terça-feira, 20 de junho de 2017

FPA Análise de Mídia - 19/6

 
  • CAPA – Manchete principal: “Limite de gasto acirra campanha eleitoral”
  • EDITORIAL – “Impunidade mineira” retoma o caso do “mensalão mineiro” que envolve o ex-governador do Estado Eduardo Azeredo do PSDB. A Folha critica a falta de celeridade do processo que já se arrasta na Justiça há dez anos e muitos dos envolvidos já estão se beneficiando da prescrição do crime. De acordo com o jornal, o problema estaria no Ministério Público estadual sobre quem já existiria uma fama folclórica sobre postergar a elaboração de denúncias e até mesmo a abertura de investigações. A Folha afirma que esse tipo de impunidade, frequente até antes do caso do Mensalão envolvendo o PT e a Operação Lava Jato, ainda acontece em todo o Brasil e coloca em risco os braços estaduais da atual operação que vem abalando o Brasil.
  • COLUNA PAINEL – ESTRATÉGIA PARA SE SAFAR: Aliados de Michel Temer têm em mãos um dossiê jurídico que aponta caminhos para pedir a anulação da delação dos irmãos Batista. O documento elenca itens que poderiam dar base formal a diversos questionamentos sobre o acordo firmado com o MPF. A minuta tem um capítulo intitulado “Expectativas” que recomenda, por exemplo, que o governo peça no Supremo a rescisão da colaboração da JBS, alegando que ela “abusou da boa fé dos brasileiros e garantiu a impunidade aos delatores”.
  • COLUNA PAINEL – IMPEACHMENT DE TEMER: Alessandro Molon (Rede-RJ) vai entrar no STF com um mandado de segurança para tentar obrigar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a decidir sobre os 19 pedidos de impeachment de Michel Temer — que estão há cerca de um mês em sua mesa.
  • COLUNA PAINEL – PALOCCI: Pessoas próximas ao ex-ministro Antonio Palocci dizem que, em sua delação, ele trará novos detalhes sobre desvios descobertos, ainda que parcialmente, durante o mensalão.
  • “Competição eleitoral cresce onde teto de gastos é menor” - A adoção de tetos que limitem os gastos dos políticos em campanhas eleitorais é positiva para a democracia. Essa é a principal conclusão dos economistas Eric Avis, Claudio Ferraz, Frederico Finan e Carlos Varjão em estudo recém-publicado pelo NBER (National Bureau of Economic Research), respeitado centro de pesquisa norte-americano. Eles analisaram o impacto nas eleições para prefeito de 2016 da restrição aos gastos de políticos -adotada no Brasil em 2015 no âmbito de uma reforma que também proibiu doações empresariais. A nova legislação criou cenários distintos para os gastos dos candidatos em municípios semelhantes. Embora o ponto de partida para o cálculo do teto fosse a despesa mais alta feita na eleição anterior, para um grupo de cidades, esse valor máximo foi fixado em R$ 100 mil em 2015 e corrigido em 8,04%. Para o outro grupo, cujo teto era de 70% do maior gasto em 2012, o reajuste permitido chegou a 33,7% (veja quadro). Eles descobriram três impactos significativos: em cidades com limites mais restritivos, o número de candidatos foi maior, houve menos vitórias do concorrente mais rico e a taxa de reeleição também foi menor.
  • “Entrevista contradiz depoimento de Joesley sobre contato com Temer” - Ele indicou uma data diferente sobre seu primeiro contato com o presidente Michel Temer e deu uma nova versão sobre os encontros iniciais com o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). Em entrevista publicada no site da "Época" na sexta-feira (16), Joesley afirmou: "Conheci Temer através do ministro Wagner Rossi [PMDB], em 2009, 2010. Logo no segundo encontro ele já me deu o celular dele. Daí em diante passamos a falar. Eu mandava mensagem para ele, ele mandava para mim. De 2010 em diante. Sempre tive relação direta". Segundo a reportagem, no depoimento Joesley declarou que só conheceu Temer depois da eleição do peemedebista como vice-presidente na chapa da petista Dilma Rousseff. Em uma segunda contradição, Joesley alterou a ordem dos acontecimentos na sua relação com Rodrigo Loures -que está preso em Brasília após ter recebido uma mala com R$ 500 mil da JBS. No depoimento, Joesley afirmou ter sido dele a iniciativa de procurar Loures para estabelecê-lo como um novo interlocutor no Planalto. Disse que tomou essa decisão após denúncias atingirem seu contato frequente, o então ministro Geddel Vieira Lima (PMDB). Na entrevista à revista, Joesley inverteu a ordem dos acontecimentos e omitiu a história da iniciativa de seu telefonema a Loures e o café no hotel. Ele alegou à revista que conhecia Loures "apenas de vista", e que Temer é que trouxe o nome do seu ex-assessor.
  • “Temer pode desprezar listra tríplice para PGR; conheça concorrentes” - Em maio de 2016, Michel Temer desautorizou o então ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, quando este defendeu que o governo não nomeasse como procurador-geral da República o nome mais votado por integrantes do MPF (Ministério Público Federal). Hoje, ele mudou o tom e vem dando pistas de que pode não agir assim. Os candidatos são:
    • Nicolao Dino, atualmente é subprocurador-geral da República e vice-procurador-geral eleitorial. É visto como sendo o mais próximo a Janot;
    • Ela Wiecko, é subprocurador-geral da República, segundo a Folha, ela faz críticas moderadas ao Janot;
    • Franklin Rodrigues da Costa, é subprocurador-geral da República, também faz críticas moderadas ao Janot;
    • Mario Luiz Bonsaglia, é subprocurador-geral com atuação criminal no STJ, também seria um crítico moderado de Janot;
    • Carlos Frederico Santos, é subprocurador-geral da República com atuação criminal no STJ, é opositor de JanoT e afirma que a Lava Jato precisa ser mais eficaz;
    • Eitel Santiago de Brito Pereira, é subprocurador-geral da República e atua no STJ, é oposição ao Janot e fazia parte do grupo do ex-procurador-geral Geraldo Brindeiro;
    • Raquel Elias Ferreira Dodge, é subprocuradora-geral da República e atua no STJ, faz oposição moderada a Janot e diz que a Lava Jato deveria ser mais célere;
    • Sandra Cureau, é subprocuradora-geral da República e integra a comissão examinadora de concursos para procurador da República, Declara-se de oposição a Janot
  • “Lava Jato mira advogado amigo do ex-presidente Lula” - O dono da empreiteira, Emílio Odebrecht, e o ex-diretor de relações institucionais Alexandrino Alencar depuseram no começo do mês para o juiz Sergio Moro para dar mais detalhes da atuação de Teixeira no caso envolvendo o terreno onde seria o novo instituto. Teixeira é réu no processo que apura a compra pela Odebrecht de um imóvel onde seria construída a nova sede do Instituto Lula, em São Paulo, e um apartamento vizinho à residência da família do petista. A procuradoria acusa Teixeira e Lula, nesse caso, de participarem de um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro. De acordo com a Procuradoria, a empreiteira ofereceu ao ex-presidente, em 2010, um terreno que custava R$ 12,4 milhões. O local serviria para a construção do Instituto Lula. Lula, segundo o Ministério Público Federal, aceitou o "presente", embora a transferência não tenha sido efetivada por problemas no imóvel.
  • “Com crise, abertura de companhias bate recorde no 1º trimestre” - Segundo estudo da Serasa Experian, foram criadas 581 mil companhias, 12,6% a mais do que no primeiro trimestre do ano passado e maior patamar desde 2010, quando começa a série histórica. A maioria das empresas (64,4%) foi aberta no setor de serviços. De cada 4 CNPJs criados em março (77%) 3 são de MEIs (microempreendedores individuais), categoria que permite faturamento anual de até R$ 60 mil. Apesar de mais MEIs, a quantidade de pessoas que trabalham por conta própria diminuiu 4,6% no primeiro trimestre, segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por amostra de Domicílios), do IBGE.
  • ENTREVISTA: RAFAEL MARQUES, presidente do sindicato dos metalúrgicos do ABC paulista – “Reforma trabalhista vai pôr sindicatos em guerra, diz líder de metalúrgicos”
  • Folha - Apesar da crise política, a reforma trabalhista está avançando no Senado. Temer tem legitimidade para isso?
  • Rafael Marques - Mesmo antes da mais recente crise, o presidente não tinha legitimidade, porque essas reformas não foram referendadas pelas urnas. Só um governo que não foi eleito imporia esse ritmo de tramitação no Congresso. O nível de desconfiança da sociedade é imenso. Ainda assim, o senador Ricardo Ferraço [PSDB-ES; relator da reforma trabalhista] se fia num acordo para corrigir a reforma via medida provisória [apóss ela passar no Senado]. Mas será que Temer vai cumprir o que prometeu? Não confiaria nele.
    • A CLT [Consolidação das Leis do Trabalho] nasceu com Getúlio Vargas há mais de 70 anos. A legislação brasileira não precisa de mudanças?
    • A CLT foi sendo atualizada ao longo do tempo. O fato de ter nascido em 1945 não quer dizer que ficou engessada. As regras de banco de horas surgiram nos anos 2000. O programa de proteção ao emprego só foi criado há dois anos.
  • O debate não é para adequar a CLT às novas tecnologias da indústria 4.0 ou às novas modalidades de compra criadas pela internet. A reforma não foi pensada para colocar o Brasil em sintonia com o futuro, mas para aumentar a lucratividade das empresas, introduzindo regimes de trabalho que só garantem uma fração dos direitos.
  • A reforma prevê jornada de trabalho parcial, jornada intermitente e trabalho em casa. Não é uma maneira de o país se adequar à nova realidade?
  • Essas medidas só vão empobrecer os salários. Com jornada e renda menor, os trabalhadores serão obrigados a ter dois empregos e trabalhar no concorrente. As empresas vão perder comprometimento. Na Itália e em Portugal, essas medidas foram adotadas e depois tiveram que ser revertidas. Setores do empresariado apoiam essa pauta equivocadamente. O fortalecimento da competitividade e da produtividade não passa por aí.
  • O principal ponto da reforma é consagrar o princípio de que acordos negociados entre trabalhadores e empresas se sobrepõem a decisões da Justiça. Qual a sua posição sobre isso?
  • A judicialização das relações trabalhistas é um problema no Brasil. Como há uma tendência dos empresários a não cumprir as regras, o Judiciário age com muito rigor. Por exemplo: há empresas que têm ônibus para o transporte até a fábrica e com isso o trabalhador às vezes chega um pouco mais cedo. Depois as pessoas reclamam esse tempo na Justiça. Não concordo. Esses funcionários optaram pelo que seria a melhor forma de chegar ao trabalho.
  • O senhor então é a favor desse aspecto da reforma?
  • Sou a favor da negociação direta, mas a reforma descompensa as forças na mesa de negociação. Hoje nosso sindicato tem capacidade de resistência, mas até quando? E se uma montadora ou uma indústria de autopeças começar a ter uma negociação trabalhista suave em outra base territorial porque o sindicato de lá está sendo pressionado? Nos Estados Unidos, por exemplo, os trabalhadores da Nissan não se sindicalizam, porque recebem uma carta do prefeito dizendo que a empresa vai embora para o México [se eles se filiarem]. No Brasil, já temos a guerra fiscal entre os Estados para atrair investimentos. Vamos ter agora uma guerra trabalhista, com regiões oferecendo contratos favoráveis para atrair fábricas?
  • As mudanças previstas na reforma permitem que as empresas escolham a convenção trabalhista que quiserem?
  • Ainda não. Meu receio não é de curto prazo, mas o que virá em dez anos. Estamos importando o que de pior foi feito em outros países. O governo está utilizando uma janela de oportunidade, que é o golpe sofrido pela [ex-presidente] Dilma [Rousseff], para acelerar essas reformas. A crise provocada pela delação da JBS tirou o ímpeto dessa gente, mas não a pauta. Eu estava na Câmara quando aprovaram a reforma trabalhista e os deputados provocaram dizendo que agora seria a vez da reforma sindical.
  • Está previsto o fim do imposto sindical obrigatório, com o argumento de que sustenta sindicatos sem representatividade. O sr. é contra também?
  • Quando o [ex-presidente] Lula propôs uma reforma sindical em 2003, nós defendemos o fim do imposto sindical. As entidades mais históricas estão preparadas para isso. Hoje, nos financiamos com a taxa das campanhas salariais e com a mensalidade sindical. Você tem que conquistar o trabalhador e convencê-lo a fazer parte do sindicato. Mas é preciso criar outro sistema de fomento dos sindicatos, e não dá para acabar com o imposto numa tacada só. Neste momento, o fim do imposto sindical é desleal. Ninguém está falando em mexer no Sistema S, que financia as entidades patronais. Esse dinheiro é para a qualificação profissional, mas acaba financiando tudo, até o pato da Fiesp [o boneco da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo que se tornou símbolo da campanha pelo impeachment de Dilma].
  • Defensores de uma reforma sindical dizem que ela deveria permitir aos trabalhadores se filiar ao sindicato que quisessem. Qual a sua opinião?
  • Acho perfeito. Permitiria, por exemplo, a fusão de sindicatos. É muito diferente de regras que favoreçam a guerra sindical. Que trabalhador vai querer uma convenção ruim? Os trabalhadores da Budweiser nos Estados Unidos, por exemplo, são filiados ao sindicato automotivo, porque querem uma convenção favorável e têm liberdade para optar pelo melhor sindicato. Não temos que brigar entre sindicatos, mas começar a nos fundir. Na minha opinião, já deveríamos ter um sindicato de trabalhadores da indústria, não um para cada setor -automotivo, químico, têxtil, etc.
  • Qual a saída para a crise atual?
  • Eu defendo eleições diretas e gerais. O impeachment da Dilma foi uma violência e quebrou o entendimento que existia sobre o país. Ela saiu e entrou uma quadrilha. O país está de pernas para o ar e só o povo pode consertar isso. Se elegerem alguém com uma concepção totalmente diferente da minha, tudo bem. Mas é preciso que os candidatos digam que defendem as reformas. Se ganharem, as reformas estão legitimadas.
  • Por que a esquerda não está conseguindo mobilizar a população por eleições diretas?
  • Realmente não é igual a 1984 [ano da campanha por diretas no fim da ditadura]. Percebo muita gente que se mobilizou contra a Dilma e não está disposta a ir para a rua de novo, porque quebrou a cara ao ver entrar um governo pior. Também há uma desvalorização da política, o que é péssimo. Executivo e Legislativo são os Poderes eleitos. O Judiciário é o Poder moderador, não pode governar o país.
  • O sr. acredita que o ex-presidente Lula tem chance nas eleições de 2018?
  • Numa pesquisa feita pela CUT, ele tem 40% de intenção de voto. A rejeição também é alta, mas ele é o quadro mais competitivo. Lula pode ser a transição que precisamos, porque rejuvenesceu e está tentando entender o que a molecada pensa. Mas faltam novas lideranças no país.
  • “Importação de combustível afeta refinarias”
  • “Indústria brasileira quer acordo bilateral com Rússia”
 
 
  • CAPA – Manchete principal: “Pacote de bondades de Temer prevê R$ 2 bi para o Rio”
  • “Antes da tormenta” – Segundo a reportagem, o governo considera essa semana fundamental para que o governo se prepare estrategicamente para vencer a denúncia que deve ser apresentada por Rodrigo Janot contra Michel Temer. Essa semana é vazia no Congresso em função das festas juninas, por isso, o Planalto estaria considerando ter tempo para procurar um nome pró-governo para ser o relator da denúncia na CCJ, fazer o monitoramento geral dos parlamentares para impedir que a oposição consiga 342 votos para que o inquérito seja instaurado e manter o PSDB controlado.
  • “Com apoio de caciques do PMDB, Raquel Dodge é favorita à PGR”
  • “Temer prefere Bonságlia, mas deve ceder a aliados”
  • “Parada Gay tem ‘Amar sem Temer’ e SP tomada”
  • “Um empurrão de R$ 2 bi” - O novo programa que o presidente Michel Temer pretende lançar assim que voltar da viagem à Rússia, Avançar, que vai substituir o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), contempla o Rio com a liberação de R$ 5,91 bilhões do orçamento da União para retomada de obras públicas em diversas áreas. Cerca de um terço deste valor, o equivalente a R$ 2 bilhões serão desembolsados até dezembro de 2018 , quando termina o atual governo. O novo programa faz parte da agenda positiva do governo em meio à crise política e integra um rol de medidas em estudo pelo Planalto, como o reajuste da tabela do Imposto de Renda ou a correção dos benefícios pagos no Bolsa Família.
  • “Brasil quer ampliar comércio de maior valor agregado para a Ásia”
  • “Indústria pleiteia benefício a exportador” - Fortemente afetadas pela recessão, associações que representam dez setores da indústria de transformação — de calçados a máquina e equipamentos — formaram uma coalização e levaram proposta ao presidente Michel Temer, há duas semanas, para elevar o percentual do Reintegra, sistema pelo qual exportadores recebem de volta parte de impostos indiretos cobrados ao longo da cadeia produtiva. A lei permite devolução de até 5% da receita com as vendas externas, mas a alíquota está em 2%. Os empresários reivindicam o teto.
 
 
 
  • CAPA – Manchete principal: “Avanço das reformas é o que interessa, afirma BC”
  • EDITORIAL – “É preciso acompanhar a banda” alega que os países rico estão consolidando seu crescimento novamente assim como outras nações emergentes. O jogo político em Brasília é o que determinará qual o rumo do Brasil. O jornal alega que a exemplo da OCDE, as expectativas com relação ao Brasil têm melhorado. O Estadão afirma que seria importante se as janelas de Brasília fossem mais abertas para o mundo.
  • EDITORIAL – “O que o PT tem a ensinar” é uma crítica ao Partido dos Trabalhadores que, segundo o Estadão, mente descaradamente. O jornal alega que o governo Temer deveria aprender com os petistas a fazer prevalecer a sua própria versão sobre os fatos mesmo que ela seja completamente diferente da realidade. O Estadão afirma que apesar de ter sido dado como aniquilado, o Pt ainda consegue atrapalhar muito o país. O jornalão alega que basta que Lula pegue em um microfone para que a discussão necessária ao país se resuma ao confronto entre bem e mal. O diário paulista afirma que o PT e Lula se baseiam em mentiras delirantes contra as reformas e que é perda de tempo tentar chama-los à responsabilidade. Ainda segundo o Estadão, a melhor estratégia para o governo Temer seria vir a público e defender as reformas com a mesma ênfase que os petistas utilizam para criticá-las.
  • “Temer grava vídeo para pedir punição a criminosos” – O vídeo é uma tentativa de se defender das acusações feitas por Joesley Batista em entrevista à revista Época. A reportagem do Estadão não tem qualquer tom crítico ou irônico com relação a Temer ter gravado um vídeo com esse conteúdo. O texto simplesmente relata o fato.
  • “Deputados ‘escondem’ votos sobre denúncia” – A notícia se refere aos deputados que integram a CCJ. Dos 67 parlamentares, 30 preferiram não se posicionar. Entre os oposicionistas, 16 disseram que votarão a favor da denúncia. Entre os governistas, apenas três anteciparam seus votos dizendo que votarão contra a denúncia, dezoito não foram localizados. A reportagem afirma que os deputados tem receio de antecipar os seus votos e acabarem sendo substituídos na comissão.
  • “Lava Jato pede sequestro de bens de filha de Palocci” – O MPF alega que Palocci teria lavado dinheiro ao adquirir imóveis para as filhas dele. O pedido foi enviado ao juiz Sérgio Moro.

  • “Brasília lidera prejuízos com quadrilhas” – O Distrito Federal é a unidade da Federação que concentra 57,2% dos prejuízos apurados pela Polícia Federal em 2.056 operações que investigaram organizações criminosas entre 2013 e 2017. O juiz aposentado Wálter Maierovitch afirma à reportagem que em sua maioria essas organizações são parasitárias e atuam como um estado paralelo colado ao Estado.
  • “Metade do prejuízo do país é causado por delito financeiro” – A PF apurou que, dos R$ 123 bilhões perdidos pelo país em razão das quadrilhas, R$ 69,5 bi foram crimes financeiros. O desvio de verbas públicas corresponde a R$ 21, 9 bilhões.
  • ENTREVISTA: ILAN GOLDFAJN, presidente do BC – “A incerteza aumentou, mas o que me interessa são as reformas e o ajuste”
    • Um ano de Banco Central. Qual é o seu balanço?
    • Foi um ano em que a direção de política econômica mudou. Aí não é só uma questão de Banco Central, tem as questões econômicas, muitas reformas, muitos ajustes... A percepção, quando se olha o ano como um todo, é que, de fato, houve bastante avanço. Na questão do Banco Central houve mudanças relevantes. A começar por um dos objetivos principais do BC, que é a inflação. Quando eu entrei... eu mal sentei aqui e já estavam falando em meta de inflação ajustada. Basicamente, uma das nossas primeiras decisões foi não fazer uma meta ajustada, porque achávamos que a meta de 4,5% era possível de ser atingida. Na economia, estávamos no meio de uma recessão, com inflação. Hoje em dia temos uma economia, eu diria, que se estabilizou no primeiro trimestre. E perspectivas de uma recuperação gradual. A situação é diferente, porque aí a gente consegue, sob o ponto de vista da política monetária, entrar no período de flexibilização, que é nossa linguagem para redução da taxa de juros. O que se discute hoje é a velocidade, o ritmo e a extensão. Mas não se discute se a inflação ainda está alta, se tem que subir juros.
  • A avaliação do BC é de que a recessão acabou?
  • Eu diria... Vimos no primeiro trimestre um crescimento razoável, de 1%. Uma parte importante deste crescimento tem a ver com o setor agrícola, mas tem a outra parte que indica que pelo menos houve uma estabilização. A gente olha para frente e acredita que existe a possibilidade de uma recuperação gradual, ao longo deste ano. Bancos centrais falam de possibilidades, não é uma diminuição de nada, é simplesmente porque temos que tomar decisões, Copom, ou outras decisões, em que a gente sempre vai observar a atividade, se ela está recuperando gradual, se mais lento, mais rápido. É o risco que a gente tem colocado.
  • A crise política mais recente atrapalhou o roteiro traçado pelo BC?
  • Trabalhamos no BC sempre com as questões econômicas e técnicas. Desde o primeiro dia (da crise) me perguntaram: “o que vocês vão fazer?” Vamos fazer a questão técnica... tentamos trabalhar da melhor forma. Tenho avaliado a consequência dos últimos eventos e as reformas e ajustes... São diferenças importantes. Podemos ter as reformas e os ajustes avançando, e é só isso que me interessa, sob o ponto de vista do BC. A incerteza nas últimas semanas aumentou. Mas é possível que venha a diminuir, acho que estamos vendo algumas reformas avançando, a trabalhista está saindo da comissão, isso significa que a incerteza diminui. Vamos ter que observar como anda a reforma da Previdência.
  • Quais os canais de transmissão desta incerteza para o Banco Central? Quais as possibilidades de contaminação?
  • São as mesmas que estamos falando há um ano. Só que falávamos do “lado do bem” e é mais fácil entender. Falávamos: “Olha, se tivermos ajustes, se as questões fiscais passarem, se as questões de produtividade passarem, o juro neutro estrutural da economia tende a cair. E quando ele tende a cair, sob o ponto de vista da política monetária, eu tenho mais espaço (para cortar juros).” Falamos isso desde o primeiro dia. É óbvio que às vezes nem tudo caminha sempre na mesma direção. E alguns momentos de incerteza maior leva a dúvidas sobre se as reformas estão caminhando na mesma velocidade que achávamos há um mês atrás. Aí o impacto é igual. O juro estrutural da economia pode... em vez de... nós estamos na perspectiva de que ele continue caindo, talvez não tão rápido. Talvez fique parado. É aí que entra na nossa avaliação.
  • A direção de queda de juros está dada. Qual é o ritmo e a velocidade, pelo contexto atual?
  • O caminho da desinflação e da redução da taxa de juros está dado. Há um processo e eu não consigo ver mudanças tão radicais que possam afetar, neste momento, isso. Está dado. A discussão, obviamente, é sobre o ritmo e a extensão. O que eu quero passar é que isso vai depender do desenvolvimento, tanto das reformas e dos ajustes quanto da inflação e da atividade. Nós vamos continuar olhando. A decisão será tomada no seu dia.
  • Entre as reformas, a da Previdência é a principal, mas há risco de virar uma minirreforma, com a crise. Qual é o impacto disso?
  • Para nós, quando mais ampla a reforma, melhor. Mas não é só a reforma da Previdência. Há reformas e ajustes. Há um conjunto dessas medidas, que são relevantes, não para o BC, mas para o País. A reforma da Previdência é uma reforma fiscal e, por ser fiscal, é relevante. Mas não é a única.  
  • “Temer levará acordos aos russos”
 
 
  • CAPA – Manchete principal: “Janot distinguirá caixa 2 do crime de corrupção”
  • “Estados elevam receita, mas recebem 'ajuda' das transferências”
  • “Deflator mais alto do PIB deve favorecer trajetória da dívida, diz estudo do Ipea”
  • “Teto de gastos no Rio é exigência jurídica e econômica para o acordo com a União”
  • “Redução da meta de inflação de 2019 para 4% seria positiva, diz Credit Suisse”
  • “Finep vai financiar equipamentos de telecomunicações”
  • “Crise política trava avanço de reformas em dez áreas” - O conjunto de reformas microeconômicas impulsionadas nos meses iniciais do governo de Michel Temer foi sugado por outras prioridades na agenda legislativa e andou praticamente de lado no primeiro semestre, sem avanços relevantes no Congresso Nacional. Na tentativa de mostrar que ainda está comprometido com uma pauta reformista, o Palácio do Planalto pretende retomar essas mudanças regulatórias tão logo seja votada a provável denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Temer.
  • A proposta da lei geral para as agências reguladoras está parada na Câmara. O projeto que previa abrir as empresas aéreas para o capital estrangeiro perdeu a urgência e não tem data para ser votado. A reportagem ainda cita a desaceleração no trâmite de MPs sobre mineração e licenciamento ambiental. Um ministro consultado pelo Valor, mas não identificado, afirmou que as reformas da Previdência e a trabalhista continuam a ser as prioridades do Planalto. O diretor da consultoria Eurasia afirmou que vê as reformas micro e macroeconômicas correndo em “trilhos independentes” e, por isso, com grandes chances de serem aprovadas.
  • “Garantias elevadas dificultam o acesso de empresas a crédito do BNDES, aponta Fiesp”
  • “Janot proporá saída para fazer separação entre caixa 2 e corrupção” - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vai oferecer uma solução judicial para dezenas de políticos acusados exclusivamente de caixa 2, sem um ato correspondente de corrupção. Ao apresentar denúncia contra esses políticos, Janot vai propor a chamada suspensão condicional do processo. Trata-se de um acordo no qual o Ministério Público sugere a antecipação de uma pena alternativa à prisão - como pagamento de multa ou prestação de serviços comunitários - e, em troca, o acusado deixa de responder a processo e, se cumprir as exigências, fica com a ficha limpa ao final. O Valor apurou que cerca da metade dos 98 políticos investigados na "Lista de Fachin" poderiam se qualificar, em uma primeira análise, a um acordo desse tipo. Para se beneficiar dessa proposta, o acusado não pode ser alvo de processo nem ter sido condenado por outro crime.
  • “Joesley reafirma delação e inquérito policial conclui hoje”
  • “Em clima de apreensão, Temer viaja à Europa”
  • “Distritão pode voltar à pauta da Câmara em julho”
  • “Esquerda mostra desânimo com chances de antecipar eleições” - Unidos em defesa de eleições diretas antecipadas, representantes da oposição admitiram na semana passada que veem a continuidade de Michel Temer na presidência até o fim do mandato como cenário mais provável. Durante encontro da União Nacional dos Estudantes (UNE), do qual participaram lideranças do PT, PDT, PSOL e PCdoB, Ciro Gomes, pré-candidato pedetista ao Palácio do Planalto, foi o mais direto. "É muito improvável que o Michel Temer caia", disse ele para frustração de um auditório lotado de universitários de movimentos ligados à esquerda e que pregam o Fora Temer e Diretas já. Depois, a jornalistas, explicou sua previsão: "Porque ele hoje representa organicamente o centro do poder real no Brasil. Ele está fazendo o que pode e o que não pode [para se segurar no cargo]. Um petista veterano, que conhece bem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse ao Valor que também considera difícil a realização de eleições antes de outubro de 2018. A razão, diz, é simples: medo de boa parte dos parlamentares já encalacrados com a Lava-Jato de que com um novo governo, eleito pelo voto direto, sua situação possa ficar ainda mais incerta. Partidos de esquerda e movimentos sociais veem nas ruas arma importante em prol das diretas. Mas quem está na ponta, participando de manifestações por eleições e contra reformas, vê Brasília dar de ombros. "Eles não escutam, tem greve geral, protestos, e eles não escutam, pisam no acelerador [na agenda de interesse do governo], disse ao Valor o coordenador do Movimento dos Trabalhadores de Sem Teto, Guilherme Boulos, que também esteve no evento da UNE. "As pessoas falam já fomos dez vezes a protestos e os caras continuam", afirmou ele.
  • “O PSDB voltou a ser o velho PMDB" – A afirmação foi feita ao jornal pelo ex-deputado federal Arnaldo Madeira.

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