quarta-feira, 12 de abril de 2017

Curitiba Mostra resiste no Teatro Zé Maria


Após integrar a mostra oficial do Festival de Curitiba em 2017, a Curitiba Mostra permanece esta semana no teatro Zé Maria com apresentações gratuitas

Em clima de resistência, a partir de terça feira a Curitiba Mostra permanece no teatro Zé Maria em sua segunda edição com cinco espetáculos inéditos que realizam apresentações únicas de terça a domingo sempre ás 20h com entrada gratuita.
A mostra reúne trabalhos autorais através de criações compartilhadas em cinco espetáculos inéditos. A partir da obra dos escritores curitibanos Jamil Snege e Luci Collin, da obra de Eduardo Galeano, bem como uma evocação à travesti Gilda, a proposta da mostra é articular pensadores e artistas em distintas parcerias e formatos de criação, com forte caráter político e histórico.
Segundo os idealizadores do projeto, a atriz e diretora Nena Inoue, e o diretor Gabriel Machado: "Essa edição é um contragolpe aos retrocessos correntes. Re-existiremos com arte e festa a esta caretice, a estes tempos sombrios" .
Nena Inoue, além de idealizadora, participa da mostra com o espetáculo Para não morrer, seu primeiro solo em quase 40 anos de carreira, uma parceria inusitada com a preparadora vocal Babaya e o jovem escritor e crítico Francisco Mallmann, que inspirada na obra “Mulheres”, de Eduardo Galeano, aborda temáticas femininas e feministas atreladas a questões políticas, especialmente da América Latina.
Também partindo do universo feminino, as artistas Helena de Jorge Portela, Catharine Moreira e Giorgia Conceição, apresentam \todas/, espetáculo inspirado na obra da curitibana Luci Collin. O espetáculo será inteiramente sinalizado em libras e falado em português, e com a participação de uma mulher surda, busca incluir esta comunidade como público ativo da mostra.
Já o ator e diretor Ricardo Nolasco, realiza também seu primeiro solo Momo: Para Gilda com ardor, que é uma evocação a travesti Gilda, figura pública das ruas e do carnaval curitibano na década de 70, que pedia beijos ou moedas na Boca Maldita (centro da cidade) e foi brutalmente assassinada em 1983. O espetáculo que começa no Teatro José Maria Santos e depois sai em cortejo pelas ruas do Largo da Ordem, faz parte da pesquisa que o artista tem denominado de "O Momo" e conta com a colaboração de Daniela Passarinho, Luciano Faccini, Melina Mulazani, Leo Bassi, Leo Bardo, Marina Viana, Márcio Mattana, Leonarda Glück e Patricia Cipriano.
O premiado ator e diretor Rafael Camargo, dá continuidade a sua pesquisa sobre imobilidade e fracasso no espetáculo Eu se errei, a partir da obra de Jamil Snege, importante escritor curitibano, falecido em 2003. Rafael responde pela dramaturgia, atuação e direção e conta com a colaboração do ator Luis Melo. 

  

Serviço:
II Curitiba Mostra - Teatro Zé Maria
De 11 a 16 de abril às 20h
Entrada gratuita



Programação:

Pão com Linguiça
11 e 12 de abril às 20h
Com qual música você morreria de amor? Com qual música você atravessaria um luto? Com qual música você sobreveviria a um golpe? De Banda Calipso a Nina Simone, enterramos amores e esfaqueamos o espaço.
Pão com linguiça é ORDEM E PROGRESSO, carnavalização e desbunde. É um convite para morrer de amor, sobreviver a um golpe e comer linguiça. Se o corpo do bailarino é um campo de batalha, ele é também um bordel, uma festa, um circo de horrores.



Eu se errei
13 de abril às 20h
Faixa etária: livre
Escrito, dirigido e atuado por  Rafael Camargo, um monólogo a partir da obra de Jamil Snege, com colaboração de Luis Melo;
Da obra de Jamil Snege, “O Turco.”
Feroz e irreverente, brilhante e cáustico o universo labiríntico de Snege constrói a dramaturgia de “Eu se errei”. A estética da inação perseguida por Rafael Camargo e sua imobilidade na cena serve de metáfora e suporte para o “fracasso” buscado por Jamil Snege. Um ator que não se move, um pássaro que não voa, um escritor que paga para escrever o que quer com o que ganha para escrever o que não quer. Errar é o maior acerto.



\todas/
DATAS: 14 de abril às 20h
Faixa etária: livre
Dramaturgia: Giorgia Conceição e Helena de Jorge Portela, livremente baseada na obra de Luci Collin; Direção: Giorgia Conceição; Atuação: Helena de Jorge Portela.
Três mulheres se encontram no plano da ficção: uma atriz, uma diretora e uma autora. No palco, elas ensaiam a criação de suas vidas. A ancestralidade e o futurismo de uma história de mulheres. Três personagens que ora se mesclam, concordam; ora dissonam, transbordam. Três momentos de vida, um encontro. \todas/ é um espetáculo que tem como estopim a obra da autora curitibana Luci Collin. As presenças da autora, atriz e diretora celebram àquelas \todas/ que por esses palcos da vida já passaram.





Para não morrer
DATAS: 15 de abril às 20h
Faixa etária: livre
Um solo de Nena Inoue em parceria com Babaya e dramaturgia de Francisco Mallmann, a partir da obra de Eduardo Galeano;
A dramaturgia de Francisco Mallmann, inspirada na obra “Mulheres”, de Eduardo Galeano, aborda temáticas femininas e feministas atreladas a questões políticas, especialmente da América Latina. A peça apresenta uma mulher que fala e com ela, junto dela, muitas outras.  Diferentes lugares, vidas e momentos históricos se mesclam em uma voz que tem urgência em dizer e a coragem de narrar, contar. Sobre uma voz que não pode mais esperar e sobre todas as coisas que querem e precisam ser ditas, por insistência, denúncia e memória. Para não morrer é corpo presente. Contragolpe. Exercício de resistência.


Momo: Para Gilda com Ardor
DATAS: 16 de abril às 20h
Faixa etária: maiores de 18 anos
Concepção e performance: Ricardo Nolasco. Colaboração: Cesar Mathew, Daniela Passarinho, Leo Bassi, Leo Bardo, Marina Viana, Leonarda Glück, Patricia Cipriano, Márcio Mattana, Luciano Faccini, Melina Mulazani, Núcleo O Estábulo de Luxo e Selvática Ações Artísticas.
Pés marcados no cimento quase duro de uma política de revitalização.
No corpo do performer entrelaçam-se mitologias,
memórias, percursos, vidas, acontecimentos.
É um recipiente alquímico – encruzilhada
- lápide sacrificial.
Carta manifesto pscicomagia rito jocoso para Curitiba
carregada de sarcasmo e ironia
um espetáculo bufo. uma tragédia pós e pré dramática
uma opereta work in progress xamã. Ditirambo.
Vida vagabunda, destino vadio, carne de carnaval.
Gilda é puro Jazz.



Equipe Curitiba Mostra

Idealização e Coordenação: Gabriel Machado e Nena Inoue; Iluminação: Beto Bruel; Design de Som/Trilha Sonora Original: Jo Mistinguett; Figurinos: Carmen Jorge; Cenografia: Ruy Almeida; Projeto Gráfico:  Martin Castro; Videos: Alan Raffo; Fotografia: Marcelo Almeida; Operação de Luz: Erica Mitiko; Assistente de Produção e Comunicação: Victor Hugo; Produção: Adriano Esturilho e Samara Bark; Realização: Espaço Cênico.

Nenhum comentário: