sábado, 16 de julho de 2016

A Fraternidade Universal e a Naturalidade do Amor a Deus

 
 



 
A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada
 
A consciência de Deus é fácil e torna fácil amar a todos.
 
Por que Prahlada disse a seus amigos que a consciência de Krishna é fácil de se alcançar? A consciência de Krishna é, na verdade, muito querida para nós, mas a esquecemos. Diante disso, quem quer que aceite a consciência de Krishna fica cada vez mais apegado a ela e esquece sua consciência materialista. Se você está em um país estrangeiro, você esquece seu lar, seus parentes e amigos que eram muito queridos para você. No entanto, se você de repente se lembra de seu lar e amigos, logo ficará muito preocupado: “Como poderei reencontrá-los?” Em São Francisco, um de nossos amigos me disse que, há muito tempo, ele deixara seus jovens filhos e fora para outro país. Recentemente, uma carta chegou de seu filho adulto, e o pai logo se lembrou de sua afeição por ele e lhe enviou algum dinheiro. Essa afeição surgiu automaticamente, embora ele tivesse esquecido seu filho há muitos anos. De forma semelhante, nossa afeição por Krishna é tão íntima que, tão logo haja algum contato com a consciência de Krishna, de imediato reviveremos nosso relacionamento com Ele.
 
Todos temos alguma relação específica com Krishna, o Senhor Supremo, mas nos esquecemos dela no momento. Contudo, à medida que nos tornamos conscientes de Krishna, a antiga consciência de nossa relação com Krishna é revivida. E quando nossa consciência chega a esse estado puro, podemos entender nossa relação específica com Krishna. Podemos ter uma relação com Krishna como filho, como servo, como amigo, como pai, como esposa ou como amante. Todos esses relacionamentos se refletem pervertidamente no mundo material – tão logo chegamos à plataforma de consciência de Krishna, nossa antiga relação com Krishna é revivida.
 
Todos nós amamos. Primeiro, eu amo meu corpo porque meu eu está dentro deste corpo. Assim, na verdade, amo meu eu mais do que o corpo. Contudo, esse eu tem uma relação íntima com Krishna porque o eu é parte integrante de Krishna. Por conseguinte, amo Krishna mais do que tudo. E porque Krishna é onipenetrante, eu amo tudo.
 
Infelizmente, esquecemos que Krishna, Deus, é onipenetrante. Temos de reviver essa memória. Tão logo revivemos nossa consciência de Krishna, podemos ver tudo em relação com Krishna, diante do que tudo se torna adorável. Agora eu amo você ou você me ama, mas esse amor está na plataforma do corpo efêmero. Todavia, ao desenvolver amor por Krishna, amarei não apenas você, mas toda entidade viva, porque a designação externa, o corpo, será esquecida. Quando alguém se torna cem por cento consciente de Krishna, ele não pensa: “Este é um homem, este é um animal, este é um gato, este é um cão, este é um verme”. Ele vê todos como partes integrantes de Krishna. Isso é muito bem explicado na Bhagavad-gita: “Quem é realmente versado em consciência de Krishna torna-se um amante de todos no Universo”. A menos que estejamos situados na plataforma consciente de Krishna, não há questão de fraternidade universal.
 
Se queremos de fato levar a cabo a ideia de fraternidade universal, teremos de chegar à plataforma de consciência de Krishna, fora da consciência material. Enquanto tivermos consciência material, nossos objetos adoráveis serão limitados. No entanto, quando realmente tivermos consciência de Krishna, nossos objetos adoráveis serão universais. É isso o que afirmou Prahlada Maharaja: “Desde as plantas e árvores imóveis até a criatura mais elevada, Brahma – a Suprema Personalidade de Deus está presente em toda parte através de sua expansão como Paramatma, o aspecto do Senhor localizado no coração de todos. Tão logo nos tornamos conscientes de Krishna, essa expansão da Suprema Personalidade de Deus, Paramatma, nos induz a amarmos todos os objetos em relação com Krishna”.
 
 

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