em virtude de possível jogo da Seleção Brasileira de futebol)
Ingressos: excepcionalmente, vendas a partir de 1º de julho (terça). R$ 10 e R$ 5 (meia – conforme legislação e correntistas que pagarem com cartão de débito CAIXA)
Classificação etária: Não recomendado para menores de 14 anos

Música

Evento: Série Solo Música – O Lendário Chucrobilly Man
A CAIXA Cultural Curitiba apresenta O Lendário Chucrobilly Man na Série Solo Música. A orquestra de um homem só, Klaus Koti, mais conhecido como O Lendário Chucrobillyman, faz um rock primitivo de forma inusitada e original, com viola, distorção e percussão diversificada. O músico paulista radicado em Curitiba, já participou de diversos festivais de música independente e realizou turnês no Brasil e no exterior. Lançou cinco discos na persona de O Lendário Chucrobilly Man, três discos como integrante do grupo Os Penitentes e um disco com sua banda Koti e os Grimpas. Atua também como design gráfico e gravurista.
Data: 08 de julho de 2014
Horário: terça-feira às 20h
Ingressos: excepcionalmente, vendas a partir de 1º de julho (terça). R$ 10 e R$ 5 (meia – conforme legislação e correntistas que pagarem com cartão de débito CAIXA)
Classificação etária: Não recomendado para menores de 10 anos


Teatro

Evento: Cena HQ – 7 Vidas, Diário de Vidas Passadas em Quadrinhos
A CAIXA Cultural Curitiba apresenta no projeto Cena HQ a leitura cênica do quadrinho 7 Vidas, escrita pelo carioca André Diniz e ilustrada pelo curitibano Antonio Eder. Nessa história, o personagem narrador, numa sessão de terapia de vidas passadas, descreve seu retorno a nostálgicas lembranças de infância e juventude, mas também inicia uma jornada pelas memórias perdidas de vidas desconhecidas. A encenação será dirigida Ângela Stadler e conta com a presença do autor para um bate-papo após a apresentação. No elenco, Guenia Lemos, Janaina Fukushima, Bianca Pickler, Eduardo Ramos e Francisco Malmann.
Data: 09 de julho de 2014 (quarta-feira)
Horário: quarta às 20h
Ingressos: Entrada franca. Retirada de ingressos a partir das 19h
Classificação etária: Não recomendado para menores de 14 anos


Música

Evento: Palavra Cantada
A CAIXA Cultural Curitiba apresenta o mais novo show da dupla Paulo Tatit e Sandra Peres: uma brincadeira de criança com cenário, figurino, roteiro e arranjos musicais de gente grande. Brincadeiras Musicais, que desde 2010 vem sendo visto em diversos palcos do país, convida o público a entrar no universo da música pela experimentação corporal, gestual ou com instrumentos musicais.
Data: de 18 a 20 de julho de 2014
Horário: sexta-feira às 18h, sábado e domingo às 16h e 18h
Ingressos: Vendas a partir de 12 de julho. R$10 e R$5 (meia - conforme legislação e correntistas que pagarem com cartão de débito CAIXA)
Classificação etária: Livre para todos os públicos 


Música  

Evento: Samba de Bamba – Verônica Ferriani
A CAIXA Cultural Curitiba apresenta a vencedora do 22°. Prêmio de Música Brasileira no projeto Samba de Bamba: a cantora Verônica Ferriani. A artista mostra porque tem sido convidada a dividir o palco com artistas consagrados como Beth Carvalho, Ivan Lins, Toquinho, Mart’nália, Francis Hime, Marcelo D2, Jair Rodrigues, Martinho da Vila, Moacyr Luz, Elton Medeiros e Zé Renato, além de participar de importantes projetos e festivais nacionais e internacionais.
Data: 22 de julho de 2014
Horários: terça-feira às 20h
Ingressos: Vendas a partir de 19 de julho. R$ 10 e R$ 5 (meia - conforme legislação e correntistas que pagarem com cartão de débito CAIXA)
Classificação etária: Livre para todos os públicos


Cinema

Evento: Mostra de Cinema Pernambucano
A CAIXA Cultural Curitiba apresenta a Mostra de Cinema Pernambucano. A produção cinematográfica de Pernambuco é responsável por algumas das mais bem-sucedidas produções da cinematografia nacional – de filmes já consagrados como Baile Perfumado, de Paulo Caldas e Lirio Ferreira, e Cinema, Aspirinas e Urubus, Marcelo Gomes, aos ousados O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho, e Tatuagem, de Hilton Lacerda. Com curadoria de Valéria Luna e Petronio de Lorena, a mostra exibe produções feitas desde os anos 20 até agora, em uma retrospectiva da história do cinema brasileiro a partir da produção de Pernambuco.
Data: 29 de julho a 03 de agosto de 2014
Horário: De terça a domingo. Consultar os horários na programação na Fan Page www.facebook.com.br/CaixaCulturalCuritiba.
Ingressos: as sessões de curtas-metragens são gratuitas e as sessões de longas-metragens custam R$ 4 e R$ 2 (meia - conforme legislação e correntistas que pagarem com cartão de débito CAIXA)
Classificação etária: Consultar a programação.


Exposição

Evento: Brinquedos à Mão – Coleção Sálua Chequer
A CAIXA Cultural Curitiba traz uma exposição de mais de 900 brinquedos populares feitos artesanalmente em comunidades interioranas dos estados do Nordeste brasileiro. A curadoria é de Sálua Chequer, colecionadora e pesquisadora de cultura popular desde 1980.
Abertura: 29 de julho de 2014, às 19h
Visitação: de 30 de julho a 07 de setembro
Horário: de terça a sábado das 09h às 20h e domingo das 10h às 19h
Ingressos: Entrada franca
Classificação etária: Livre para todos os públicos

VERSÃO DE SARGENTO GETÚLIO PARA OS PALCOS ESTREIA NA CAIXA CULTURAL CURITIBA


 
Romance mais premiado de João Ubaldo Riberto é transformado em monólogo pela companhia Teatro NU, de Salvador

A CAIXA Cultural Curitiba apresenta, de 13 a 15 de junho, o monólogo Sargento Getúlio, adaptação feita pela companhia baiana Teatro NU do romance homônimo de João Ubaldo Ribeiro. O ator Carlos Betão é Getúlio, um rude militar que tem a missão de transportar um prisioneiro e inimigo político de seu chefe. No meio da jornada, em virtude da mudança no panorama político, o sargento recebe a ordem para soltá-lo, mas decide terminar a missão que lhe foi confiada.

A estreia da peça em 2011, dirigida por Gil Vicente Tavares, marcou os 70 anos de João Ubaldo Ribeiro, os 40 de publicação da obra e o primeiro monólogo de Carlos Betão, ator mais antigo do grupo Teatro NU – ele recebeu o Prêmio Braskem de Teatro 2011 na categoria de melhor ator. A companhia também venceu o prêmio nas categorias melhor espetáculo e foi indicada como melhor direção e melhor iluminação (Eduardo Tudella). Após a estreia, o monólogo rodou por diversas cidades brasileiras e integrou um conjunto de peças baianas apresentadas na mostra paralela Fringe do Festival de Curitiba de 2013.

Sargento Getúlio é, acima de tudo, uma história de “aretê”, como explica João Ubaldo Ribeiro na epígrafe do livro. O termo de origem grega está associado à noção de virtude que, para Sócrates, significa fazer aquilo a que se está destinado. A narrativa discorre sobre o grande embate entre o indivíduo e a sociedade, a luta da honra pessoal contra volatilidade das políticas, a ética pessoal contra o poder.

O autor:
A peça traz à baila a obra mais premiada do escritor baiano João Ubaldo Ribeiro, considerada por muitos sua obra-prima. Nascido em Itaparica, em 1941, o escritor passou a infância entre Aracaju e Salvador. Em 1957, começou a trabalhar como jornalista, tendo exercido os cargos de repórter, redator e editorialista. Além de Sargento Getúlio, escreveu os romances O Sorriso do Lagarto e Viva o Povo Brasileiro. Colabora para o jornal O Estado de S. Paulo com crônica semanal sobre temas do cotidiano.

A companhia:
Concentrando-se no trabalho do ator e na sua relação com o texto, o Teatro NU, criado em 2006 por Gil Vicente Tavares e Jussilene Santana, privilegia a nova dramaturgia baiana e mundial, sem deixar de dialogar com os clássicos. Recentemente, a companhia estreou a produção Quarteto, dirigida por Gil Vicente Tavares, uma das peças mais montadas do alemão Heiner Müller, que se inspirou no romance As Ligações Perigosas, de Chordelos de Laclos.



Serviço:
Teatro: Sargento Getúlio
Local: CAIXA Cultural Curitiba – Rua Conselheiro Laurindo, 280 – Curitiba (PR)
Data: 13 a 15 de junho de 2014 (sexta-feira a domingo)
Hora: sexta-feira e sábado às 20h e domingo às 19h
Ingressos: Vendas a partir de 7 de junho. R$ 10 e R$ 5 (meia – conforme legislação e correntistas que pagarem com cartão de débito CAIXA)
Bilheteria: (41) 2118-5111 (De terça a sábado, das 12h às 20h, e domingo, das 16h às 19h)
Classificação etária: Não recomendado para menores de 14 anos
Lotação máxima: 125 lugares (2 para cadeirantes)


1º Congresso Brasileiro do Pensamento Vaishnava




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“O que nos atrai numa fruta?” ...É, certamente, a doçura de seu sabor. “O que nos impele a executar alguma atividade ou a buscar algum relacionamento?” ...É, sem dúvida, o prazer que extraímos deles. Estas duas respostas nos servem como excelentes pistas para começarmos a entender BHAKTI-RASA, o tema mais profundo e filosófico da vida espiritual, o qual estará plenamente em foco por uma semana em nosso Congresso.

Rasa significa “doçura”, ou, literalmente, “suco”. Podendo, portanto, ser traduzido como “o doce e suculento sabor de uma fruta madura” ou “o prazer extraído de um relacionamento”. Mas, assim como a maioria das coisas, as rasas possuem duas categorias: mundanas ou transcendentais. Não há como negar que as rasas ou sabores mundanos existem, mas, como dependem do contato dos sentidos com objetos mundanos, tais sabores são impermanentes, limitados e, por natureza, nos prendem às reações cármicas e, portanto, são fontes de dualidade e ansiedade. O bhakti-rasa, entretanto, é completamente diferente. Trata-se do sabor desfrutado na relação amorosa e devocional com Krishna e com tudo relacionado a Ele, tais como Sua forma, ensinamentos, atividades, devotos etc. Além de ser eterno, e de possuir sabor incomparável e transcendental, é purificante e fonte de liberdade. E embora, num primeiro momento, não seja possível compreender plenamente suas características divinas, as práticas devocionais de bhakti ampliam o alcance dos sentidos e capacita o praticante a experimentar sua qualidade transcendental.  A natureza e demais detalhes sobre estas práticas devocionais serão amplamente discutidas em meio às montanhas majestosas de Teresópolis, no aprazível Ashram Vrajabhumi, e com a ajuda qualificada dos melhores facilitadores do país!

Reservas pelos telefones: (21) 9-9413-6100, (21) 2644-7213, ou reservasvraja@gmail.com!


Cerveja do Ratos de Porão ganha medalha de ouro


 
Em meio a uma avalanche de bandas lançando cervejas do mais diversos tipos e para os mais específicos gostos, a cerveja do Ratos de Porão mostrou que não é apenas mais uma que está disponível no mercado ou em qualquer prateleira.
 
A RED ALE “CRUCIFICADOS PELO SISTEMA” ganhou medalha de ouro, em sua categoria, durante a IV edição da SOUTH BEER CUP. O evento que aconteceu recentemente em Belo Horizonte (BH), simultaneamente com a VIII Brasilbier, premiou as melhores cervejas da América Latina. A SOUTH BEER CUP é realizada um ano no Brasil, outro na Argentina.
 
A RATOS DE PORÃO RED ALE, produzida pela Cervejaria Dortmund de Serra Negra(SP), em parceria com a Distribuidora Bushido Brazil, é uma cerveja com estilo de origem irlandesa, de coloração avermelhada, leve e pouco amarga.
 
Era um calorento dezembro de 1983, quando quatro rapazes raivosos e inexperientes entraram em estúdio para gravar em seis horas o disco que viria a ser, 30 anos depois, um clássico do punk mundial “Crucificados pelo Sistema”. O petardo detona 16 furiosas canções em 17 minutos de raiva incontida de uma frustração adolescente sem igual vinda de uma periferia sem futuro algum. Músicas como “Agressão/Repressão”, “FMI”, “Não Me Importo” e “Pobreza” tem a força de um murro na cara e, mesmo em português, faz parte da trilha sonora da vida de muito garoto mundo a fora.
 

Lançado em abril de 1984, o RDP foi pioneiro no estilo e foi o primeiro disco de uma banda de hardcore da América Latina. “Para comemorar esse trigésimo aniversário, foi lançada essa cerveja para brindar os admiradores e fãs mais apaixonados que, com certeza, vão saborear e festejar o quanto é importante esse disco na história do nosso medíocre rock nacional”, declarou João Gordo.

Boletim Diário de Política Social - Saúde pública: Pesquisa investiga partos e nascimentos no Brasil




Saúde pública: Pesquisa investiga partos e nascimentos no Brasil
Resultados preliminares da pesquisa ”Nascer no Brasil: Inquérito Nacional sobre Parto e Nascimento”, realizada pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz), mostram que a proporção de cesarianas no Brasil está aumentando. Segundo a pesquisa, o percentual de partos cesáreas no Brasil em relação ao total é de 52%, sendo 46% na rede pública e 88% na rede privada. A Organização Mundial da Saúde (OMS), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e as Nações Unidas (ONU) recomendam que somente 15% dos nascimentos ocorram por procedimento cirúrgico, percentual no qual devem estar incluídas intercorrências que coloquem em risco a vida da mãe ou a do bebê.

A pesquisa também mostra a variação da opção das grávidas ao longo da gestação: entre as grávidas por primeira vez atendidas no setor público, 15,4% das entrevistadas iniciaram a gravidez optando por cesariana, número que cai para 15% ao fim da gravidez, mas 44,8% dos partos realizados são cesarianas. No caso das grávidas por primeira vez atendidas no setor privado, 36,1% das mesmas iniciam a gravidez optando por cesarianas e esse número sobe para 67,6% ao fim da gestação; no entanto, 89,9% dos partos realizados são cesarianas. Já entre as grávidas por segunda ou mais vezes, somente 29,2% das mulheres atendidas no setor público manifestam preferência inicial por cesariana, que se altera para 27,4% ao fim da gestação, mas 40,7% dos partos são cesarianas. Entre as grávidas por segunda ou mais vezes atendidas no setor privado, a preferência por cesarianas começa em 58,8%, passa a 75,4% no fim da gestação e 84,5% dos partos são cesarianas.
Segundo a pesquisa, estudos internacionais têm mostrado os riscos de cesarianas desnecessárias para o recém-nascido e para as parturientes. Para recém-nascidos, os efeitos descritos podem ser: aumento da mortalidade neonatal, aumento da chance de internações e nascimentos de prematuros evitáveis. Estudos ainda associam o parto natural a benefícios para a saúde da criança, como menor propensão a diabetes, asma, alergias e outras doenças não transmissíveis. Para a mãe, a cesárea aumenta chances de hemorragia, infecção e dificulta sua recuperação, dentre outros.
Porém, mesmo nos partos normais, segundo a pesquisa, o atendimento no Brasil não atenderia às boas práticas recomendadas pela OMS: entre as gestantes que tiveram parto normal, 95% relataram ter sido submetidas a procedimentos reprovados pela Organização Mundial da Saúde. Já 16% do total de entrevistadas afirmam ter procurado mais de um hospital durante o trabalho de parto, aumentando os riscos de complicações. Os dados revelam ainda a escassez de medicamentos e equipamentos necessários aos atendimentos de emergência.
Os pesquisadores defendem modelos de atenção ao parto e nascimento conduzidos por enfermeiros obstétricos e obstetrizes, que aumentam as chances de partos espontâneos e diminuem intervenções desnecessárias; bem como a atuação conjunta da sociedade para avaliar a estrutura das maternidades, redimensionar os recursos, identificar falhas no acesso, influir nas prioridades e implementação de boas práticas de atenção. É preciso ainda, segundo a pesquisa, ampliar o debate sobre parto e nascimento, com vias de reduzir desigualdades regionais e sociais e lutar pela ampliação do investimento no SUS.
Para ler mais:

As mentiras da Veja sobre gravidez e partos no Brasil
leia aqui

Nascer no Brasil: Inquérito Nacional sobre Parto e Nascimento (resultados preliminares)
leia aqui

Nos hospitais privados brasileiros, 88% dos partos são cirúrgicos, diz estudo
leia aqui

Número de cesarianas no Brasil é mais que o triplo do recomendado pela OMS
leia aqui



Análise: Ana Luíza Matos de Oliveira, economista