segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Crise propicia ofensiva para flexibilizar direitos


Boletim de conjuntura do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) aponta que o elevado desemprego e recessão econômica aumentam risco de regressão na regulação trabalhista ao propiciar crescimento da ofensiva patronal e governamental para flexibilizar direitos. Os trabalhadores, que sofrem com o desemprego, também sofrem com a inflação e o baixo poder de compra dos salários.
O Boletim aponta que especialmente as famílias de menor renda sofrem com o aumento da inflação, citando pesquisa do Índice de Custo de Vida (ICV) para o município de São Paulo. A pesquisa divide a população em três estratos: o estrato 1 corresponde a famílias de renda média de R$ 377,49; o estrato 2 contempla famílias de renda média de R$ 934,17 e o terceiro estrato reúne famílias com renda média de R$ 2.792,90. Mostra-se que o ICV acumula alta de 8,25% entre agosto de 2015 e julho de 2016, sendo de 9% para o estrato 1; 8,71% para o 2; e 7,85% para o 3.

O Dieese também estima mensalmente o valor do Salário Mínimo Necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas. Em julho de 2016, ele deveria equivaler a R$ 3.992,75, ou 4,54 vezes o salário mínimo nacional em vigor, de R$ 880,00.

Aponta-se que é necessário um projeto nacional que retome e transforme o crescimento econômico em efetivo desenvolvimento, enfrentando fatores estruturais da economia brasileira e preservando a renda e o emprego. Assim, a crise amplia o desafio colocado para o movimento sindical: formular uma saída.

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