quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Governo não desacelera investimentos e gastos sociais e reduz superávit para superar crise:



Governo não desacelera investimentos e gastos sociais e reduz superávit para superar crise:
Governo não desacelera investimentos e gastos sociais e reduz superávit para superar crise: O resultado dos gastos e receitas primárias do mês de agosto revelou um déficit de R$ 10,422 bilhões, resultado de um crescimento da receita de 6,4% e de 12,6% da despesa, em relação a igual período de 2013. Com isso, o setor público apresenta o quarto déficit primário consecutivo, afastando a hipótese de cumprimento da meta de superávit primário do governo central de 1,55% em 2014. Considerando-se o resultado fiscal de agosto, o resultado primário do governo central hoje é de R$ 4,675 bilhões em 2014, algo em torno de 0,14% do PIB. Já no acumulado de 12 meses, o resultado se mantém próximo de 1% do PIB, marcando 0,94% no mês de agosto. O aumento dos gastos tem ligação com a ampliação no investimento do governo, que cresceu 27,4% em relação ao mesmo período de 2014.
Comentário: A decisão do governo de não realizar um ajuste recessivo nas contas públicas diante do atual cenário de desaceleração da economia (e, portanto, de queda no ritmo de crescimento da arrecadação) é um exemplo clássico de como a política fiscal deve ser utilizada de maneira anticíclica, controlando tendências demasiado altistas ou baixistas da atividade econômica. A opção por manter os investimentos sociais e, principalmente, o crescimento dos investimentos em infraestrutura (revelado pelo aumento de 45,8% nos investimentos do PAC) revela que o governo acredita que o investimento público é fundamental para a retomada do crescimento futuro da economia brasileira. As propostas de aumentar o superávit primário e reduzir os gastos públicos, em um cenário de baixo crescimento como o atual, serviriam apenas para jogar a economia brasileira em uma trajetória recessiva, afetando emprego e renda. O compromisso central do governo, neste momento, deve ser o de manter emprego, renda e investimentos em alta, ao mesmo tempo em que cuida para estabilizar a relação dívida-PIB.


Análise: Guilherme Mello, Economista
Acesse: www.fpabramo.org.br

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